[Hands-on] Olympus OM-D E-M1: uma câmera tão bacana que você não vai acreditar que é mirrorless

A OM-D E-M1 com lentes intercambiáveis é tão boa que você não acredita que ela seja uma mirrorless. A E-M1 é a sucessora da E-5, de 2010, a última câmera da Olympus com um jogo de espelhos e viewfinder ótico. Acabei de tirar umas fotos com uma das primeiras unidades do mundo no evento de […]

A OM-D E-M1 com lentes intercambiáveis é tão boa que você não acredita que ela seja uma mirrorless. A E-M1 é a sucessora da E-5, de 2010, a última câmera da Olympus com um jogo de espelhos e viewfinder ótico. Acabei de tirar umas fotos com uma das primeiras unidades do mundo no evento de lançamento da Olympus em Nova York e estou bem convicto de que quase ninguém mais precisa de uma DSLR. Esta câmera é uma máquina fotográfica para ser levada a sério.

A sério mesmo, como por pessoas que querem gastar US$ 1.400 no corpo e em algumas lentes. O único kit disponível virá com uma lente M.ZUIKO Digital ED 12-40mm f/2.8 — a primeira lente mirrorles da linha “Pro” da Olympus. Ele não estará disponível no lançamento, mas quando sair, prepare-se, pois vai custar caro. Esse valor reflete a evolução da tecnologia — bem como a dos fotógrafos.

DSLRs quatro-terços são aposentadas, mas suas lentes vivem

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O começo da história da OM-D E-M1 é provavelmente o fim do formato DSLR para a Olympus — e não se espante se todas as demais, com exceção de Canon e Nikon, seguirem o mesmo caminho. O sistema quatro-terços foi desenvolvido em conjunto pela Olympus e Kodak para a produção de DSLRs. A Olympus lançou 15 câmeras quatro-terços, começando pela E-1 em 2003. A última, a E-5, foi lançada em 2010. Todas foram descontinuadas. O sensor de 17,3x13mm é menor que o APS hoje tido como padrão mínimo para DSLRs e mesmo os formatos DSLR baseados no APS começam a parecer excessivos para seus espelhos.

Em 2008, a Olympus começou lançando suas primeiras câmeras no sistema micro quatro-terços, que usa o mesmo tamanho de sensor de quatro-terços, mas com uma ligeira diferença geométrica nas lentes para uma câmera mirrorless. A princípio, essas câmeras pareceram uma corrida para o fundo da tabela em preço e tamanho, mas isso mudou dois anos atrás quando as mirrorless ficaram bem boas. Rumores de que a Olympus substituiria sua DSLR E-5 de 2010 por um produto menor têm circulado desde que a completa (e cara) OM-D E-M5 chegou ao mercado, ano passado. O anúncio de hoje da OM-D E-M1 não deveria ser surpresa a ninguém.

A E-M1 será compatível com a linha completa das lentes quatro-terços de antes, então se você investiu pesado nese sistema e naquelas velhas câmeras, pelo menos será mais fácil migrar.

Grande poder para a câmera, grande pacote mirrorless

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A OM-D E-M1, como a GH3 da Panasonic, não é uma mirrorless que finge caber em seu bolso. Com 12,2 x 6,8 x 3,8 cm e 430 gramas, ela é menor que uma DSLR de entrada — a Canon T5i mede 13,2 x 9,9 x 7,8 cm e pesa 524 gramas –, mas não é, de forma alguma, pequena. Comece a colocar acessórios profissionais como a grande bateria e uma objetiva grande (foto acima), e esta coisa ficará enorme. Não é um brinquedo e não parece como tal: o corpo de liga de magnésio é resistente e à prova de respingos, poeira e congelamento, além de ser hermético. Comparada às muito maiores DSLRs full-frame, esta coisa é bem pequena.

Quase todos os recursos de hardware que você poderia querer

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Manuseio

Fotógrafos acostumados com câmeras maiores vão adorar quanta funcionalidade foi colocara no corpo da E-M1 sem a necessidade de acessórios adicionais ou um manual de instruções para os menus da câmera. Manusear a E-M1 é um sonho. Hoje foi a primeira vez que usei uma amostra de produção e, embora estando no rio, em cima do deck de um porta-aviões e com pouca luz disponível, consegui me virar com todos os comandos rapidamente.

O layout dos botões está entre os melhores que já usei desde que testei a caríssima (e em geral enorme) Nikon D800 full-frame. Existe um botão baseado no corpo da câmera e/ou controles em discos (dials) para quase todas as funções importantes da câmera — abertura, velocidade do obturador, compensação de exposição, equilíbrio de branco, foco automático, ISO e mais. Em qualquer dos modos de disparo Auto/P/A/S/M, os dois discos de controle, um na frente e outro atrás do corpo, na realidade ajustam quatro diferentes configurações graças a um inteligente interruptor 1-2 que permite a você alternar entre elas. Também temos ali um elegante botão de travamento no disco de modos que evita que você alterne ele acidentalmente. Tudo pode ser, ainda, personalizado de acordo com as suas preferências.

Viewfinder, LCD, Wi-Fi

O viewfinder eletrônico de 2300000 pontos tem uma resolução altíssima e se ajusta dinamicamente de acordo com a quantidade de brilho externo. Ele é bastante responsivo e não notei nenhum atraso. Mas no lado mais escuro do (porta-aviões) USS Intrepid, a câmera modificou as cores do EVF ao ponto de supersaturação para se manter a par com a cena. Um rápido teste em condições mais normais com uma câmera em pré-produção cerca de um mês atrás gerou resultados melhores.

Também existem recursos de hardware vindos de outras câmeras da Olympus, como a tela LCD destacável de três polegadas e 1037000 pontos. Em cerca de uma hora brincando com a câmera, não senti a necessidade de tocar a tela porque os controles do corpo simplesmente imploram para serem usados. É bom ter essa opção, de qualquer forma. Como vivemos em um mundo de smartphones, a E-M1 tem conectividade Wi-Fi embutida que permite a você transferir suas fotos facilmente para um dispositivo móvel, bem como controlar as funções da câmera remotamente.

Tirando fotos com a câmera

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Sensor de imagem e processador

A OM-D E-M1 usa um novo sensor micro quatro-terços redesenhado de 16,3 megapixels e o mais recente motor de processamento de imagem TruPic VII. A câmera é uma fera em grande parte graças ao poder desse motor. Em modo contínuo, ela pode tirar até 10 fotos por segundo, o que é rápido o suficiente para apertar o botão e mirá-la para um show de fotos de artifício com esperanças reais de que uma foto saia usável. É quase fácil demais.

A sensibilidade ISO máxima é de 25600, o que é o mesmo que as câmeras topo de linha anteriores da Olympus e das concorrentes. Mas, devo dizer, o processamento na câmera de JPEG é impressionante, em todo o intervalo. A área dentro do círculo é um crop em 100%:

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E com um ISO de… 6400, as fotos ficam muito, muito boas. (Entendo que esse não é um exemplo ideal para ilustrar isso, mas você pegou a ideia.)

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E isso porque male má aprendi a usar a câmera direito, e nem me incomodei em trabalhar com os arquivos RAW de 12 bits em um software ainda. Um pouco de limpeza, e mesmo aquela imagem de cima deve ficar legal.

Estabilização

Também me impressionou a estabilização de imagem de cinco eixos da câmera, que a Olympus diz lhe dar cinco paradas de firmeza. Isso significa que se você é como eu e não consegue fazer fotos legais em qualquer velocidade acima de 1/60 sob o risco de acabar com fotos tremidas, de repente 1/2 segundo passa a ser uma possibilidade real. No escuro a bordo da embarcação, tínhamos tripés disponíveis, mas me vi frequentemente tirando a câmera deles ou esmo segurando o kit inteiro e mirando no ar para ter resultados sem borrões detectáveis, mesmo em velocidades de disparo lentas.

Foco automático

A E-M1 traz um novo foco automático “Dual Fast”, que substitui o foco automático “Fast” da E-M5. O que esse jargão publicitário significa é que, como a maioria das outras câmeras mirrorless disponíveis por aí, a Olympus finalmente usa o foco automático baseado no contraste e detecção de estágios. O sistema de detecção de estágios com 37 pontos é completamente novo, e é o único que funciona com as antigas lentes quatro-terços. O sistema de contraste de 81 pontos é indicado para as lentes micro quatro-terços e é bem mais robusto no papel do que o sistema de 35 pontos disponível nas antigas câmeras da Olympus. Não ficou claro na documentação do produto se a câmera tem um modo híbrido capaz de usar os dois sistemas ao mesmo tempo. Outras empresas, como Canon e Sony, se sobressaem nessa área, e parece que a E-M1 ainda não chegou nelas.

Devido à escuridão e à massiva profundidade de campo em que eu estava fotografando, me vi constantemente mudando o foco para o modo manual para ter melhor precisão, mais do que o automático conseguia entregar. Não consegui observar o quão bem o sistema de foco automático se sai em condições menos estressantes.

Vídeos mais ou menos

Diferentemente da GH3 da Panasonic, focada em vídeos, a E-M1 é claramente projetada para fotógrafos. Suas especificações de vídeos são um tanto limitadas, fazendo filmagens apenas a 30 fps em resolução Full HD (1920×1080).

Um novo começo?

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Como empresa, as câmeras da Olympus têm estado na zona das mais poderosas mirrorless já faz algum tempo e, em geral, exisite uma tendência aí. A OM-D E-M1 certamente não está sozinha, quando você considera as excelentes câmeras com lentes intercambiáveis lançadas nos anos recentes por Sony, Panasonic e, sim, Olympus. A tecnologia está ficando tão boa que DSLRs não fazem mais sentido mesmo. Houve uma época em que fotógrafos “de verdade” reclamavam de ter que usar um viewfinder eletrônico, mas esse já não é mais um problema. Claro, alguns profissionais sempre demandarão suas DSLRs full-frame, mas na medida em que as mirrorless melhoram, mais pessoas poderão passar bem sem uma DSLR.

Saberemos o quão próximo desse futuro estamos quando recebermos nossa unidade de testes da E-M1. Ela sai, lá fora, em outubro.

Fotos e colaboração de Michael Hession.

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