Algo silencioso e fatal está matando as galáxias

Processo chamado "pressão de varrimento", que força os gases para fora das galáxias, consegue impedir o nascimento de novas estrelas

Ao longo do universo, galáxias inocentes estão literalmente tendo suas vidas sugadas. Embora o culpado ainda esteja solto, umtime de pesquisadores do International Centre for Radio Astronomy Research (ICRAR), no oeste da Austrália, está trabalhando incansavelmente para desvendar o caso — e restaurar a lei e a ordem.

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Após examinar 11 mil galáxias utilizando o Sloan Digital Sky Survey e o Arecibo Legacy Fast ALFA, a equipe concluiu que um processo chamado “pressão de varrimento” — que força os gases para fora das galáxias — é mais comum do que se pensava. É uma morte rápida, já que, sem gás, as galáxias não conseguem produzir mais estrelas. As descobertas do grupo foram publicadas na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

Então, quem é o principal suspeito desse crime? Ninguém menos que a matéria escura: o material misterioso e invisível que, se imagina, compõe 27% do universo. Acontece que ela é também uma criminosa cheia das manhas.

“Durante suas vidas, as galáxias podem habitar halos de diferentes tamanhos, desde aqueles com massa típicas de nossa própria Via Láctea àqueles com massa mil vezes maior”, afirmou Toby Brown, autor principal do estudo e candidato à PhD no ICRAR, em comunicado à imprensa.

“À medida que as galáxias caem nesses halos maiores, o plasma intergaláctico superaquecido entre elas remove seu gás em um rápido processo chamado pressão de varrimento.”

A pesquisa dos cientistas revela que a pressão de varrimento não só é bastante comum como também pode acontecer a grupos galácticos pequenos e grandes. “Este estudo demonstra que o mesmo processo está operando em grupos muito menores, de poucas galáxias, com muito menos matéria escuro”, afirmou Brown. “Maior parte das galáxias no universo vive nesses grupos de duas a centenas de galáxias.”

Embora trágico, este conto poderia ser ainda pior: algumas galáxias acabam estranguladas até a morte. O universo é bastante frio e calculista, e ninguém disse que a fronteira final seria para os mais fracos.

[International Centre for Radio Astronomy Research (ICRAR)]

Imagem do topo: ICRAR, NASA, ESA, the Hubble Heritage Team (STScI/AURA)

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