Como a caneta evoluiu de um humilde pincel para um instrumento preciso para escrever com perfeição

Sim, você pode comprar aquelas canetas Bic azuis no atacado se quiser – um montão delas custa quase tanto quanto um cafezinho. E todas as canetas são praticamente a mesma coisa, certo? É claro que não. Canetas baratas têm mais probabilidade de sujar seu rosto, vazar no seu bolso ou manchar sua página. Mas mesmo […]

Sim, você pode comprar aquelas canetas Bic azuis no atacado se quiser – um montão delas custa quase tanto quanto um cafezinho. E todas as canetas são praticamente a mesma coisa, certo? É claro que não. Canetas baratas têm mais probabilidade de sujar seu rosto, vazar no seu bolso ou manchar sua página.

Mas mesmo as canetas baratas foram tecnologia de última geração em algum momento. Vamos dar uma olhada em como escrever com tinta evoluiu ao longo dos séculos.

Pincéis foram os primeiros precursores das canetas, aparecendo na China como instrumentos de escrita por volta do primeiro milênio A.C. Por volta dos anos 300 A.C., os egípcios usavam junco para comunicação escrita, e por volta do século 7, os europeus tinham adotado penas de pássaros para arrastar tinta ao longo de uma página.

Canetas de pena foram uma enorme inovação – elas não eram volumosas ou duras como as ferramentas de escrita que vieram antes. Sua curvatura natural diminuiu a fricção entre a caneta e o papel, e por serem mais finas eram mais fáceis de segurar.

Por algumas centenas de anos, mergulhar penas na tinta era a melhor maneira de colocar palavras em uma página. Mas no século 19, as pessoas trocaram as penas por instrumentos de metal para escrever. A primeira caneta de metal feita por máquinas veio da Inglaterra em 1828. Ela era ótima para as fabricantes, mas o processo de mergulhar, escrever e mergulhar novamente ainda era tedioso para quem trabalhava com a escrita.

Finalmente, em 1884, o inventor americano L.E. Waterman criou a primeira caneta tinteiro prática. Ela não foi a primeira caneta a armazenar tinta, mas a invenção de Waterman foi a primeira a regular a saída de tinta. De acordo com a sua patente, foi assim que ele fez isso:

A tendência de um fluxo de tinta intenso e excessivo… será compensado por um aumento no influxo de ar… para preencher o vácuo que tende a ser produzido dentro do reservatório, retardando assim o fluxo e automaticamente regulando o mesmo.

Apesar de canetas esferográficas também datarem do final do século 19, elas não fizeram sucesso até a década de 40.  A caneta esferográfica feita por Lázló Bíró, um jornalista húngaro que morava na Argentina, realmente deu início à mania. A caneta de Bíró foi a primeira a usar tinta de secagem rápida e uma bola para regular o fluxo. O combo reduzia a fricção na página e atenuava o problema com manchas.

As nossas canetas esferográficas atuais usam basicamente a mesma configuração, com componentes melhorados, materiais melhores e mais engenharia atual.

A tinta também melhorou com o tempo. Nós queremos uma linha certinha com uma espessura consistente. Sem acúmulo de tintas, sem falhas. Os designers de canetas pensam bastante na melhor maneira de conseguir isso. Eu liguei para a Uni-Ball, os fabricantes da única caneta que eu uso, para aprender mais sobre essa mágica das tintas.

“A tinta das canetas tinteiro tradicionais tem base de óleo e é muito espessa”, diz Samantha Brown, a gerente de marca da Uni-Ball. “A Jetstream usa uma tinta híbrida, que é uma mistura de tinta de caneta tipo gel com tinta de caneta esferográfica”. Isso significa que ela é mais fina e mais viva do que uma tinta de caneta comum, então é mais suave para rolar. A fórmula também permite que a tinta permaneça com suas propriedades de secagem rápida, algo que você perderia com uma caneta tipo gel comum.

Tem muitas coisas sobre a tinta que as pessoas comuns nunca pensam: a fricção entre o papel e a caneta, por exemplo. Teste uma daquelas canetinhas que vem em um pacote com 12 e que custa só alguns trocados e então teste uma que você pagou um tanto a mais. O mais provável é que a que custou mais será melhor. Ela não vai grudar no papel e a tinta não irá falhar. A chave para uma caneta esferográfica melhor é a baixa viscosidade. A Jetstream consegue isso adicionando solvente lubrificante a sua tinta. O resultado é 40% menos fricção se comparado com canetas baratas que você compra em pacotes.

A mágica da tinta não acaba aqui. “É resistente à água, água sanitária, hidróxido de amônio e ácido hidroclorídrico também”, explica Brown. Isso tudo é para evitar que pessoas mal intencionadas fraudem seus cheques e outros documentos importantes com um frasco de removedor de esmalte. Uni-ball usa Super Ink, uma fórmula resistente à adulteração que eles desenvolveram em 1986 – naquela época verificar adulterações era algo praticado o tempo todo. O material entra nas fibras do papel junto com o pigmento e a tinta com base de corantes para aguentar mesmo quando for submetido à tratamento químico.

Nós percorremos um longo caminho! Além de fazer a liberação de tinta, os mecanismos tornaram as canetas mais macias. Um melhor entendimento da ergonomia as tornou mais fáceis de segurar e elas até mesmo funcionam bem atualmente mesmo em altitudes muito elevadas. Você só tem que comprar um modelo com o equivalente a um século de inovações na sua ponta esferográfica. Nós escrevemos com tão pouca frequência atualmente, vale a pena gastar um pouco a mais para garantir que vai ser uma experiência agradável, sem manchas.


Rachel Swaby é uma escritora freelancer que mora em São Francisco. Acompanhe-a no Twitter.

Imagem: Shutterstock/Joney

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