Apple teria reduzido precisão do Face ID para acelerar a produção do iPhone X

A Bloomberg publicou uma atualização da interminável saga sobre os atrasos do iPhone X. A reportagem afirma que a Apple “silenciosamente disse aos fornecedores que eles poderiam reduzir a precisão da tecnologia de reconhecimento facial [do iPhone X] para torná-lo mais fácil de fabricar”. Ainda não sabemos quão pior ele será, mas a alegação de […]

A Bloomberg publicou uma atualização da interminável saga sobre os atrasos do iPhone X. A reportagem afirma que a Apple “silenciosamente disse aos fornecedores que eles poderiam reduzir a precisão da tecnologia de reconhecimento facial [do iPhone X] para torná-lo mais fácil de fabricar”. Ainda não sabemos quão pior ele será, mas a alegação de que a Apple estaria poupando qualidade para atender a demanda dos usuários é bombástica.

Nas últimas semanas, não tem sido segredo algum que a Apple está com problemas para fabricar unidades suficientes de iPhone X, com cada peça sendo vendida a US$ 1.000. A função de reconhecimento facial foi muitas vezes citada como o motivo para os atrasos, devido à nova tecnologia necessária para fazê-lo funcionar. E o fato dele ser uma função completamente nova torna isso bem relevante para o caso. A visão da Apple de como o Face ID irá funcionar é muito ambiciosa e se baseia em componentes altamente sofisticados que nunca foram incorporados a um conjunto tão pequeno quanto um celular. A Bloomberg descreve as dificuldades, principalmente a do projetor de pontos, em detalhes:

O projetor de pontos é o principal problema de produção da Apple. O projetor de pontos usa algo chamado vertical cavity surfasse-emitting laser, ou VCSEL. O laser dispara feixes de luz por uma lente óptica wafer-level que foca nos 30 mil pontos de luz infravermelha projetados no rosto do usuário. O laser é feito de arsenieto de gálio, um material semicondutor, e a lente é feita de vidro; ambos são frágeis e fáceis de quebrar. Precisão é muito importante. Se os componentes microscópios estão fora do lugar por mícrons, uma fração de um fio de cabelo, a tecnologia pode não funcionar corretamente…

Como Jony Ive explicou durante um evento da New Yorker no início deste mês, a Apple vem trabalhando na tecnologia por trás do Face ID há cinco anos. O protótipo original, ele disse, era do tamanho de uma caixa de sapatos, e agora a companhia tenta encaixar a mesma tecnologia em um espaço no iPhone X que não é maior que alguns palitos de dentes. O Microsoft Kinect, explica a Bloomberg, é o único outro hardware com produção em massa que usa tecnologia semelhante, e o tamanho dele é bem mais próximo do de uma caixa de sapatos do que de um iPhone.

Inicialmente, a Apple afirmou que o Face ID falharia apenas uma vez a cada um milhão de tentativas, um grande avanço da uma em 50 mil tentativas do TouchID. Então, se a fabricante diminuir a margem de erro do FaceID para, digamos, uma em 900 mil, ainda será um grande avanço.

Entretanto, isso não ajuda a Apple a manter a demanda por iPhone X. Ming-Chi Kuo, um analista da Apple da KGI Securities, previu na semana passada que apenas dois a três milhões de iPhone X estariam disponíveis durante o lançamento em 3 de Novembro. Kuo disse anteriormente que 40 milhões de iPhone X estariam disponíveis para o fim do ano. Não é difícil imaginar um cenário em que a Apple tenha apenas metade dos iPhone X que ela previu.

Leitores cínicos podem pensar: “E daí, nem todo fanboy consegue comprar um caro telefone da Apple no dia que essa joça é lançada”. E eles estão provavelmente corretos. Algumas pessoas que queiram comprar um iPhone X no lançamento não vão conseguir. Mas isso não é um fenômeno novo para a Apple. No ano passado, a companhia anunciou pouco antes do lançamento que o novo iPhone 7 Plus não estaria disponível nas lojas no dia do lançamento e que o novo iPhone 7 na cor jet black teria poucas unidades. E sabe o que aconteceu? O mundo continuou a girar.

Apesar da informação da Bloomberg, recebemos uma resposta da Apple, defendendo seu produto e afirmando que não há verdade alguma no que foi publicado pelo veículo.

A empolgação do consumidor com o iPhone X e o Face ID tem sido incrível, e não vemos a hora de eles colocarem as mãos no dispositivo na sexta-feira, 3 de novembro. O Faceb ID é um sistema de autenticação poderoso e seguro que é incrivelmente intuitivo e fácil de usar. A qualidade e precisão do Face ID não mudaram. Continua a ser de uma em um milhão a probabilidade de uma pessoa aleatória destravar seu iPhone com o Face ID.

A afirmação da Bloomberg de que a Apple reduziu a precisão do Face ID é completamente falsa, e esperamos que o Face ID seja o novo padrão de ouro para a autenticação facial.

[Bloomberg]

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