Apple oferece assistência ao FBI em investigação do atirador do Texas

O FBI aparentemente perdeu uma janela de oportunidade na qual poderia ter buscado a ajuda da Apple no acesso aos dados do iPhone usado pelo atirador de Sutherland Springs, no Texas. O FBI anunciou, durante entrevista coletiva nesta quarta-feira (9), que não havia conseguido descriptografar o celular, classificando isso como mais um exemplo do impedimento […]

O FBI aparentemente perdeu uma janela de oportunidade na qual poderia ter buscado a ajuda da Apple no acesso aos dados do iPhone usado pelo atirador de Sutherland Springs, no Texas.

O FBI anunciou, durante entrevista coletiva nesta quarta-feira (9), que não havia conseguido descriptografar o celular, classificando isso como mais um exemplo do impedimento imposto por empresas de tecnologia na capacidade das autoridades de investigar crimes. Embora o agente especial Christopher Combs tenha se recusado a dar o nome do fabricante do dispositivo durante a entrevista, o Gizmodo descobriu que se trata de um iPhone.

A Apple encoraja seus consumidores a criptografar seus iPhones com uma senha e impressão digital para proteger seus dados de ladrões ou invasores. Mas essas sugestão de segurança prática colocou a empresa em rota de colisão com o FBI, que quer que a companhia e outras de tecnologia descriptografem seus dispositivos durante investigações.

O recurso de desbloqueio por impressão digital da Apple, o Touch ID, só funciona por até 48 horas depois de seu último uso. Depois das 48 horas, a Apple exige que o usuário coloque sua senha para desbloquear o celular, não aceitando mais uma impressão digital para a autenticação. Entretanto, o FBI não contou à Apple ou ao público que estava tentando destravar o dispositivo antes das 48 horas esgotarem, segundo revelou uma fonte próxima à investigação.

Um porta-voz da Apple disse em um comunicado que a empresa entrou em contato com o FBI imediatamente depois da entrevista coletiva:

Ficamos chocados e entristecidos pela violência no Texas no último domingo e nos juntamos ao mundo no luto pelas famílias e pela comunidade que perdeu tantos entes queridos.

Nossa equipe imediatamente entrou em contato com o FBI depois de saber, a partir de sua entrevista coletiva na terça-feira, que os investigadores estavam tentando acessar um celular. Oferecemos assistência e dissemos que agilizaremos nossa resposta legal a qualquer processo que nos enviem.

Trabalhamos com as autoridades todos os dias. Oferecemos treinamentos para milhares de agentes para que eles possam entender nossos dispositivos e como pedir informação rapidamente para a Apple.

A Apple oferece assistência técnica às autoridades e vai ajudar os investigadores a acessarem dados armazenados no iCloud quando puder fazê-lo. Perguntado se o FBI havia pedido assistência técnica com o celular do atirador de Sutherland Springs, o porta-voz da Apple disse que não.

Os recursos de segurança do iPhone dificultam a extração de dados do dispositivo. Depois do massacre de 2015 em San Bernardino, na Califórnia, o FBI tentou obrigar a Apple a ajudar a descriptografar o celular. O esforço foi abandonado quando o FBI contratou um terceiro para desbloquear o aparelho, mas o LA Times noticiou que os investigadores não encontraram nenhuma pista no dispositivo.

Imagem do topo: Getty

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