O que aconteceria se um cometa gigante atingisse o Sol?

Temos vastos exemplos culturais que imaginam o que aconteceria caso um cometa se chocasse contra a Terra. Mas e contra o Sol?

Por sermos os humanos atormentados que somos, adoramos imaginar o que aconteceria se um enorme cometa atingisse a Terra. Mas e se uma enorme rocha de gelo se chocasse contra o Sol? Uma equipe de astrônomos fez os cálculos para descobrir isso.

“Já dei palestras sobre elas e as chamo de bolas de neve supersônicas no inferno”, diz John Brown, astrônomo real da Escócia, à New Scientist.

À medida que pequenos cometas se aproximam do Sol, eles começam a se sublimar devido à intensa radiação, e acabam se quebrando em pedaços menores. Mas diversos cometas grandes já puderam passar pela camada externa do Sol, ou corona. Então, o que aconteceria se em vez de raspar a superfície, um destes corpos gigantes se chocasse contra a baixa atmosfera da estrela?

Primeiro, entrar na gravidade do Sol aceleraria o cometa a uma velocidade acima de 600 km/s e a atmosfera da estrela achataria o cometa como uma panqueca antes dele explodir feito uma bomba, liberando tanta energia quanto uma ejeção de massa coronal. A explosão pode até causar terremotos que enviam ondulações pela atmosfera. Aqui na Terra, provavelmente detectaríamos erupções de luzes UV e raios-x.

A New Scientist explica:

A colisão desencadearia tanta energia quanto uma erupção magnética ou ejeção de massa coronal, mas sobre uma área muito menor. “É como uma bomba sendo liberada na atmosfera do Sol”, diz Brown. O impulso propelido pelo cometa poderia até mesmo fazer o Sol vibrar como um sino, com subsequentes terremotos ecoando através da atmosfera solar.

Entretanto, para conseguir este feito espetacular, o cometa precisaria pesar no mínimo 10^9 quilogramas, quase o mesmo que a Pirâmide de Quéops. Isso é 100 vezes mais leve que os cometas ISON e Lovejoy, que já passaram próximo da superfície do Sol em anos recentes. Então, enquanto bem improvável, este fenômeno astronômico em particular é definitivamente possível — e eu ficarei com os dedos cruzados, porque terremotos solares parecem 100% incríveis.

[New Scientist]

Foto de capa: NASA/JPL-Caltech/GSFC

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