Os acordos secretos que fazem o YouTube engasgar

Se você já se viu esperando um vídeo carregar no YouTube (não com anúncios; isso nunca acontece com eles), não tema, você não está sozinho. Na realidade, é provável que você seja o último ponto de um acordo corporativo que limita quanto você pode curtir de vídeos online. O Ars Technica tem um ótimo artigo […]
YouTube está engasgando aí?

Se você já se viu esperando um vídeo carregar no YouTube (não com anúncios; isso nunca acontece com eles), não tema, você não está sozinho. Na realidade, é provável que você seja o último ponto de um acordo corporativo que limita quanto você pode curtir de vídeos online.

O Ars Technica tem um ótimo artigo sobre como os maiores provedores de Internet do mundo e os serviços de vídeo negociam o tanto que as redes devem pagar para se conectar a outras. Mais importante, o artigo discute o que acontece quando essas negociações desandam:

“Essas decisões de negócios envolvem acordos de ‘peering’ que as empresas de Internet fazem para passar o tráfego de uma para outra e negociações acerca dos serviços de cache que guardam vídeos próximos às casas das pessoas, de modo que eles sejam carregados mais rapidamente no seu navegador. Quando provedores de Internet se recusam a atualizar suas conexões de peering, o tráfego fica congestionado. Quando os provedores se recusam a usa os serviços de cache oferecidos por empresas como Google e Netflix, o vídeo tem que viajar por caminhos mais longos na Internet até seu destino — a sua sala de estar.”

Tudo se resume à ganância (sem surpresa) de todas as partes envolvidas e regras nebulosas sobre a parte técnica do peering:

“O núcleo da Internet, a coisa mais próxima que ela tem de uma ‘espinha’, é mais ou menos uma dúzia de redes que consistem em data centers espalhados pelo mundo. Essas redes, operadas por empresas privadas, são chamadas ‘Tier 1’ porque elas podem alcançar cada parte da Internet simplesmente passando de uma para outra. Redes Tier 1 não precisam comprar ‘tráfego’ — um acordo no qual uma empresa paga a outra para aceitar seu tráfego e distribui-lo para todas as redes conectadas à Internet. Redes menores, sim…”

No fim, os conflitos que surgem são muitos e variados — e suficientes para acabar com a sua alegria ao tentar ver um vídeo no YouTube. Vale a pena ler o artigo completo, que conta toda essa história em detalhes. Mas há, talvez, uma boa notícia no meio disso tudo:

“Tradicionalmente, o carregamento do tráfego tem sido pensado para estar ‘em equilíbrio’ se cada ponto na rede manda para outro ponto tanto tráfego quanto recebe… Mas a direção na qual o tráfego flui não tem impacto em quanto ele custa para ser transportado. Pelo fato do vídeo via streaming dominar a web, as chamadas redes ‘eyeball’ (provedores que entregam o tráfego no fim do caminho) jamais poderão estar em equilíbrio com as redes que entregam vídeo sob medidas antigas. Em vez disso, há uma movimentação para mensurar via ‘milhas de bits’, a distância pela qual o tráfego passa e o número de bits transportado, independentemente da direção dos fluxos de tráfego.”

Claro que, se isso vai pegar ou não, ainda é uma incógnita — porque não é algo que é necessariamente vantajoso para os grandes players. Infelizmente, parece que você terá que conviver um pouco mais com aquela bolinha girando à espera do vídeo desejado. [Foto: Rego – d4u.hu]

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