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Tudo que a Apple lançou este ano foi meio problemático

MacBook, Apple Watch, Apple Music. A Apple lançou um monte de gadgets e serviços, mas nenhum deles vingou muito.

Em 2015, a Apple fez vários lançamentos de hardware e software. Muitos pareciam sensacionais no início, mas quando analisamos mais de perto, eles desapontaram. Eis os problemas dos produtos e recursos que a Apple lançou este ano.

>>> Hum, as novidades da Apple na WWDC 2015 são bem familiares

MacBook de 12″

A visão mais recente da Apple para o laptop é uma bela peça de design industrial que beira o inutilizável. Nunca pensei que a Apple poderia fazer algo tão fino e leve que me deixasse um pouco ressentido.

Além disso, o laptop de US$ 1.300 – R$ 12.500 no Brasil – vem apenas com uma porta USB Type-C. Apenas uma! Você precisa comprar um acessório de US$ 80 para conectar mais de um cabo ao seu MacBook. Lembra-se do MacBook Air? Lembra-se do MacBook Pro Retina? Estes são bons laptops. O novo MacBook, nem tanto.

Apple Watch

Legal! Você pode olhar para o seu pulso e ler uma mensagem de texto, entre outras coisas. O tão esperado Apple Watch finalmente chegou às lojas neste ano e… não é nada demais. O design industrial é coerente com o amor da Apple à simplicidade, mas ele ficou tedioso. E o software, assim como a maioria das opções com Android Wear, não faz nada demais que justifique a inconveniência de carregar a bateria diariamente.

O mais irritante disso é que a Apple quer que você pague milhares de reais – até R$ 135.000! – por versões “Edition” em ouro do relógio. Cai fora daqui! Apple e outros varejistas têm dado descontos no Watch (nos EUA) como parte de um esforço de convencer seres humanos racionais que eles poderiam gostar de um desses. No Brasil, ele ainda custa a partir de R$ 2.899.

Apple Music

A Apple demorou bastante para entrar no mercado de streaming de música. Isso não quer dizer muita coisa, pois a Apple sempre vem com ideias inovadoras. Muitas vezes o produto ou a solução é tão sensacional que não importa o tempo que foi lançado. Bem, não rolou desta vez.

O Apple Music é uma regurgitação do Beats Music, que foi lançado há dois anos. Seus recursos novos, Connect e Beats One, caíram por terra. Quando foi a última vez que você usou um desses serviços? Mas, olha, teve um show exclusivo da Taylor Swift! Só isso já faz tudo valer a pena, certo? Certo?

iPad Pro

O tablet de 12,3 polegadas da Apple é sem dúvida lindo, mas você pode colocá-lo atrás de um vidro de museu, dadas as funcionalidades que você obtém pelo preço de US$ 800 sem teclado (R$ 7.300 no Brasil). O principal problema é que ele é uma tela gigante que roda iOS, um sistema operacional não otimizado para tarefas realizadas em telas grandes. “E o teclado?”, você pode argumentar. Mesmo assim, o iPad Pro nunca vai ser um laptop. Ok, mas e a caneta? Apenas volte no item anterior. O Surface Book é bem mais legal.

Apple Pencil

O Apple Pencil foi elogiado por sua precisão, e por quase não haver latência entre a caneta stylus e a tela. Ótimo! Mas esta é a forma como você deve carregar o acessório de US$ 99 (R$ 849 no Brasil):

Magic Mouse 2

Como diz meu colega Adam Clark Estes:

A Apple me contatou para dizer que o dispositivo poderia sugar a carga de um dia inteiro em apenas dois minutos. Isso não é verdade. Eu o carreguei quatro vezes por dois minutos durante um dia de trabalho, mas o mouse simplesmente parava de funcionar… Sim, a porta de carregamento na parte inferior do Magic Mouse 2 é problemática.

É assim que você precisa carregar a bateria do Magic Mouse, que custa US$ 79 nos EUA e R$ 649 no Brasil:

Live Photos

Talvez inspirada nas imagens em movimento do Harry Potter, várias empresas — não só a Apple — apostaram que as pessoas queriam imagens que se moviam um pouco. O recurso Live Photos, presente no iPhone 6s, faz exatamente isso, capturando alguns segundos de imagem antes da foto que você vai tirar. Certo? Na prática, é um pesadelo. Não vi um Live Photo que não pareça que alguém sem querer quis filmar a cena.

3D Touch

Preciso dizer que entre os lançamentos da Apple deste ano, este foi o que causou maior decepção. O 3D Touch faz com que a tela do iPhone 6s seja sensível a diferentes níveis de pressão. Toques comuns funcionam como nos outros smartphones, mas se você aplicar um pouco mais de força, você ativa o 3D Touch, que funciona como se fosse um clique com o botão direito de um desktop.

Na teoria, isso abre uma série de funcionalidades, e poderia fazer do iPhone um aparelho mais multitarefa. Na prática, é bem pouco útil. Exemplos de uso: posso acessar um atalho ao recurso de mensagens do Tinder ao pressionar o ícone do app com mais força; ou, eu posso facilmente começar a escrever um novo e-mail direto da minha tela inicial. Cada um desses itens faz você economizar um ou dois toques na tela, mas ainda não são o suficiente para criar um costume de usar o 3D Touch. Esperamos que desenvolvedores encontrem formas mais interessantes de usar essa tecnologia.

Transporte público no Apple Maps

Como demorou para a Apple ter isso! Infelizmente, o recurso está restrito à China e a doze cidades em outros países – ele não existe no Brasil. E mesmo onde isso funciona, o Google Maps é infinitamente melhor.

Foto: Apple Store de Munique, na Alemanha (Matthias Schrader/AP)

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