Este besouro minúsculo está preso num âmbar há 99 milhões de anos

Besouros de asa com penas estão entre os menores insetos do mundo — e um pesquisador conseguiu encontrar uma espécie antiga, de 99 milhões de anos, presa em um âmbar. Com apenas meio milímetro de diâmetro, este coleóptero do período Cretáceo tem como assinatura suas asas franjadas. Aliás, na imagem acima, o besouro não é […]

Besouros de asa com penas estão entre os menores insetos do mundo — e um pesquisador conseguiu encontrar uma espécie antiga, de 99 milhões de anos, presa em um âmbar. Com apenas meio milímetro de diâmetro, este coleóptero do período Cretáceo tem como assinatura suas asas franjadas. Aliás, na imagem acima, o besouro não é esse inseto em destaque no lado direito, mas um pequeno ponto na parte de baixo do âmbar.

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“Esses besouros viveram no período Cretáceo, então eles viveram com os dinossauros”, disse Shuhei Yamamoto, um entomologista (biólogo especializado em insetos) do Museu Field de História Natural que descobriu o besouro. Os besouros dessa espécie não batem as asas, mas as utilizam para flutuar no ar como o dente-de-leão. Yamamoto disse ao Gizmodo que este besouro provavelmente estava planando quando ficou preso na seiva de árvores, onde permaneceu por milhões de anos.

Os pesquisadores decidiram chamar o pequeno besouro de Jason (ou Jasão, no nome em português), uma referência ao herói grego que navegou pelo mundo em busca do velo de ouro. O nome oficial da espécie é kekveus jason, como descrito em um estudo publicado no mês passado no periódico Cretaceous Research.

Inicialmente, Yamamoto não tinha certeza se Jason era um inseto ou só um pouco de poeira, mas depois poli-lo, dar zoom e tirar fotos, ele pode confirmar que a espécie era, de fato, um pequeno besouro pré-histórico. “Levou mais de dois anos para nós tirarmos as fotos que estão no estudo”, disse.

“É muito difícil encontrar pequenas coisas no âmbar”, disse Paul Selden, paleontólogo e arqueólogo da Universidade do Kansas, que não esteve envolvido neste novo estudo. “No entanto, quando você tem uma peça polida em um microscópio e pode gastar um tempo a pesquisando, então todos os tipos de itens interessantes aparecem. Leva tempo, mas vale a pena.”

Super zoom de Jason, que morreu exibindo suas asas franjadas. Imagem: Shuhei Yamamoto/Field Museum

Jason, cujo leito de morte foi encontrado em Hukawng Valley, na Birmânia, é agora o besouro mais velho da linhagem das espécies com asa de penas franjadas. Atualmente, é possível encontrar esses besouros — ou talvez encontrá-los, pois são muito pequenos — flanando por várias partes do mundo, especialmente em regiões temperadas e tropicais. O fato de Jason ter uma série de características presentes nos besouros da mesma espécie de hoje em dia é importante, segundo Yamamoto. Isso mostra que a espécie evoluiu na capacidade de flanar, mesmo sendo pequena, mais cedo do que os entomologistas haviam pensado.

Esta última descoberta de âmbar é a última de várias que ocorreram nos últimos dois anos. Uma equipe da qual Selden fez parte, da Universidade do Kansas, achou uma aranha com uma cauda em um âmbar no início do ano, e outros pesquisadores encontraram carrapatos envoltos em seda de aranha e ainda um inseto estranho com olhos esbugalhados. Deve vir ainda mais coisas por aí — Yamamoto disse que atualmente está trabalhando em 30 projetos diferentes envolvendo insetos presos em âmbar.

[Cretaceous Research]

Imagem do topo: o besouro não é o inseto maior, mas um ponto super pequeno na parte inferior do âmbar. Crédito: Shuhei Yamamoto/Field Museum.

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