Cientistas criam primeira expansão de memória para o cérebro

Imagine inserir um cartão de memória no cérebro e dar uma de Neo em Matrix, dizendo “Whoa! Eu sei kung-fu!”. Na verdade, isto não parece tão distante assim: cientistas criaram um chip que permite a ratos aprender coisas instantaneamente. É incrível. Depois de estudar as interações químicas que permitem o aprendizado de curto prazo e […]

Imagine inserir um cartão de memória no cérebro e dar uma de Neo em Matrix, dizendo “Whoa! Eu sei kung-fu!”. Na verdade, isto não parece tão distante assim: cientistas criaram um chip que permite a ratos aprender coisas instantaneamente. É incrível.

Depois de estudar as interações químicas que permitem o aprendizado de curto prazo e memorização nos ratos, um grupo de cientistas liderado pelo Dr. Theodore Berger – da Faculdade de Engenharia Viterbi, da University of South California – construiu um chip em forma de prótese que usa eletrodos, para melhorar e expandir a memória dos ratos. O chip consegue armazenar sinais neurais, basicamente funcionando como uma memória eletrônica, permitindo a ratos aprenderem mais e armazenarem o aprendizado nesses dispositivos.

A descrição que o Dr. Berger faz dá até um pouco de medo:

“Você liga o interruptor, e os ratos se lembram. Você o desliga, e os ratos esquecem.” (…) Estes estudos de modelagem experimental integrada mostram, pela primeira vez, que com informação suficiente sobre a codificação neural das memórias, uma prótese neural capaz de identificar e manipular, em tempo real, o processo de codificação pode restaurar e até melhorar os processos mnemônicos cognitivos.

O experimento é o seguinte: O rato precisa pressionar uma alavanca em vez de outra para receber uma recompensa. Enquanto ele aprendia a fazer isto, as mudanças no cérebro por causa do aprendizado eram capturadas através de eletrodos. A memória de curto prazo deveria virar memória de longo prazo, e o rato iria aprender de vez qual alavanca pressionar. Aí está o experimento: os cientistas bloquearam a área do cérebro que permite aos ratos gravarem o aprendizado. Dessa forma, os ratos só lembravam como pressionar a alavanca por até dez segundos – depois esqueciam.

E a prótese neural? Ela era a memória de longo prazo dos ratos: ou seja, em vez de gravar o aprendizado no cérebro, ele era gravado no chip. Quando o chip estava conectado ao rato, ele se lembrava de quais alavancas pressionar; quando desligavam o chip, o rato só tinha a memória de curto prazo.

Os experimentos da equipe, detalhados no trabalho “Uma Prótese Neural Córtica para Restaurar e Melhorar a Memória”, poderiam levar ao desenvolvimento de dispositivos que podem ajudar pessoas afetadas pelo mal de Alzheimer, derrames ou outros problemas no cérebro. Na verdade, eles já estão trabalhando no próximo passo: reproduzir o mesmo resultado em macacos. [University of South California]

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