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Adeus, webOS: o melhor smartphone que você nunca usará

Os pequeninos aparelhos sensacionais com webOS estão mortos. Ao descontinuar todos os celulares e tablets, a HP pretende “explorar opções para otimizar o valor do software do webOS”. Se isso não é matar, sem duvida é lobotomizar, desmembrar e largar o webOS no meio do oceano. Trágico. Eu comprei o Pre quando ele foi lançado, […]

Os pequeninos aparelhos sensacionais com webOS estão mortos. Ao descontinuar todos os celulares e tablets, a HP pretende “explorar opções para otimizar o valor do software do webOS”. Se isso não é matar, sem duvida é lobotomizar, desmembrar e largar o webOS no meio do oceano. Trágico.

Eu comprei o Pre quando ele foi lançado, há dois anos. Eu nunca tive vergonha por amá-lo por causa de seu sistema, que é tão bom quanto uma plataforma móvel deveria ser. O hardware, apesar de ser acima da média, nunca me empolgou. Era atraente o bastante, principalmente quando ele estava novinho em folha. Mas quando ele começou a ficar riscado, tombado e machucado, o aparelho todo acabado em plástico começou a ficar meio tosquinho. Adicione à lista o fato de a tela ser muito pequena e o teclado virtual na vertical ser muito irritante, e sobra o sonho de imaginar o webOS em um hardware como o do iPhone 3GS, ou do HTC Touch HD.

Quando você sincroniza seus contatos do Gmail, Facebook, MSN e Yahoo, o webOS automaticamente os conecta em uma só partição. Enviar mensagens era sensacional. Enviava mensagens para qualquer um via SMS, MSN, Gtalk, tanto fazia. Isso não importava. Tudo ficava filtrado na mesma janela como uma conversa épica, modificando o espaço e tempo com uma torre infinita de conversas. O design gráfico era coerente, unificado e atraente. O multitarefa era especialmente elegante, usando uma metáfora de cartas que até então não foi superada por nenhum sistema operacional. Passe o dedo para cima na barra de gestos para abrir a visualização de cartas, arraste para reorganizar, e passe o dedo de novo para sair. A mesma ideia se aplica ao sistema de notificações. Eu nunca gastei tão pouco tempo para saber informações de e-mails, mensagens, MSN e SMSs como nos meus tempos de webOS. Sempre visível, mas nunca no meio do caminho. Tirando algumas lentidões, era perfeito. Os aplicativos chegarão em breve. Eu tinha certeza disso.

Mas após o lançamento, o aparelho nunca teve o suporte ideal das operadoras, dos desenvolvedores de aplicativos e da própria Palm/HP. A Palm não tinha os recursos para atrair os desenvolvedores ou lançar mais aparelhos. A HP sequer tinha o desejo ou o senso de urgência. (Obviamente).

Durante meses, todos discutiam e apostavam para onde a Palm e sua tecnologia iam. Google? Eles pensaram na possibilidade, mas não. HTC? Era a empresa dos meus sonhos para o webOS, já que a HTC tem hardware impressionante. Também não. Quando a HP surgiu como possível compradora, eu desanimei. Não havia como a Palm dar certo assim. Claro, a HP comprou a Palm. Eu brochei. Mas a HP faz movimentos longos, e alguns inteligentes. Então eu criei esperanças.

A Palm tinha qualidade de sobra; a HP tinha o dinheiro para potencialmente transformar a qualidade em quantidade. Todos imaginaram que a HP não pouparia esforços para rodar o webOS por aí. Nos anos anteriores à aquisição da Palm, eles pareciam bem empolgados com a possibilidade de entrar na disputa do mercado móvel.

No início do ano, quando a HP anunciou o Pre 3 e o Touchpad, tudo que eu pude fazer foi sentir dó do webOS por estar sendo enfiado em produtos mal-acabados e ruins. Impressoras! Torradeiras! Tablets! Foram os últimos gritos da HP sobre o assunto, mas nenhum produto ofereceu nada de novo ou original. Hoje, as consequências.

É isso. RIP (Rest in Printer), webOS.

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