Esta tecnologia de criptografia pode proteger a privacidade do seu DNA

Seu DNA é uma das informações mais íntimas que existem – codificada nas informações sobre sua saúde, personalidade, histórico familiar. Não é difícil imaginar o como detalhes tão sensíveis podem se tornar prejudiciais se caírem nas mãos erradas. Além disso, as práticas de privacidade realizadas pelas pessoas e programas que lidam com essa informação não são […]

Seu DNA é uma das informações mais íntimas que existem – codificada nas informações sobre sua saúde, personalidade, histórico familiar. Não é difícil imaginar o como detalhes tão sensíveis podem se tornar prejudiciais se caírem nas mãos erradas. Além disso, as práticas de privacidade realizadas pelas pessoas e programas que lidam com essa informação não são ideais.

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Pesquisadores de Stanford, no entanto, dizem que podem ter descoberto uma maneira de consertar protocolos atrasados de privacidade que colocam as informações de qualquer pessoa que já fez um teste de DNA em risco. Em um estudo publicado na última semana na revista Science, pesquisadores afirmam ter desenvolvido uma técnica de “cloaking do DNA” que permite estudar o genoma humano e a presença de genes associados a doenças, sem revelar as informações genéticas que não estão diretamente associadas com os dados que estão sendo buscados.

Segundo os cientistas, eles esperam diminuir as preocupações com possíveis violações de privacidade do genoma e a discriminação genética que mancham os testes de DNA.

Aplicando os princípios da criptografia à biologia humana, os pesquisadores conseguiram identificar corretamente mutações de genes responsáveis por causar quatro raras doenças em um grupo de pacientes, bem como a causa provável de uma doença genética em uma criança, ao comparar o DNA dela com o do seus pais. Eles conseguiram determinar também qual paciente, entre centenas, compartilhava uma mutação genética. Fazendo tudo isso, eles conseguiram manter 97% ou mais das informações genéticas únicas dos participantes completamente escondidas, a não ser dos próprios donos

Para fazer isso, eles fizeram com que cada participante criptografasse seus genomas utilizando um simples algoritmo em seus computadores ou smartphones. A informação criptografada então era enviada para a nuvem, e os pesquisadores utilizaram uma computação multipartite segura para analisar os dados, revelando apenas as informações genéticas essenciais para uma determinada investigação. Eles conseguiram fazer isso dentro de alguns minutos.

Em 2008, o Congresso dos EUA passaram a Lei de Informação Genética e Não Discriminação (GINA, na sigla em inglês), mas as brechas na lei e múltiplas ações do Congresso ameaçam erradicar as proteções que já existem, levando as pessoas a se preocuparem com as consequências dos testes genéticos. As proteções da GINA, por exemplo, não se aplicam a seguros de vida, planos de saúde de longo prazo ou seguros por invalidez, significando que empresas que oferecem esses serviços podem pedir informações genéticas e rejeitar as pessoas que apresentam riscos altos. Alguns cientistas dizem que o medo da discriminação genética pode impactar na saúde dos pacientes, caso eles recusarem o teste que poderia ajudar médicos a tratá-los, além de ter o risco de limitar a pesquisa médica, caso pacientes desconfiados do teste optarem por não participar de estudos.

No final das contas, temos um equilíbrio incrível: uma maneira de compartilhar segredos de nossos dados biológicos para doutores e cientistas, enquanto protegemos nossa privacidade.

Imagem do topo: Flickr

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