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Google quer que Project Ara, seu smartphone modular, custe a partir de US$ 50

O Google anunciou no ano passado o Project Ara, cujo objetivo é criar smartphones modulares – você pode montá-lo e atualizá-lo. Ainda há muitos desafios para se criar um aparelho assim, mas a gigante das buscas parece levar o projeto bem a sério: a empresa pretende vender uma versão simples do celular por US$ 50. […]

O Google anunciou no ano passado o Project Ara, cujo objetivo é criar smartphones modulares – você pode montá-lo e atualizá-lo. Ainda há muitos desafios para se criar um aparelho assim, mas a gigante das buscas parece levar o projeto bem a sério: a empresa pretende vender uma versão simples do celular por US$ 50.

A Time explica que o plano atual do Google é criar um “grayphone”: um endoesqueleto básico e personalizável, que inicialmente viria apenas com uma tela, carcaça e um chip Wi-Fi. Ele custaria só US$ 50 e seria “projetado para ser vendido em lojas de conveniência”. A partir daí, os usuários poderiam personalizar o dispositivo, acrescentando módulos de câmera, processador etc.

Mas como comprar esses módulos? Paul Eremenko, do Google, imagina que um app embutido no aparelho permitirá ao usuário ajustar certos elementos de design, e os usuários iriam a quiosques especiais para atualizar os componentes físicos. Os quiosques seriam projetados para caber em contêineres, que seriam enviados para todo o mundo, e levariam peças e ferramentas para o usuário personalizar seus dispositivos.

Tudo isso parece muito ambicioso, e é mesmo. Eremenko diz que vai demorar até o Google chegar a um dispositivo que custe US$ 50, e ainda não está claro se há uma grande demanda por celulares como este.

Quais os benefícios de um smartphone modular? Para você, isso permite criar aparelhos mais versáteis, no qual você decide do que você precisa ou não, quanto tempo dura a bateria, e assim vai. Para as fabricantes, isto permite que elas se concentrem no que fazem de melhor – como um módulo GPS ou uma câmera – em vez de sofrerem com o fardo de criar um smartphone inteiro.

Um projeto como esse exige uma boa dose de ceticismo. A modularidade reduz a integração entre os componentes: isso deixaria o celular mais volumoso e até mais lento. Tentativas anteriores de um celular modular falharam, como o Handspring Visor, feito pelos mesmos criadores do PalmPilot há quinze anos; e o Modu, cuja empresa fechou em 2011 (e vendeu as patentes… para o Google).

Além disso, é difícil não traçar um paralelo entre isto e a “estratégia” da Amazon de enviar produtos usando drones: uma ideia boa demais para se tornar realidade, pelo menos num futuro próximo, mas que rende à empresa uma aura de inovação e futurismo agora mesmo.

Mesmo assim, há motivos para permanecer otimista. O projeto está nas mãos do grupo ATAP (Advanced Technology and Projects), comandado por Regina Dugan, ex-diretora da DARPA – órgão responsável por projetos incríveis, mas reais. Ele também conta com a participação do designer Dave Hakkens, que propôs o conhecido conceito dos PhoneBloks.

Além disso, o Google fará em abril uma conferência apenas sobre o Project Ara, mostrando que o está levando a sério. E outras fabricantes estão experimentando o conceito de celulares modulares, como a ZTE.

O projeto antes estava nas mãos da Motorola; quando ela foi vendida para a Lenovo, o grupo ATAP se desvinculou da fabricante, migrando para um escritório alugado a poucos quilômetros do campus do Google. E segundo a Time, o Google lançará seu primeiro smartphone modular em cerca de um ano, não necessariamente por US$ 50. É esperar para ver. [Time]

Imagens por Google ATAP

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