Apple fala sobre iPhones baratos, concorrência e (falta de) inovação

Os principais executivos da Apple – o CEO Tim Cook, o designer-chefe Jony Ive e o chefe de software Craig Federighi – conversaram com a Bloomberg Businessweek sobre a estratégia atual da empresa e sobre a concorrência, especialmente Android e Nokia. Nesta semana, veremos o lançamento do iPhone 5C e iPhone 5S na primeira leva […]

Os principais executivos da Apple – o CEO Tim Cook, o designer-chefe Jony Ive e o chefe de software Craig Federighi – conversaram com a Bloomberg Businessweek sobre a estratégia atual da empresa e sobre a concorrência, especialmente Android e Nokia.

Nesta semana, veremos o lançamento do iPhone 5C e iPhone 5S na primeira leva de países. Rumores diziam que o iPhone 5c seria o smartphone barato da Apple. Não é o caso: em nenhum momento da keynote a empresa mencionou que este seria um modelo acessível. E Tim Cook deixa isso claro:

“Nós nunca tivemos o objetivo de vender um celular de baixo custo”, diz Cook. “Nosso principal objetivo é vender um ótimo celular e proporcionar uma ótima experiência, e descobrimos uma maneira de fazer isso a um custo menor.”

O iPhone 5C basicamente traz o mesmo hardware do iPhone 5, lançado há um ano, mas em um corpo de policarbonato. Será que veremos um iPhone barato no futuro? Não, diz Cook:

Para Cook, a indústria dos celulares não faz uma corrida para o fundo, ela se divide. Uma parte, de fato, aposta em aparelhos baratos, com produtos que competem basicamente em preço… [mas] “Há um segmento do mercado que realmente quer um produto que faz muito por eles, e eu quero competir como louco por esses clientes”, diz ele. “Eu não vou perder o sono pelo outro mercado [de aparelhos baratos], porque simplesmente não é o que somos…”.

Cook reconhece que o mercado está dividido em basicamente dois sistemas operacionais, iOS e Android. O sistema do Google tem um grande papel no mercado de smartphones baratos, mas também atua no high-end. Sobre a concorrência, Tim Cook menciona os problemas da fragmentação no Android:

A fragmentação cria complexidade, e algo que Cook chama de “problemas compostos”. “Ele vai aparecer para os desenvolvedores”, diz ele. “Ele vai aparecer para as pessoas que não têm acesso a determinados apps. Ele vai aparecer em questões de segurança, porque se você não está movendo sua base de clientes para a versão mais recente, é preciso voltar e tapar buracos em coisas antigas, e isso em geral não é feito”.

O iOS 7 foi lançado ontem, e já foi adotado por um terço dos usuários. Isso impede a fragmentação no acesso a apps. No Android, um terço dos usuários está no Gingerbread, porém muitas novidades ficam restritas para as versões 4.x do sistema. Isso também significa que certas falhas de segurança, como os caracteres em árabe que travam apps, afetam bem menos usuários.

No entanto, as funcionalidades do iOS 7 variam entre dispositivos: quanto mais antigo, menos novidades ele receberá. E dispositivos mais velhos, lançados antes de 2010, ficam sem atualizações do iOS e precisam usar versões antigas de apps.

Inovação

Cook ainda tem algo a dizer sobre a Nokia. A finlandesa perdeu a liderança no mercado de celulares e, após amargar anos de prejuízo, foi comprada pela Microsoft. Para o CEO da Apple, isso aconteceu devido à falta de inovação no passado:

Cook diz: “Eu acho que [a Nokia] é um lembrete para todos na empresa que você precisa continuar a inovar, e que não inovar é morrer.”

Inovação é uma invenção que chega ao mercado. A Nokia teve muitas ideias interessantes, e bem antes da Apple – incluindo um celular touchscreen e um tablet – mas elas foram abandonadas. Após o lançamento do iPhone, a Nokia resolveu se concentrar em celulares simples, considerando o sucesso do Motorola Razr – e ela pagou caro pelo erro. Mesmo novidades incríveis, como uma câmera de 41 megapixels, não foram o bastante para manter a empresa de pé (ou ela não teria sido adquirida).

E o que a Apple tem a dizer sobre as acusações de que a empresa não inova mais? Para Jony Ive e Craig Federighi, não adianta trazer coisas novas à toa: elas precisam ser úteis e bem-integradas.

Os dois fazem questão de apontar não apenas novos recursos, mas também as camadas profundas de integração que entraram em cada um. Sobre o leitor de impressão digital do 5S, Ive diz: “muitos problemas tiveram de ser resolvidos para permitir esta ideia grande”. Sem mencionar concorrentes (Samsung), está claro que os dois executivos acreditam que muito do que passa por inovação é, na melhor das hipóteses, ilusório. “Nós não começamos de forma oportunista com 10 tecnologias para as quais tentamos arranjar utilidade só para colocar na lista de recursos“, diz Ive.

Federighi complementa: “Novidade? Novidade é fácil. Fazê-la direito é difícil.”

Os executivos ainda comentam sobre outras empresas copiarem a estratégia da Apple; sobre a queda das ações; e sobre as constantes previsões de que a Apple está fadada ao fracasso. Confira todos os detalhes no texto completo: [Bloomberg Businessweek via The Verge]

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