A #hashtag está prestes a se espalhar para um bilhão de usuários. Mas por que ela foi criada?

Para alegria de alguns e desespero de outros, o Facebook ganhará suporte a #hashtags. Um bilhão de usuários terão acesso à função nos próximos dias, que já existe há algum tempo no Twitter, Instagram e Google+. Mas quem criou a hashtag? E quem ajudou a difundi-la? A resposta para as duas perguntas envolve um rapaz […]

Para alegria de alguns e desespero de outros, o Facebook ganhará suporte a #hashtags. Um bilhão de usuários terão acesso à função nos próximos dias, que já existe há algum tempo no Twitter, Instagram e Google+.

Mas quem criou a hashtag? E quem ajudou a difundi-la? A resposta para as duas perguntas envolve um rapaz chamado Chris Messina.

A inspiração para usar o # (jogo da velha) veio do IRC. Nele, você inicia a mensagem com #nomedocanal para dizer que ela pertence a certo grupo ou assunto.

Uma rede de microblogging decidiu adotar a ideia: o Jaiku, comprado pelo Google em 2007 (e fechado em 2012). Nele, você podia criar canais iniciando sua mensagem com #nomedocanal. Cada canal reunia mensagens com conteúdo semelhante.

Em 2007, alguns usuários do Twitter pensavam em criar grupos na rede social. No entanto, Chris Messina, um conhecido defensor do código livre, propôs algo maior do que grupos: “eu estou mais interessado em simplesmente ter uma experiência melhor de ouvir o que outros estão dizendo no Twitter”. Ele fez uma proposta formal de como isto seria incorporado à rede social, e foi o primeiro a usar a hashtag:

Dessa forma, era possível agrupar tweets com conteúdo semelhante. Então Messina criou a hashtag; e Stowe Boyd, que comentou as ideias de Messina em seu blog, cunhou o termo, em um post chamado “Hash Tags = Grupos para o Twitter“.

E assim começava a era da hashtag. No entanto, ela demorou a vingar: foi só em 2009 que o Twitter começou a transformar todas as hashtags em links que levavam à interface de busca, reunindo os tweets com a mesma palavra. No ano seguinte, foi criada a seção “Trending Topics” – aí as hashtags decolaram.

À medida que o Twitter se tornava mais popular, inclusive na mídia, as hashtags ganhavam espaço e começavam a ser usadas mesmo fora da rede social: era uma forma de acrescentar contexto, humor ou ironia a mensagens de chat, e-mails, SMS e outras.

Então ela começou a ser adotada por outras redes sociais. Chris Messina trabalha para o Google desde 2010. No ano seguinte, após o lançamento do Google+, ele logo propôs que a nova rede adotasse hashtags também. Em alguns meses, Vic Gundotra anunciava a novidade em um #googleplusupdate. (Hoje, Messina trabalha como designer para a experiência de usuário do Google+.)

E este é apenas um dos casos. Tumblr, LinkedIn, Pinterest, Instagram adotaram as hashtags – até mesmo as comunidades do Orkut! Então na verdade o Facebook era a grande exceção… até agora.

Por que a demora? Como aponta John Herrman no BuzzFeed, porque as hashtags no Facebook deixam os posts públicos realmente públicos. Ao clicar em uma delas, você é levado para uma lista que agrupa os posts com a mesma hashtag: é um estímulo a mais para pessoas que não conhecem você curtirem e comentarem o que você publica. Como a rede social se envolveu inúmeras vezes em questões de privacidade, não é surpresa que eles tenham demorado a adotar hashtags.

E por que adotá-las agora? Bem, talvez porque o Facebook queira se tornar um destino para informação em tempo real, e dar aos anunciantes um público mais engajado com a rede social. Afinal, quanto mais você usa o Facebook, mais dinheiro os anunciantes pagam, e mais contentes ficam os acionistas.

Então quando você usar alguma #hashtag no Facebook – elas serão liberadas nas próximas semanas – esta será a culminação de algo criado há seis anos. Se as pessoas vão usar hashtags do jeito certo, bem, aí é outra história. [The AtlanticWikipediaBuzzFeedNew York Times; imagem de destaque por Alan Levine/Flickr]

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