_Tecnologia

Discurso perdido de 1983 fará você pensar que Steve Jobs era do futuro

Steve Jobs era do futuro? Não, mas ouvi-lo em 1983 acertando tantas previsões sobre a tecnologia moderna faz essa parecer uma hipótese quase real. Basta ouvir o discurso que Steve Jobs apresentou na Conferência Internacional de Design em Aspen, em 1983. É como se Jobs soubesse que a Apple faria o iPad, que o celular […]

Steve Jobs era do futuro? Não, mas ouvi-lo em 1983 acertando tantas previsões sobre a tecnologia moderna faz essa parecer uma hipótese quase real.

Basta ouvir o discurso que Steve Jobs apresentou na Conferência Internacional de Design em Aspen, em 1983. É como se Jobs soubesse que a Apple faria o iPad, que o celular seria o futuro, que a App Store era necessária, que tudo seria conectado sem fio e que coisas como o Google Street View e a Siri tomariam nossas vidas.

Parece fácil prever isso agora, mas Steve Jobs fez este discurso em 1983. Na época, o Macintosh ainda nem havia sido lançado. O computador líder de vendas era o Apple II, e o segundo mais popular era da IBM. Michael Jackson havia há pouco feito seu primeiro moonwalk. Isso aconteceu há muito, muito tempo.

Eis alguns trechos notáveis da visão de Jobs para o futuro, reunidos por Marcel Brown, que digitalizou a fita cassete onde estava o discurso “perdido”. Basta ouvir Jobs falar sobre algo que parece muito com o iPad que usamos hoje:

“A estratégia da Apple é realmente simples. O que nós queremos é colocar um computador incrivelmente ótimo em um livro que você possa levar com você e aprender a usar em 20 minutos. Isso é o que queremos fazer, e ainda nesta década. E nós realmente queremos fazer isso com um link de rádio, para que você não tenha que conectá-lo a nada, e para se conectar com vários bancos de dados maiores e outros computadores.”

Jobs estava algumas décadas adiantado na previsão, mas um computador fácil de usar, e do tamanho de um livro? Pois é. De acordo com Brown, eis outras previsões do futuro que Jobs disse em seu discurso:

• Ele fala de forma confiante sobre o computador pessoal ser um novo meio de comunicação. De novo, isto é antes de redes serem comuns, e antes haver qualquer vestígio de que a Internet iria se difundir. No entanto, ele fala especificamente sobre sistemas primitivos de e-mail, e como ele iria redefinir a comunicação. Ele afirma com naturalidade que, quando tivermos computadores portáteis com links de rádio, as pessoas poderiam ir para qualquer lugar e acessar seu e-mail. De novo, isto é 1983, pelo menos 20 anos antes da era da computação no celular.

• Ele cita um experimento feito pelo MIT que soa muito como uma aplicação do Google Street View.

• Ele compara a indústria nascente de desenvolvimento de software à indústria da música. Ele diz que a maioria das pessoas não sabe necessariamente qual computador elas querem comprar. No entanto, quando se entrava em uma loja de discos, elas definitivamente sabiam quais músicas elas gostavam. Isso porque eles recebiam amostras grátis de música ouvindo rádio. Ele achava que a indústria de software precisava de algo como uma estação de rádio, para que as pessoas pudessem experimentar o software antes de comprá-lo. Ele acreditava que a distribuição de software através de lojas tradicionais era arcaico, já que o software é digital e pode ser transferido eletronicamente através de linhas telefônicas. Ele prevê pagar por software de uma forma automatizada, usando linhas de telefone e cartões de crédito.

Eu não sei quanto a você, mas acho que isso soa incrivelmente semelhante ao conceito da App Store da Apple. Além disso, sua comparação com a indústria da música só pode ser um prenúncio da loja iTunes.

Você precisa ouvir por si próprio para acreditar. Ao todo, são 20 minutos de áudio guardado há décadas. Se você quiser ouvir o discurso inteiro de Steve Jobs, visite o Life, Liberty and Tech; lá você também poderá ler mais trechos que Brown anotou. [Life, Liberty and Tech via TNW]

Sair da versão mobile