FBI pagou valor recorde para hackear iPhone que ainda não revelou nada importante

Depois de uma disputa pública envolvendo a Apple para desbloquear um iPhone, o FBI optou pelo plano B e contratou hackers para invadir o dispositivo.

Depois de semanas em uma disputa pública envolvendo a Apple para desbloquear o iPhone do atirador de San Bernardino, o FBI optou pelo plano B e contratou hackers para invadir o dispositivo. E eles pagaram um valor bem alto por isso.

O diretor do FBI, James Comey, disse a uma plateia em Londres que a agência pagou “muito” para finalmente entrar no iPhone da Syed Farook, que realizou um ataque terrorista com a esposa em San Bernardino, Califórnia, no final de 2015.

Comey disse que o governo dos EUA desembolsou mais dinheiro do que ele ganharia no resto de seus sete anos e quatro meses como diretor do FBI. Multiplicando esse número pelo salário publicamente conhecido de Comey (US$ 183.300), você chega a US$ 1,34 milhão.

Segundo a Reuters, este é um valor recorde para um trabalho de hackers divulgado ao público. Antes, essa distinção ia para a Zerodium, empresa de segurança que paga para descobrir vulnerabilidades e as mantém em segredo, revelando-as apenas para clientes do governo. Ela pagou US$ 1 milhão por uma falha que permite fazer jailbreak remotamente em iPhones.

Claro, o recorde não leva em conta as transações que o FBI ou outras entidades fizeram em segredo – trata-se apenas de valores (e invasões) divulgadas publicamente. Ainda assim, é um dinheiro considerável, e Comey não parece muito preocupado com isso: “na minha opinião, valeu a pena”.

Fontes dizem que nada de muito relevante foi encontrado no iPhone 5c do terrorista – fornecido pela empresa onde ele trabalhava – e o aparelho não tinha contatos de outros apoiadores do Estado Islâmico, nem usou comunicações criptografadas no planejamento do ataque.

O próprio chefe da polícia de San Bernardino disse que “a probabilidade é bem grande de não haver nada útil no celular”. Farook destruiu boa parte da própria vida digital antes do atentado, incluindo discos rígidos e seu celular pessoal.

[Reuters e The Guardian via Popular Mechanics]

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