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Google Reader não tinha mais espaço no Google de hoje

Conforme anúncio feito em março, o Google Reader deixou de existir depois do dia 1ºde julho. Quem tentou entrar no leitor RSS do Google ontem já encontrou uma mensagem de despedida. Agora não tem mais jeito: você vai precisar usar alguma das alternativas que foram criadas e melhoradas nos últimos meses. Os seus dados do […]

Conforme anúncio feito em março, o Google Reader deixou de existir depois do dia 1ºde julho. Quem tentou entrar no leitor RSS do Google ontem já encontrou uma mensagem de despedida. Agora não tem mais jeito: você vai precisar usar alguma das alternativas que foram criadas e melhoradas nos últimos meses.

Os seus dados do Reader ficarão disponíveis até o dia 15 de julho – você pode baixá-los pelo Google Takeout. Depois disso, sem chance de recuperar a sua lista de assinaturas. Como o blog oficial do Reader explica, “todos os dados de assinaturas vão ser permanentemente e irrevogavelmente deletados”.

A explicação oficial do Google para o fim do Reader foi o declínio no número de usuários ativos ao longo dos últimos anos. Por mais que isso seja verdade, o fato é que o Reader acabou principalmente por não ter mais espaço dentro da filosofia atual do Google. E quem defende isso é Chris Wetherell, o cara que criou o Reader em 2005. Ele disse à Forbes que jamais conseguiria criar um leitor RSS no Google de hoje – se tivesse a ideia hoje, deixaria a empresa para criar o serviço por conta própria. “Eu odiaria ter que ver a minha ideia contra o Google Plus. Seria frustrante.”

Wetherell não trabalha mais no Google. Ele deixou a empresa e, ao lado de Jenna Bilotta, que foi designer de UX do Reader, criou um app para casais chamado Avocado. E os dois acreditam que qualquer pessoa com uma grande ideia e que trabalha no Google atualmente deveria deixar a empresa e tocar seu projeto por conta própria. Isso é uma mudança bem grande de filosofia de uma empresa que transformou projetos de funcionários como Gmail, Google News e AdSense em algumas das suas principais fontes de receita – e o Reader, mesmo que não desse dinheiro, jamais poderia ser chamado de “fracasso”. É só ver a comoção causada pelo seu fim – as pessoas realmente gostavam dele. E gostavam muito.

Mas mesmo a explicação de que o Google não sabia como monetizar o Reader pode ser contestada. Marco Arment, criador do Instapaper (que foi comprado pela mesma empresa do Digg, que criou uma alternativa ao Reader) postou em seu blog a sua visão de tudo o que está acontecendo. Ele diz que RSS não exige muitos custos, ele só precisa rodar.

“A hipótese mais comum que vi outros citarem é que “o Google não conseguiu descobrir como monetizar o Reader”, ou outras variações sobre lucratividade direta. Eu não acredito nisso. Os custos operacionais do Google Reader provavelmente são baixos em comparação com muitos de seus outros projetos que não trazem muita receita, e ouvi de muitas fontes que ele teve zero pessoas no staff por anos. Ele estava apenas rodando, servindo silenciosamente um papel vital para um monte de pessoas.

É assim que RSS e Atom sempre funcionaram: você faz algum esforço para criar o sistema, e, na maior parte dos casos, não precisa mais tocá-lo. Ele apenas segue, imune a redesigns, mudanças de API, às tendências de desenvolvimento na web, e a cortes feitos por executivos.”

De fato, o Reader não era tocado há alguns anos. A última coisa feita pelo Google para ele foi o redesign em 2011, quando ele ganhou a interface comum a todos os seus produtos e perdeu seus aspectos sociais. E só – nenhum recurso adicionado, absolutamente nada. Ele ficou intocado por quase dois anos, até que foi definitivamente extinto.

Neste Google atual, aparentemente há espaço para projetos malucos, como o Glass e todas as coisas que nem imaginamos que são feitas no laboratório Google X, mas não para um serviço simples e aparentemente barato como o Reader. Felizmente, o fim dele mostrou como o RSS ainda é importante para muita gente, e incentivou mais pessoas a desenvolverem alternativas. Adeus, Google Reader. Obrigado por tudo. [Google Reader, Marco Arment, Forbes]

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