A minha resolução de ano novo é usar menos o smartphone

Uma boa resolução de ano novo é tirar do seus smartphone os aplicativos que não agregam nada e que se mostram um buraco negro de desperdício de tempo.

Ano novo, vida nova blablablá. A cada 365 dias renovamos as nossas esperanças e criamos resoluções que não serão cumpridas. No dia 1º de janeiro 2015, mais por uma coincidência do que pela data (foi quando sobrou um tempo e veio a inspiração), formatei meu smartphone e repensei o modo de usá-lo. Objetivo? Distrair-me menos com ele.

Já tinha visto experimentos similares ao que iniciei recentemente. Uns, mais radicais, transformam o smartphone em algo similar aos celulares mais básicos da antiga Nokia. Outros, tentam esconder as maiores distrações em pastas, páginas ocultas por padrão ou atrás de senhas e outros empecilhos artificiais.

A minha reconfiguração é menos ambiciosa, mais pé no chão. O que me motivou a embarcar nessa foi o contato com uma extensão para o Chrome, do computador mesmo, que esconde o feed de notícias do Facebook. Ela resolveu um problema sorrateiro, do tipo que consumia muito tempo e eu não detectava. A cada vez que entrava no Facebook para publicar uma notícia numa página, aquela “olhadinha” no feed durava mais do que uns bons minutos. Não mensurei, mas o ganho que tive com produtividade e, consequentemente, menos tempo na frente do PC é quase palpável de tão impactante com o fim dessas pequenas doses de tempo esporádicas de Facebook me roubava.

Logo, por que não replicá-la no smartphone? Não estabeleci regras fixas. Tive como norte apenas o desejo de não ficar rolando páginas infinitas e de evitar conteúdos que, por mais legais que sejam (como o feed do Facebook), não agregam muito no fim do dia. Minha tela inicial, a única, ficou assim:

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Algumas redes sociais sobraram, como Snapchat e Instagram. São divertidos e por seguir pouca gente lá, acabam sendo fontes de distração que não tomam muito tempo. Dos que resistiram, o que mais requisita a minha atenção até agora tem sido o WhatsApp, seus grupos e tudo mais. Uma pena que ele seja, além de uma fonte para jogar conversa fora em grupos, a ferramenta de comunicação de fato para vários contatos meus. Em outras palavras: não dá para ficar sem.

Além de restringir a quantidade, atentei também ao processo de instalação de cada app que baixei novamente. Revisei as notificações, as atividades em segundo plano e o privilégio da minha localização. Novamente o objetivo foi evitar distrações, mas é inegável que esse esquema contribua para a autonomia.

Eventualmente acesso o Facebook e o Twitter pelo Safari – a mera presença de uma etapa extra e a experiência pior que a oferecida em apps funcionam como inibidores da vontade de rolar essas duas telas. Tem funcionado.

Nesses cinco primeiros dias sem distrações no smartphone, fiquei bem menos tempo com ele na mão e olhos vidrados na tela. Percebi isso pela duração da bateria, que passou a virar o dia com uma carga sem muito malabarismo de minha parte. (Esse é um efeito colateral muito bem-vindo, aliás.)

Não é de hoje que se diz que tempo é dinheiro. Na real, é muito mais do que dinheiro. É um dos bens mais finitos e, mesmo assim, é negligenciado e mal gerido por praticamente todo mundo. Identificar a atacar esses vazamentos de atenção é uma boa ideia para começar 2015 com o pé direito – e o foco no que importa.

[Imagem de destaque via Michael Mandiberg]

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