Inteligência artificial usa exames cerebrais para detectar tendências suicidas nas pessoas

Um avanço científico recente nos permitiu começar a decodificar o significado de vários padrões diferentes de atividade no cérebro. Pesquisadores começaram a entender padrões associados com distúrbios como a depressão na esperança de corrigi-los. Outra pesquisa focou em como a linguagem e o discurso são sinalizados no cérebro. Em um experimento frequentemente citado, pesquisadores conseguiram […]

Um avanço científico recente nos permitiu começar a decodificar o significado de vários padrões diferentes de atividade no cérebro. Pesquisadores começaram a entender padrões associados com distúrbios como a depressão na esperança de corrigi-los. Outra pesquisa focou em como a linguagem e o discurso são sinalizados no cérebro. Em um experimento frequentemente citado, pesquisadores conseguiram até mesmo converter os resultados da ressonância magnética dos cérebros dos estudados no teste em interpretações aproximadas de clipes de filmes mostrados aos participantes.

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Agora, uma nova pesquisa busca usar a inteligência artificial para identificar pessoas sofrendo com pensamentos suicidas baseada apenas em exames cerebrais.

Em um artigo publicado nesta semana na Nature Human Behavior, pesquisadores da Universidade Carnegie Mellon observaram 34 participantes, metade dos quais tinha pensamentos suicidas. Os participantes do estudo passaram por exames de ressonância magnética funcional, durante os quais lhes eram mostradas palavras relacionadas a suicídio, como “morte” e “angustiado”, assim como palavras relacionadas a emoções positivas e negativas. Baseados nos estudantes que já haviam sido identificados como suicidas, eles conseguiram identificar cinco regiões do cérebro e seis palavras que ajudavam a identificar aqueles que eram suicidas. Baseados nessas informações, foram então capazes de treinar um algoritmo para identificar pacientes suicidas. Dos 34 participantes, o algoritmo identificou corretamente 15 dos 17 com tendências suicidas e 16 dos 17 membros do grupo de controle.

Em um segundo experimento, pesquisadores também dividiram os participantes com pensamentos suicidas em dois grupos: um grupo que havia tentado o suicídio e outro que não havia. Um algoritmo separado também foi capaz de categorizar corretamente 16 de 17 pacientes.

Por que isso é importante? Para começar, nos dá um discernimento sobre como os cérebros de pessoas saudáveis e suicidas diferem. Em pacientes suicidas, por exemplo, a palavra “morte” desencadeava uma reação na região do cérebro associada com a vergonha.

Esse estudo pode também um dia oferecer uma ferramenta extra para ajudar a diagnosticar e tratar distúrbios mentais. Doenças psiquiátricas são complicadas e, frequentemente, não tão bem compreendidas em termos de onde elas existem no cérebro. É por isso que, por exemplo, os sintomas de distúrbios como a depressão parecem vagos frequentemente. Um diagnóstico de um grande distúrbio depressivo exige que uma pessoa exiba cinco de nove sintomas, mas duas pessoas poderiam acabar com o mesmo diagnóstico e ter quase nenhum sintoma em comum. Entender onde no cérebro esses problemas estão ocorrendo poderia um dia nos levar a meios mais eficazes de tratá-los.

[Nature Human Behavior]

Imagem do topo: Carnegie Mellon University

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