A sala BoomRoom reproduz sons que apenas você pode ouvir e tocar

Alguns ambientes têm uma acústica especial: em certos pontos, você pode sussurrar para alguém, e a pessoa consegue ouvir a vários metros de distância. E se alto-falantes pudessem fazer isso, levando sons para ouvintes específicos… e até para certos objetos? Em Berlim, o professor Jörg Müller desenvolveu a “BoomRoom”. Trata-se um círculo com 56 alto-falantes […]

Alguns ambientes têm uma acústica especial: em certos pontos, você pode sussurrar para alguém, e a pessoa consegue ouvir a vários metros de distância. E se alto-falantes pudessem fazer isso, levando sons para ouvintes específicos… e até para certos objetos?

Em Berlim, o professor Jörg Müller desenvolveu a “BoomRoom”. Trata-se um círculo com 56 alto-falantes direcionais, 16 câmeras para reconhecimento de gestos, e o mais importante: algoritmos inteligentes para processamento de áudio.

Esta sala cria uma experiência interativa de som, diferente de qualquer outra. Sons específicos que representam dados – como um e-mail ou um tweet – voam pela sala e podem ser capturados simplesmente agarrando-os com a mão. A New Scientist explica:

Uma música, por exemplo, poderia ser atribuída a um objeto na sala, como um vaso. Para reproduzi-la, você simplesmente pega o vaso e “jorra” a música no ar. Gestos como distanciar ou juntar as mãos altera o volume, graves e agudos. “Os instrumentos ficam no ar, para que você possa fazer sua própria mixagem de som”, diz Müller…

Mas espere, tem mais!

Outro objetivo é atribuir sons a itens em uma sala para reduzir o número de aparelhos que precisamos. Uma tigela de bolas de gude, por exemplo, pode se tornar uma secretária eletrônica. A tigela pode emitir “cliques” quando houver mensagens; o usuário pega uma bola de gude para ouvir uma mensagem. Depois, para excluir a mensagem, basta retirar a bolinha da tigela.

Isso parece estranho, e é mesmo. Porém, há muitas aplicações no mundo real para esta tecnologia de som direcionado.

A segmentação precisa dos sons, por exemplo, pode facilitar a vida de quem possui visão fraca. Em vez de usar uma bengala para andar por um cômodo, objetos específicos fariam um som indicando a sua localização, e só a pessoa cega iria ouvi-los. Em um carro, alto-falantes de “hipersom” fariam só o motorista ouvir as instruções do GPS.

Esta tecnologia não está apenas em Berlim. Na Califórnia, os alto-falantes de hipersom estão sendo testados em vários McDonald’s para que o áudio da TV só atinja determinadas mesas, sem incomodar quem não quiser ouvi-la. É algo bacana e que pode ser bem útil. [BoomRoom via New Scientist]

boomroom 2

O BoomRoom permite “tocar”, agarrar e manipular sons no ar. Além disso, objetos reais podem criar a impressão de emitirem som (a), mesmo quando sendo movidos (b). Os sons podem ser apanhados (c) e colocados no ar (d). Usamos objetos do mundo real para aumentar o feedback auditivo. Por exemplo, usando uma tigela como objeto de filtro (e). Finalmente, os sons podem ser inseridos em objetos para serem encontrados mais rapidamente (f). Os sons podem ser ouvidos em qualquer lugar da sala, e parecem se originar da fonte virtual do som, independentemente da posição dos ouvintes.

Imagem via Shutterstock; diagrama por Jörg Müller et al.

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