Jogando PlayStation 3 em 3D

  Durante uma coletiva da Sony, há dois meses, fiquei impressionado ao jogar por 2 minutos um joguinho de PlayStation 3 em 3D. Há algumas semanas, a Sony atualizou oficialmente seu videogame, preparando-o para jogos em 3D e disponibilizando três títulos em 3D nativo. Coincidentemente, a Samsung nos emprestou para testes a sua "3D LED TV" (a do comercial do Robinho) para testar. Será que o casamento impuro do PS3 com uma TV 3D de outra marca dá certo? Colocamos os óculos.

Durante uma coletiva da Sony, há dois meses, fiquei impressionado ao jogar por 2 minutos um joguinho de PlayStation 3 em 3D. Há algumas semanas, a Sony atualizou oficialmente seu videogame, preparando-o para jogos em 3D e disponibilizando três títulos em 3D nativo. Coincidentemente, a Samsung nos emprestou para testes a sua "3D LED TV" (a do comercial do Robinho) para testar. Será que o casamento impuro do PS3 com uma TV 3D de outra marca dá certo? Colocamos os óculos.

A resposta é sim. A TV de LCD com iluminação lateral por LED, modelo UN40C7000, lançada este mês, manda bem no 2D E no 3D. O grande chamariz dela alardeado na publicidade é que, ao contrário de alguns concorrentes, ela tem uma espécie de conversão de 2D para 3D. Isso causaria, se formos acreditar na propaganda de TV, que em jogos de futebol a bola pareceria sair da tela. É uma bobagem que não impressiona muito – como vamos falar depois, sobre a TV especificamente. Mas no videogame, tudo funciona muito bem.

Ao ligar o console em um jogo preparado, a TV já "entende" que o jogo de PS3 é em 3D: não é preciso apertar qualquer botão no controle. Aí basta colocar os óculos e ligá-los para ver os menus saltando da tela. Se você quiser jogar normalmente, em 2D, a opção é apresentada logo no início. Bem prático.

Importante: ao contrário do que especulava-se antes, não é preciso qualquer cabo HDMI especial. O de R$ 30 comprado aqui na esquina funcionou direitinho para mim.

Testei no PS3 três joguinhos, todos lançados há algum tempo, "remasterizados" para 3D: Wipeout HD, Super Stardust HD e Motorstorm: Pacific Rift (este só a demo).

Wipeout HD é um favorito da casa. É um desses jogos de corrida futurísticos, em 60 frames por segundo e Full HD, para impressionar os seus amigos com sua TV nova. Ele parecia perfeito para a demonstração, funciona direitinho até, mas com alguns problemas: fica claro que apenas os veículos são 3D, o circuito não tem muita profundidade. Além disso, há um bocado de ghosting (imagens semi duplicadas). Para piorar, a resolução de 1080p cai para 720p: ainda lindo, mas algumas texturas ficam pioradas. Em resumo: impressiona na primeira volta, mas prefiro jogar em 2D. O pessoal do Giz americano, que tirou essa foto ao testar o console 3D na E3, semana passada, curtiu mais.

O segundo a ser testado foi Motorstorm: Pacific Rift. Novamente, problemas de jogos adaptados, como o ghosting e menor resolução de algumas texturas. Por outro lado, alguns efeitos como a poeira indo pra sua cara e os pedaços do carro voando pra todo lado mostram que é possível fazer a experiência ficar bem mais imersiva com os óculos (que usei sobre os meus óculos de grau, diga-se de passagem, sem muito desconforto). Difícil dizer se é melhor em 3D, mas jogaria de novo, feliz. Vou fazer isso amanhã. 

 

Por último, coloquei para testar o Super Stardust HD. Parei o teste duas horas depois. A experiência é fantástica, não se perde resolução, não há ghost, e a profundidade é acentuada, como eu gostaria. Até porque Super Stardust é meio 3D, como Mario Galaxy (você dá a volta no mundo, literalmente), então o efeito ajuda a você ver várias camadas. O mais importante, talvez, é que a experiência em 3D te ajuda no jogo, como para calcular com mais precisão a distância dos inimigos, por exemplo. No fim das contas, um jogo que é legalzinho ficou sensacional com o 3D. 

Problema: eu joguei por duas horas. Logo no início, um aviso aconselha pausas de 10 a 15 minutos para cada hora jogada. Depois da maratona, fiquei com (leve, mas presente) dor de cabeça. E quando fui ler um texto no computador, não conseguia focar direito as palavras – mesmo problema relatado por quem jogou o Nintendo 3DS por mais tempo na E3.

O efeito colateral não durou muito tempo e achei ok para a experiência que proporcionou. Mas mostra uma limitação nítida do 3D: nosso cérebro não curte ser enganado por muito tempo. Outro inconveniente: quem está assistindo, sem óculos, tem uma visão de jogo que dá ainda mais dor de cabeça.

No fim, a experiência serviu para deixarem algumas coisas claras na minha cabeça: o 3D nos jogos será algo cada vez mais comum, mas não onipresente. Assim como não teremos filmes do Woody Allen ou Almodóvar em 3D, teremos os jogos em 2D (como de plataforma) por muito tempo ainda como dominantes. Apenas a Sony investirá pesado na tecnologia nesses primeiros dois anos, ao que me parece, e ainda assim em alguns gêneros específicos: jogos de tiro (Killzone 3 parece um espetáculo) e automobilismo (o que dizer de GT5?). Não acho que o 3D seja tão bacana em todos os jogos, mas quando funciona mesmo, é muito bom. Menos a dor de cabeça.

De tudo que eu vi em 3D nessa TV da Samsung, apenas duas coisas se destacaram: um show do Black Eyed Peas filmado em 3D e Super Stardust HD. É muito pouco ainda para te fazer desembolsar aquela dinheirama numa TV 3D. Mas é bastante impressionante.

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