Como uma cidade coberta por Wi-Fi gratuito ainda depende de LAN house?

O G1 está com uma série de reportagens bastante interessantes, mostrando como pessoas de diferentes lugares do Brasil se relacionam com a tecnologia. O assunto agora é o Floresta Digital, projeto de R$6,2 milhões para levar internet de graça a todas as regiões urbanas do Acre. Piadinhas sem graça sobre o Acre à parte, a […]

O G1 está com uma série de reportagens bastante interessantes, mostrando como pessoas de diferentes lugares do Brasil se relacionam com a tecnologia. O assunto agora é o Floresta Digital, projeto de R$6,2 milhões para levar internet de graça a todas as regiões urbanas do Acre. Piadinhas sem graça sobre o Acre à parte, a ideia é muito boa, mas parece mal implementada: moradores com antena em casa não recebem sinal, e escolas têm sinal mas não têm acesso. O que acontece?

Segundo o G1, o Floresta Digital já cobre 100% da capital (Rio Branco), está presente em mais 14 municípios, e será implementado em outros sete. Só que mesmo quem mora em Rio Branco tem dificuldades no acesso. O Wi-Fi gratuito está disponível em apenas 15 pontos de acesso na cidade; cada ponto cobre um raio máximo de 500m. Ou seja, quem quer ter Wi-Fi de graça em casa precisa comprar uma antena por R$200, ou um roteador por R$400.

Só que, muitas vezes, os técnicos colocam a antena de forma errada – ou torta, ou apontando pra direção errada, ou apontando pra baixo. E quando chove, a internet pode cair: o Floresta Digital recebe a internet por fibra ótica, mas a distribui via rádio, que sofre com instabilidade quando chove. Por isso, mesmo tendo internet gratuita em casa, há quem dependa da LAN house – seja pela instabilidade do Wi-Fi (“fica disponível por 30 minutos, depois já cai”), seja pela baixa velocidade. Até escolas que receberam o Wi-Fi gratuito ainda não têm internet no laboratório de informática.

Talvez você pense, “Ah, mas é de graça, não dá pra cobrar muito”. Não dá pra pensar dessa forma. Um bom exemplo de Wi-Fi gratuito está no Rio de Janeiro, um projeto presente em favelas e praias que funciona com relativo sucesso. O projeto Rio Estado Digital começou em 2009, oferecendo Wi-Fi de graça no morro Dona Marta; desde então, mais três comunidades pacificadas (ou seja, com UPPs) receberam o sinal gratuito. O projeto chegou até mesmo à Rocinha, que não é controlada pelo Estado, e agora vai chegar ao Complexo do Alemão. A internet gratuita também está presente na orla da zona sul – nas famosas praias de Copacabana, Ipanema, Leblon… – no centro do Rio e em seis cidades da Baixada Fluminense.

E o serviço funciona bem? O jornal O Dia testou o serviço, e verificou que ele funciona bem na orla das praias e em favelas, com estabilidade e velocidade de banda larga. Ou seja, o serviço é de graça e funciona. Claro, nem tudo é perfeito: nas cidades próximas ao Rio, o serviço parece deficiente; e no centro do Rio, o serviço sofre com o vandalismo e roubo de cabos. Mas o projeto Rio Estado Digital parece estar bem-encaminhado; o Floresta Digital, no entanto, precisa melhorar.

Se você tem alguma dúvida sobre o Floresta Digital, vá ao G1 saber mais sobre o projeto. [G1]

Foto por Laura Bretano/G1; infográfico por O Dia

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