Projeto de leitura de mentes do Facebook vira incógnita depois de saída de diretora

Regina Dugan, uma executiva de tecnologia com origens governamentais (ela é a antiga diretora do DARPA), está deixando o Facebook e sua saída deixa em dúvida a atual situação da maior maluquice que a rede social vem desenvolvendo. Apropriadamente, Dugan anunciou sua partida em um post no Facebook nesta terça-feira (17). Mesmo desconhecendo a executiva, […]

Regina Dugan, uma executiva de tecnologia com origens governamentais (ela é a antiga diretora do DARPA), está deixando o Facebook e sua saída deixa em dúvida a atual situação da maior maluquice que a rede social vem desenvolvendo.

Apropriadamente, Dugan anunciou sua partida em um post no Facebook nesta terça-feira (17).

Mesmo desconhecendo a executiva, você talvez conheça os projetos anteriores que ela supervisionou no Google, no secreto grupo Advanced Technology and Projects (ATAP) de 2012 a 2016. Estes projetos incluíram o Tango, uma tecnologia para realidade aumentada altamente precisa, e o Ara, o agora abandonado telefone modular que poderia tornar o upgrade de um smartphone mais simples e barato.

Em 2016, Dungan deixou o Google para outra gigantesca empresa com pouca experiência em gadgets para consumidores: o Facebook. Na rede social, ela dirigiu a Building 8, outra empresa privada que coordenava pesquisas e desenvolvimentos, assim como o ATAP.

Os projetos que Dugan e seus colegas desenvolveram na Building 8 não apenas incluem gadgets para o futuro próximo; eles também podem liderar enormes avanços tecnológicos como um todo. O mais notório projeto foi o anunciado durante a F8, a conferência anual de desenvolvedores do Facebook, em abril. Chamando de Silent Voice First, o projeto visa permitir computadores de ler a mente dos usuários. Obviamente isso tornaria mais fácil de postar no Facebook quando suas mãos estiverem ocupadas, e poderia mudar a vida de pessoas com severas limitações físicas, mas ele também permitiria que o Facebook lê-se nossas mentes.

Nem Dugan ou o Facebook deixaram claros o motivo que faz a executiva partir; um representante do Facebook disse ao Gizmodo que a companhia não tem nada a adicionar (nós também contatos Dugan). E o Facebook não detalhou o que acontecerá com os projetos que ela supervisionava no Building 8.

Mas talvez não seja necessário esperar muito para descobrir o que acontece a seguir. De acordo com o Business Insider, um dos primeiros projetos a sair do Building 8 deve ser apresentado em 2018. Sabe-se pouco do que setrata este projeto, mas ele é liderado pelo notório especialista em drones Frank Delleart, e quando ele foi agregado ao Building 8, em 2016, ele afirmou, em um post, que seu trabalho estaria pronto até a metade de 2018. Rumores apontavam para um “dispositivo de conversas em vídeo” chamado Aloha. Mas é possível que o secreto Building 8 seguirá os passos da ATAP e não entregará seus projetos mais interessantes ao público.

Tudo o que temos até então é a resposta de Dugan ao Bloomberg:

Uma enorme mudança ocorre no Vale do Silício, e nós da indústria temos responsabilidades maiores do que nunca. Parece o momento certo para renunciar e se orientar sobre o que vem o que fazer a seguir, atentando a novas maneiras de contribuir em tempos disruptivos.

Estas não são exatamente as palavras que você quer ouvir da mulher que supervisionava o desenvolvimento de uma tecnologia que pode ler mentes para um dos maiores aparatos de vigilância privada do mundo.

Mas é uma boa lembrança para todos nós que os maiores avanços em tecnologia não estão necessariamente nas mãos de cientistas altruístas com financiamento público, mas potencialmente nas mãos de enormes corporações privadas que consideram humanos como mercadorias, e a tecnologia como uma maneira de adentrar nossos bolsos e mentes.

Imagem de topo: Captura de tela/YouTube

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