_Espaço

A lua Titã, de Saturno, pode ter o ponto de aterrissagem perfeito para espaçonaves

Missões conceituais especificamente projetadas para os mares de Titã já estão borbulhando

A Titã, a maior lua de Saturno, é uma praia dos pesadelos gigante. Embora sua areia eletricamente carregada não sirva para umas férias humanas relaxantes, uma nova pesquisa sugere que o satélite talvez não seja tão hostil para visitantes robóticos como pensávamos. Apesar de seus lagos serem repletos de metano e etano líquidos ultra gelados, eles podem ser plácidos o bastante para que futuras sondas espaciais aterrissem nela (mas ainda não é muito boa para nadar).

• O bafômetro espacial detectou bafo de bebida alcoólica na lua Encélado, de Saturno
• Sonda Cassini: A tempestade hexagonal de Saturno é pura beleza caótica

Em um novo estudo, publicado em 29 de junho na Earth and Planetary Science Letters, pesquisadores usaram dados de radar da sonda Cassini, da NASA, para medir a rugosidade de três lagos localizados próximos ao polo norte da lua saturniana — Kraken Mare, Ligeia Mare e Punga Mare. O Ligeia Mare, segundo mais extenso do bando, é maior que o maior dos cinco grandes lagos dos Estados Unidos e pode ter mais de 50 vezes as reservas de petróleo da Terra, de acordo com o Science News.

Imagem: Earth and Planetary Science Letters

Usando uma técnica chamada de reconhecimento estatístico de radar, a equipe conseguiu verificar o tamanho das ondas fracas da Titã — aparentemente, à época da medição, elas só alcançaram cerca de um centímetro de altura e 20 centímetros de comprimento. Os dados de radar já foram usados para estudar as ondas da Titã anteriormente e forneceram resultados interessantes: em um estudo conduzido em 2014, pesquisadores afirmaram que uma “Ilha Mágica” no Ligeia Mare — que continua aparecendo e desaparecendo — é, na verdade, apenas o resultado da ação das ondas no mar de hidrocarboneto.

As novas medições sugerem que as ondas da Titã não são muito boas para surfar. Mas, também, metano também não é.

Saturno e a lua Titã (Imagem: NASA Jet Propulsion Laboratory/Cassini Orbiter)

Os dados analisados nesse estudo em particular foram todos coletados pela Cassini, durante o início do verão no hemisfério norte, e não está claro o quanto as ondas flutuam ao longo do tempo. Dito isso, a pesquisa é útil para missões futuras ao sistema saturniano uma vez que a Cassini se vá. Quando a NASA (ou outras agências espaciais) decidir aterrissar na Titã, essa nova pesquisa indica que eles terão uma aterrissagem tranquila. Missões conceituais especificamente projetadas para os mares de Titã já estão borbulhando, como a Titan Mare Explorer (TiME). Embora a NASA tenha passado pra frente o projeto, uma maquete do pousador foi testada com sucesso em um lago de montanha no Chile. A pesquisa da equipe da TiME pode estabelecer as bases para missões a seguir.

[Earth and Planetary Science Letters]

Imagem do topo: NASA/JPL/Univ. Arizona/Univ. Idaho

Sair da versão mobile