Cientistas transformaram células da pele em células cerebrais usando pacientes com Alzheimer

A imagem acima mostra neurônios, ou células cerebrais, artificiais que um dia foram células da pele. E a possibilidade de fazer essa transformação pode mudar completamente a forma como tratamos a doença de Alzheimer. Usando uma mistura especial de pequenas moléculas, duas equipes científicas da China puderam transformar células da pele humana em neurônios com sucesso. […]

A imagem acima mostra neurônios, ou células cerebrais, artificiais que um dia foram células da pele. E a possibilidade de fazer essa transformação pode mudar completamente a forma como tratamos a doença de Alzheimer.

Usando uma mistura especial de pequenas moléculas, duas equipes científicas da China puderam transformar células da pele humana em neurônios com sucesso. Eles esperam que a técnica possa um dia ajudar a rejuvenescer tecidos problemáticos nos cérebros de pacientes com Alzheimer.

As duas equipes da China focaram em estratégias para converter células da pele em neurônios, com um grupo focando nas células epidérmicas de ratos, enquanto o outro trabalhava com as células humanas. Os resultados do trabalho foram publicados na semana passada no Cell Stem Cell. A equipe trabalhando com células humanas adquiriu amostras de pacientes com Alzheimer, já que o objetivo final desta pesquisa é produzir células cerebrais funcionais que poderiam substituir tecidos falhos nos cérebros de pacientes com demência. Como os tecidos foram feitos com amostras do corpo do próprio paciente, não existiam riscos de rejeição.

A técnica funcionou tanto para ratos quanto humanos, mas ainda estamos longe de transformar essa descoberta em uma terapia funcional para pacientes de Alzheimer. Mas ainda assim, são resultados promissores, especialmente já que o tratamento não requer técnicas de engenharia genética caras e dificultosas.

O biólogo celular do estudo, Hongkui Deng, da Universidade de Pequim, disse em um release:

As pequenas moléculas que são usadas nesta abordagem química são permeáveis; de custo efetivo; e de fácil sintetização, preservação e estabilização; e seus efeitos podem ser revertidos. Além disso, o uso de pequenas moléculas pode ser melhorado ao ajustar suas concentrações e durações, e a abordagem ignora desafios técnicos e preocupações de segurança de manipulações genéticas, as quais podem ser promissoras às aplicações futuras.

Mais animador ainda é a possibilidade que a pequena mistura molecular pode ser modificada para induzir as células da pele a se transformarem em neurônios específicos.

Joan Zhao, pesquisadora do Instituto Xangai para Ciência Biológicas, trabalhou com a parte humana do projeto:

Pode ser possível gerar diferentes subtipos de neurônicos com uma abordagem química semelhante mas usando coquetéis químicos levemente modificados. Também é necessário explorar se neurônios funcionais podem ser induzidos pelos coquetéis químicos de organismos vivos com doenças ou feridas neurológicas.

O comentário final é o mais intrigante: a pesquisadora passa a ideia que poderemos usar estas pequenas moléculas — as quais ela chama de “coquetéis químicos” — em uma pessoa viva para converter as células vivas dela em neurônios frescos diretamente no local. Imagine cultivar neurônios frescos no seu próprio braço, e então transplantá-los para o seu cérebro ou medula espinhal para curar um ferimento ou regiões com células defeituosas.

Você pode ler os estudos completos (estudo um e estudo dois) na Cell Stem Cell.

Foto de capa: cortesia de Gang Pei e Jian Zhao

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