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[Hands-on] Huawei Ascend Mate: quebrando todas as barreiras de tamanho de tela (e bom senso) nos smartphones

Você se lembra quando o Galaxy Tab original, aquele de sete polegadas, chegou ao Brasil? Lembra que ele fazia ligações também? Pois bem, por causa desse aparelho, eu flagrei algumas vezes engravatados-apressados-da-região-da-Paulista usando-o como celular mesmo, erguendo-o até o ouvido. Felizmente a Samsung eliminou essa função, mas a Huawei vem aí para tentar emplacar de […]

Você se lembra quando o Galaxy Tab original, aquele de sete polegadas, chegou ao Brasil? Lembra que ele fazia ligações também? Pois bem, por causa desse aparelho, eu flagrei algumas vezes engravatados-apressados-da-região-da-Paulista usando-o como celular mesmo, erguendo-o até o ouvido. Felizmente a Samsung eliminou essa função, mas a Huawei vem aí para tentar emplacar de novo o formato tablet+smartphone, ou foblet, ou phablet, ou monstro: conheça o Ascend Mate, com tela de 6,1 polegadas.

A corrida pelos celulares gigantes nesta CES está bem menor do que no ano passado — e na MWC de 2012 — basicamente porque a indústria atingiu números enormes. Depois do Galaxy Note 2 e sua tela de 5,5 polegadas, um aparelho que é vendido como “bloco de notas digital”, pensamos que o crescimento desenfreado tinha parado. Mas os chineses estão aí para provar que não.

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O Ascend Mate é realmente um monstro: são 6,1 polegadas com resolução de 720p — o que deixa a qualidade de imagem bem bacana, mas 1080p poderia ser matador aqui –, tem 2GB de RAM e processador de 1.4GHz. Tudo bem superlativo, tirando pelo seu acabamento, em plástico nada empolgante, desses que não passam nem segurança, nem júbilo. Um número não tão alto é o de megapixels enfiados na câmera do aparelho — são 8MP, e pelas rápidas fotos que tirei, não são lá muito animadoras.

Nexus 7 ao lado do Huawei Ascend Mate

Na hora de segurar o aparelho, até que me surpreendi: achei que a empunhadura seria péssima. Mas por ser um aparelho relativamente fino (9,9mm), ele não é tão pesado quanto imaginei. Mas isso não significa que usá-lo seja um deleite: a operação com uma só mão é triste, desanimadora e faz você se sentir uma pessoa pequena, meio incapaz. Essa não é uma sensação gostosa, Huawei. No software, o Android 4.1 tem alguns truques para ser usado com duas mãos — detalhes que a Samsung já havia colocado no Galaxy Note 2 — mas, no geral, a experiência é confusa. Uma mão? Duas mãos? Eu vou mesmo colocar isso perto da minha cabeça? Meu cérebro vai fritar como num microondas? Roda MKV 720p com legenda embutida?

No fim das contas, a Huawei pareceu sozinha na empreitada de crescimento na CES. Enquanto a maioria das fabricantes se importou em melhorar a resolução de suas telas, chegando às incríveis 1080 linhas, a chinesa parece aquele cara que não percebe que a festa já acabou. Diminuir a tênue linha entre smartphones e tablets para menos de uma polegada — o Nexus 7 no vídeo tem 7 polegadas — não me parece muito interessante. Talvez ele funcione para usos específicos, mas usá-lo como telefone (desses de ligar para outras pessoas e tal) deve ser pavoroso, e um tanto ignóbil.

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