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Agora o Instagram pode compartilhar seus dados com o Facebook: quais as consequências e como evitá-las

Não faça cara de surpresa. Todos nós sabíamos que, cedo ou tarde, a compra do Instragram pelo Facebook convergiria para algo voltado à publicidade. Se o seu maior receio era ver anúncios ou fotos patrocinadas no Instagram, respire aliviado: não é o caso. Mas se a sua privacidade está acima de tudo, é bom juntar […]

Instagram.

Não faça cara de surpresa. Todos nós sabíamos que, cedo ou tarde, a compra do Instragram pelo Facebook convergiria para algo voltado à publicidade. Se o seu maior receio era ver anúncios ou fotos patrocinadas no Instagram, respire aliviado: não é o caso. Mas se a sua privacidade está acima de tudo, é bom juntar suas fotos e procurar outra morada para elas.

As alterações na política de privacidade e termos de uso do Instagram foram feitas hoje e o aviso já aparece no app. As novas versões podem ser lidas aqui e aqui, respectivamente. Há uma parte importante na política de privacidade que diz respeito à privacidade dos usuários, esta:

“Nós podemos compartilhar Conteúdo do Usuário e suas informações (incluindo, mas não se limitando a informações de cookies, relatórios, identificadores de dispositivos, dados de localização e dados de uso) com empresas que sejam legalmente parte do mesmo grupo de companhias do qual o Instagram faz parte, ou que se tornem parte desse grupo (‘Afiliados’). Os Afiliados podem usar essas informações para ajudar a oferecer, entender e melhorar o Serviço (incluindo o fornecimento de estatísticas) e os serviços dos Afiliados (incluindo o oferecimento a você de experiências melhores e mais relevantes). Esses Afiliados honrarão as suas escolhas acerca de quem pode ver as suas fotos.”

Já havia lido algumas teorias nesse sentido e, com esses novos documentos, elas se concretizam: o Facebook quer lucrar indiretamente com o Instagram. A Wired teoriza (embasada em um parágrafo que já constava na versão antiga dos termos de uso) que a partir de agora as suas fotos poderão ser vendidas ou usadas em campanhas publicitárias. A licença do seu material concedida ao Facebook é bem abrangente, ou seja, há margem para isso, mas os danos à imagem do site na ocorrência de algo do tipo talvez não compensem o lucro obtido. É mais provável que a coleta de dados sirva para aperfeiçoar os anúncios no Facebook.

Dessa forma, além do que você já publica e curte na rede social, agora as suas fotos e ações dentro do Instagram também alimentarão a máquina de publicidade do Facebook  (o “Afiliados” no excerto acima). E diferente desse último, aparentemente não há como desativar essa “parceria”. A parte boa? Essas mudanças não estragarão a experiência dentro do Instagram. Você não verá anúncios lá dentro, ao menos por enquanto. A ruim? Dá para pensar em algumas, mas aquele caso do cara que aparecia nos anúncios do Facebook recomendando um tambor de 200 litros de lubrificante, dá uma ideia. Em menor grau, viramos garotos-propaganda e embaixadores das marcas/páginas que curtimos (ou não) — e sem receber um centavo por isso!

Há outros pontos novos na política de privacidade e nos termos de uso atualizados, incluindo, nesse último, um que diz que os perfis no Instagram devem ser, obrigatoriamente, pessoais — a exemplo dos perfis no Facebook. Marcas só podem ter um se expressamente permitido pelo Facebook. Para ler os novos termos de uso na íntegra, clique aqui. A política de privacidade está neste outro link. Ambos passam a valer a partir de 16 de janeiro de 2013.

Como sair do Instagram levando todas as suas fotos

Não é muito provável, mesmo dada a severidade dessa alteração nas regras, que vejamos uma debandada do Instagram. Como a experiência não muda e privacidade não é lá o assunto mais popular entre os usuários, poucos se importarão com (ou mesmo tomarão ciência) essas mudanças. Se não for o seu caso, porém, há saídas.

O Instagram não oferece uma ferramenta de exportação das fotos, mas há serviços de terceiros para isso. O Instaport permite salvar todas as imagens enviadas para o serviço em um arquivo compactado e promete, para breve, a exportação direta para Flickr, Facebook (qual o sentido?) e RSS. Segundo a Wired o processo leva poucos minutos e funciona legal. Feito isso, apague a sua conta neste link. Mas pense bem antes: todas as fotos e atividades são excluídas, a conta não é recuperável e o nome de usuário jamais poderá ser usado novamente.

O Flickr, aliás, não poderia desejar melhor hora para essas mudanças no Instagram virem à tona. A última atualização do seu app para iPhone foi bastante elogiada, traz filtros e coloca o site, enfim, na era da mobilidade — a versão antiga era uma piada. Desponta como alternativa, e se Marissa Mayer for esperta, dá para explorar a tirania do novo Instagram para trazer de volta usuários das antigas.

Além do Flickr, há mais um punhado de alternativas — até o Twitter agora se posiciona como uma. Será difícil encontrar uma comunidade tão ativa e vibrante quanto a do Instagram, mas pelo menos efeitos e uma linha do tempo para as suas fotos, isso quase todos oferecem. [Instagram, Wired, Mashable]

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