Made in Brazil Qualidade da banda larga 3G pode melhorar no Brasil

A banda larga 3G cresceu rápido demais no Brasil: deve chegar a 4,6 milhões de assinantes em dezembro, dois anos depois da implementação da rede 3G no país. Mas os investimentos na infraestrutura não acompanharam o ritmo, e a qualidade do serviço sofre, apesar dos preços altos. A Anatel, ágil como sempre, quer mudar o jogo, e garantiu que está definindo novas regras para fiscalizar e exigir melhoras no serviço de banda larga móvel.

A banda larga 3G cresceu rápido demais no Brasil: deve chegar a 4,6 milhões de assinantes em dezembro, dois anos depois da implementação da rede 3G no país. Mas os investimentos na infraestrutura não acompanharam o ritmo, e a qualidade do serviço sofre, apesar dos preços altos. A Anatel, ágil como sempre, quer mudar o jogo, e garantiu que está definindo novas regras para fiscalizar e exigir melhoras no serviço de banda larga móvel.

O grande problema hoje, na banda larga 3G, é que não existem metas de qualidade que as operadoras móveis devem cumprir, então a Anatel não tem o que cobrar — o que, convenhamos, depois de dois anos é quase imperdoável. Sem uma regulação maior da agência, as operadoras andam fazendo coisas absurdas, como vender banda larga 3G onde só há cobertura 2G e a garantia — aliás ilegal, segundo o Instituto de Defesa do Consumidor (IDEC) — de apenas 10% da velocidade contratada.

Além das novas regras na Anatel, outras iniciativas estão sendo tomadas: o Ministério Público Federal está investigando a situação da banda larga móvel no país, a pedido da ProTeste. E o IDEC publicou uma reportagem muito interessante sobre o assunto: nela, consta que o coordenador do Programa de Inclusão Digital do governo federal, César Alvarez, disse que a banda larga no Brasil tem "só" três problemas: "é para poucos, cara e lenta".

Isso também vale para a banda larga móvel. O serviço 3G é lento, e falta infraestrutura para aguentar mais usuários sem que as operadoras tenham que usar artifícios, como cláusulas que só garantem 10% da velocidade contratada ou terríveis franquias de dados, que derrubam sua velocidade caso você consuma reles 1GB de dados.

E fizemos um exercício simples que mostra como a banda larga custa caro no Brasil, em relação a outros países — e a banda larga 3G custa mais caro ainda. O problema, segundo o IDEC, não são apenas custos: o modelo de banda larga "foi concebido como se a população brasileira pertencesse somente às classes alta e média", segundo Diogo Moyses, técnico do IDEC.

Se a Anatel conseguir definir regras mais claras de investimentos e garantia de velocidade na rede 3G — aliado a esforços de atingir mais clientes no país — conseguiremos ter um serviço acessível e de qualidade. Ou assim espero! [IDEC e Folha via Info; imagem de bfishadow]

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