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Por que escolher entre Android e iOS ainda é importante

Ligue um iPhone X ao lado de um Galaxy Note 8 e você pode achar que não há mais tanta diferença assim em escolher entre o Android e o iOS. Eles oferecem os mesmos aplicativos, nos mesmos tipos de grades, com abordagens semelhantes para notificações e configurações rápidas. Nesta altura do campeonato você provavelmente está […]

Ligue um iPhone X ao lado de um Galaxy Note 8 e você pode achar que não há mais tanta diferença assim em escolher entre o Android e o iOS. Eles oferecem os mesmos aplicativos, nos mesmos tipos de grades, com abordagens semelhantes para notificações e configurações rápidas. Nesta altura do campeonato você provavelmente está feliz com sua escolha do sistema operacional e pretende ficar com ele. Existe realmente algum motivo para mudar? Bem, sim, ainda existem alguns.

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Android e iOS podem ter pego emprestados recursos uns dos outros ao longo dos anos para tornar as diferenças superficiais não tão grandes assim (o iOS até tem Widgets hoje em dia), mas dê uma olhada com mais cuidado e encontrará três pontos principais em que cada um tem suas peculiaridades. Listamos abaixo o que você precisa saber sobre eles, e o porquê da sua escolha de sistema operacional ainda ser importante.

Privacidade

Nos últimos anos, a Apple tem gostado de ressaltar as vantagens de privacidade dos usuários no iOS. Menos de seus dados são enviado para a nuvem, a maior parte deles ficam armazenados com segurança em seu dispositivo. A Apple diz que não pretende recolher o máximo de dados sobre você, em primeiro lugar.

Você pode ler a política de privacidade da Apple na íntegra aqui. Muito dos dados que são enviados de volta para a Apple, incluindo consultas de pesquisa e localizações de mapa, são agregados e anônimos, embora nem todos sejam. Se você estiver usando o Buscar iPhone, por exemplo, a Apple precisa saber quem você é e onde o telefone está para que possa ajudar você a encontrá-lo.

Imagem: Apple

O nome oficial disso é Privacidade Diferencial, onde os dados que a Apple recolhe sobre seus usuários ficam embaralhados e, portanto, ela não consegue identificar as pessoas individualmente. Isso significa que “vemos padrões gerais, em vez de especificidades que poderiam ser rastreados e apontadas para você” nas próprias palavras da Apple.

O Google, por outro lado, gosta de sugar o máximo de informações pessoais que puder para criar serviços muito mais pessoais – e vê muitos detalhes específicos sobre você – basta ler a política de privacidade aqui (e não se esqueça da política da Samsung ou LG ou qualquer que seja a empresa que fabrica o seu telefone).

Claro que a questão de quantos dados são recolhidos que podem ser ligados a você pessoalmente é ligeiramente separada de quantos dados são usados. O Google diria que está usando todas as informações que recolhe de forma responsável e útil, algo que você pode ou não pode estar confiante em aceitar.

Imagem: Google

“Coletamos informações para fornecer melhores serviços a todos os nossos usuários – desde saber coisas básicas como a língua você fala, a coisas mais complexas, como os anúncios que você vai achar mais úteis, às pessoas que mais importam para você online ou que vídeos do YouTube que você pode gostar”, diz o Google em sua política de privacidade. Em outras palavras, ele conhece mais sobre você, o que ajuda o Google Assistente a saber o que você precisa e ajuda a busca no Google a oferecer resultados mais relevantes. Se a troca pela sua privacidade compensa, cabe a você.

Não há dúvida que a Apple é menos interessada em perfis de seus usuários e na apresentação de anúncios e mais interessada em ter uma posição sobre privacidade dos usuários. O Google admite que recolhe mais dados, mas promete ter cuidado com eles, por isso, em última análise se resume a quanto você confia nessas empresas gigantes de tecnologia para saber se está mais confortável usando iOS ou Android.

Compatibilidade

Sabemos a abordagem da Apple até o momento: ela pode apoiar o iTunes sem muito entusiasmo no Windows e o Apple Music no Android, mas realmente quer que seus usuários usem hardware e software da Apple e nada mais. O HomePod é apenas o exemplo mais recente disso, sem suporte para Spotify (a menos que você use Airplay) ou Android.

O iOS sempre foi fantástico para quem gosta do jeito Apple de fazer as coisas, porque você não tem muita escolha mesmo. Não tem nenhum launcher para mudar a cara do sistema operacional, por exemplo, apesar da personalização ser uma questão diferente e que vamos falar em seguida.

Imagem: Gizmodo

O que queremos falar aqui é sobre ecossistemas: se começar a investir na Apple, com os o HomePods e Apple TVs e iCloud, é muito difícil sair. Se você optar usar o Google para o seu email, o seu armazenamento em nuvem e suas fotos, dá para alternar entre as plataformas com muito mais facilidade, seja no MacOS, Windows e Chrome OS ou iOS e Android.

Compare o processo de mudança do Android para iOS com uma conta do Google, que basicamente requer o download e login em alguns aplicativos do Google, com o processo de usar uma conta Apple no Android… Você até consegue acessar seus emails e a agenda no Android, mas não há suporte para iCloud, Apple Fotos ou os filmes do iTunes.

A onipresença e a popularidade de iPhones significa que outros fabricantes tendem a oferecer suporte a eles, então sua gama de dispositivos compatíveis acaba sendo maior. Se você estiver no iOS dá para escolher entre um Apple Watch ou um dispositivo Android Wear para o seu próximo smartwatch ou transmitir conteúdo para um Apple TV ou Chromecast, enviar áudio para um HomePod ou Amazon Echo. Se escolher o Android, os outros dispositivos da Apple não serão mais uma opção para você.

Imagem: Gizmodo

Como já dissemos, depende mais dos aplicativos e serviços da Apple e do Google do que do iOS ou Android especificamente, mas se você estiver no iOS e achar que há ainda uma chance de você um dia pular a cerca para o Android, é uma boa ideia começar a usar o Google para seus aplicativos e serviços, ou se ater apenas às opções neutras como Netflix e Spotify que não se importam o sistema operacional móvel você está executando.

Significa também que se você tem uma casa com um Apple TV, um MacBook, e um sistema de luz compatível com o HomeKit, você vai achar a vida muito mais fácil quando se tem um iPhone – a sua escolha dos seus outros serviços, gadgets e de armazenamento na nuvem tem um peso muito grande na escolha do sistema operacional do seu smartphone.

Segurança

Assim como acontece com macOS vs. Windows, a perspectiva de segurança para iOS vs. Android é fortemente a favor da Apple: existem mais malwares destinados a dispositivos Android, que são invadidos com mais frequência e que possuem atualizações de segurança com implementação mais lenta (outro motivo para a lentidão é o envolvimento de parceiros de hardware).

iPhones não são totalmente protegidos a ataques, mas são muito mais protegidos e a preocupação com medidas de segurança é menor. Isso faz aplicativos serem por vezes limitados (veja a próxima seção), mas a vantagem é que softwares maliciosos não conseguem assumir o controle do seu dispositivo com facilidade.

Imagem: Captura de tela

Assim como o Windows, o Android não é um caos completo quando se trata de segurança. Compre de um fabricante respeitável, se mantenha com os aplicativos disponíveis na Google Play Store, use um pouco de bom senso e provavelmente nada vai dar errado. Mas é justo dizer que você precisa ser um pouco mais cuidadoso.

Os números não são bons para os usuários de Android – desenvolvedores de malware são mais propensos a mirar o sistema operacional do Google porque há menos bloqueios para furar, mais dispositivos para atacar e mais dispositivos que executam versões desatualizadas do software, potencialmente oferecendo vulnerabilidades de segurança que os hackers amam.

Atualmente, os apps são automaticamente escaneados na Play Store, com atividade suspeita sinalizada e bloqueada. No final de 2016, o Google disse que 0,05% dos dispositivos Android que utilizam exclusivamente aplicativos do Google Play tinha aplicativos potencialmente nocivos, que é uma melhoria em relação ao ano anterior, mas ainda 0,05%.

Imagem: Apple

O Android está melhorando mas o iOS permanece na frente. Aplicativos programados para iOS devem ser especificamente aprovados e autorizados pela Apple, o que torna muito difícil tomar o controle de um dispositivo da companhia. Erros de segurança ainda aparecem e precisam ser combatidos no iOS, mas eles são geralmente rapidamente consertados.

A Apple ganha esta rodada – a segurança está melhorando no Android, mas é melhor no iOS. Se você escolher o Google pense em instalar um scanner de malware de boa reputação no seu dispositivo apenas para se manter seguro.

Aplicativos

Para o bem ou para o mal, os aplicativos Android ainda têm a vantagem sobre aplicativos iOS quando se trata do quão profundamente eles podem cravar suas garras no sistema operacional.

É a razão pela qual você não pode mudar seu aplicativo SMS padrão em um iPhone, gravar uma chamada no próprio telefone, abrir um link de um email em outro navegador que não seja o Safari ou alterar o tema dos ícones da sua tela inicial.

Mencionamos aplicativos de lauchers na última seção: é verdade que muitas pessoas não querem mudar a aparência de sua interface do smartphone, pixel por pixel, mas aqueles que quiserem, vão precisar escolher o Android. A mesma coisa vale para a personalização da tela de bloqueio ou a reorganização de ícones na tela inicial em outro estilo que não seja uma grade perfeita.

Imagem: IFTTT

Recentemente fizemos uma ronda pelos serviços que rastreiam o uso dos aplicativos – e mais uma vez, aplicativos de Android podem ter acesso a este tipo de informação (que aplicativos você está usando e por quanto tempo), enquanto o iOS não permite. Outro exemplo de aplicativos proibidos no iOS são aqueles que medem análises detalhadas de sua conexão Wi-Fi, ou aqueles como o Tasker que automatizam várias funções de baixo nível do sistema operacional.

Ou o IFTTT (If This Then That) – comece a fazer um applet para o Android e você pode usar SMS, nível de bateria, ligação, conexão a um dispositivo Bluetooth ou conexão a uma rede WiFi como um gatilho. Essas opções não estão disponíveis no iOS porque os acessos no sistema operacional a essas funções simplesmente não existem.

Enquanto a maioria dos usuários não liga muito para esses aplicativos ou funções, é algo a ter em mente. O iOS sempre se destacou em apenas simplesmente funcionar, enquanto a Apple sempre tomou uma abordagem mais rigorosa do que os aplicativos podem ou não fazer em troca de uma experiência mais suave, mais estável e mais segura no celular.

Image: Equipe Alto

Quase todos os aplicativos notáveis estão tanto no Android quando no iOS, mas continua a máxima de que os principais novos apps e jogos são lançados primeiro no sistema operacional da Apple. O Alto’s Odyssey é um exemplo atual que vem à mente, lançado em 22 de favereiro para iPhones e sem data confirmada para o Android (embora isso vá, eventualmente, acontecer). Lançamentos antecipados para o Android também acontecem, mas tendem a ser de aplicativos menores de desenvolvedores independentes.

A próxima vez que você chegar a uma encruzilhada como a escolha do sistema operacional, vale a pena considerar como é a vida do outro lado. Ainda há diferenças fundamentais na maneira como Android e iOS funcionam, importantes o suficiente para fazer a troca ou para permanecer com o que você conhece.

Imagem do topo: Gizmodo

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