Android L: tudo o que você precisa saber

Faz um tempo que o Google não realiza uma mudança tão grande no Android: hoje pudemos dar uma olhada na próxima grande reformulação da plataforma. A nova versão ainda não tem nome definido – “Android L” é um termo provisório – mas eis o que já sabemos sobre ela. Material Design Matias Duarte, chefe de experiência […]

Faz um tempo que o Google não realiza uma mudança tão grande no Android: hoje pudemos dar uma olhada na próxima grande reformulação da plataforma. A nova versão ainda não tem nome definido – “Android L” é um termo provisório – mas eis o que já sabemos sobre ela.

Material Design

Matias Duarte, chefe de experiência de uso do Android, subiu ao palco para apresentar a nova cara do Android, chamada de “Material Design”:

A ideia, segundo ele, é fazer com que pixels tenham mais do que cores, que eles tenham “profundidade”. Isso significa usar camadas para dar contexto a cada informação: por exemplo, ao selecionar uma mensagem no Gmail, ela “salta” em um card próprio – veja como isso funciona no vídeo acima.

O “Material Design” também facilita a transição de apps de smartphones para tablets: ele se baseia em uma barra de navegação e materiais que podem saltar e se ajustar de forma inteligente.

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Eis como vai ficar o novo Gmail. Ele ganhou uma nova tipografia que funciona tão bem em telas pequenas (de smartwatches) quando telas grandes (pense em tablets gigantes), com o mesmo design em todas as telas.

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No evento I/O do ano passado, o Google apresentou o Polymer: um kit para desenvolver websites que se ajustam a telas pequenas (de smartphone) e grandes (de tablet) automaticamente. Graças ao Polymer, o “Material Design” também pode funcionar em webapps também, que rodarão a 60 quadros por segundo na web.

Experiência de usuário

O primeiro novo recurso que o Google destacou é um dos mais importantes: a interface de usuário. Ela terá mais animações e mais feedback tátil; ou seja, suas interações não existem mais apenas em duas dimensões – e sim em três. Por exemplo, temos o discador, que ganhou efeitos de toque:

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Claro, já vimos animações antes, mas aqui elas parecem fazer o dispositivo ficar mais rápido, em vez de deixá-lo lento. Isso deve variar de acordo com o dispositivo, claro: pode ser um problema para dispositivos mais velhos.

Notificações

As notificações também ganharam algumas mudanças; elas foram simplificadas de modo que você pode ter acesso a tudo – e ainda interagir – a partir da tela de bloqueio. Toque duas vezes em uma notificação para abrir um app, deslize para descartá-la, e deslize de baixo para desbloquear o dispositivo.

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Definitivamente isso ficou mais bonito. Também existem notificações que aparecem na parte superior da tela (como no iOS), que permitem realizar ações rapidamente – como atender uma ligação ou arquivar um e-mail – e que você pode descartar com facilidade.

Tela de bloqueio mais inteligente

Senhas e padrões de desbloqueio são meio chatos e irritantes. O Android L ganhou um recurso chamado “desbloqueio pessoal”, que sabe quando você está usando um relógio com Android (Wear) e mantém seu smartphone desbloqueado, já que sabe que você está lá (ou que alguém roubou seu relógio).

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Chrome

Não só o design que será atualizado: o Chrome também vai mudar bastante. Ele ganhou uma reformulação bem grande – incluindo o “material design” – o que significa mais cards!

O Google fez algumas coisas legais; se você buscar por Noite Estrelada, a clássica pintura de Van Gogh, as cores da pintura serão aplicadas às barras. Abra a multitarefa e encontre um card para cada uma das suas abas. É meio aterrorizante para quem, assim como eu, mantém um monte de abas abertas.

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Também há uma nova interface de usuário para indexação de apps (prestem atenção, desenvolvedores!), o que significa que se você estiver no Chrome e clicar em um link do OpenTable, por exemplo, você será mandado diretamente para a página do restaurante no app do OpenTable. Agora tudo é um card, e ficou muito mais simplificado.

Outro benefício da comunicação entre apps? Se você pesquisar um local no Google Earth, e depois digitar a mesma coisa na barra de busca do Google Search, ela vai lembrar disso, e mostrar para você o resultado do Google Earth. Isso funcionará em qualquer app, não apenas do Google – dependendo, claro, da vontade dos desenvolvedores.

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Desempenho

Outra novidade que agrada principalmente desenvolvedores, mas os benefícios também afetam usuários finais. Há uma nova runtime chamada ART, que foi feito do zero para dar suporte a ARM, x86 e MIPS, e oferece duas vezes o desempenho sem que desenvolvedores precisem fazer muita coisa.

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Ele também é compatível com processadores 64-bit e é mais eficiente no consumo de memória.

Gráficos

O Google está comprometido em alcançar o desempenho do DirectX 11, e está incluindo pacotes de expansão do Android para coisas como shaders. A Unreal Engine 4 rodando em um hardware da Nvidia pareceu ótima, mas isso normalmente acontece em demos.

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O suposto nível gráfico de PC em dispositivos móveis deve chegar nos próximos meses, e pode ser ótimo, mas vamos esperar para ver.

Bateria

O Project Volta é um dos melhores nomes que vi nos últimos tempos, fazendo referência a Alessandro Volta, inventor da pilha voltaica. E o que é isso? É uma maneira de fazer a bateria ser mais eficiente. Ele oferece diversas estatísticas para desenvolvedores descobrirem o que está sugando energia, enquanto outras APIs limitam o app quando a bateria está acabando.

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Também há um novo modo Battery Saver, que corta o Wi-Fi e a energia da tela – é como um modo avião super-poderoso. Isso supostamente aumentará a duração da sua bateria em até 90 minutos.

Unificando plataformas

O que o Google deixou claro é que o Android L não é só sobre seu smartphone ou tablet. Ele vai reunir diversos produtos – incluindo alguns que ainda não existem – sejam eles relógios, carros ou dispositivos domésticos.

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Até agora não temos muitos detalhes, mas isso é compreensível; muito do Android L ainda não foi revelado. Mas o Google definitivamente tem todas as peças necessárias para fazer isso acontecer: reconhecimento de voz, detecção de contexto, e agora um design unificado que ajuda dispositivos a se adaptarem a telas diferentes – e a propósitos distintos.

Por enquanto o L é apenas um preview, então podemos esperar muito mais quando ele enfim chegar nos próximos meses (incluindo um nome!). Mas, enquanto isso, parece que os maiores ganhos estão no design unificado, flat, animado e bem bonito – só esperamos que ele não prejudique o desempenho do sistema.

Uma prévia do SDK do Android L estará disponível para desenvolvedores ainda hoje, com mais de 5.000 novas APIs.

Atualizado às 16h38

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