Made in Brazil [Review] GTA Chinatown Wars

Drogas, prostituição, palavrões, milhões de assassinatos. Pense em uma série que combina MENOS com o videogame portátil da Nintendo, a casa de Pokémons, Brain Age e Nintendogs. GTA teria tudo para dar errado, ou no mínimo soar esquisito no Nintendo DS. Ainda mais se contarmos as incursões anteriores não muito bem sucedidas da série  no Game Boy Color e o Game Boy Advance. Mas, depois de 5 anos de vida do portátil-maravilha-fábrica-de-dinheiro da Big N temos não apenas um jogo surpreendente, mas uma mini-revolução na jogatina portátil e na série mais interessante dos videogames dos últimos tempos. Entenda porquê na nossa aprofundada review.  

Drogas, prostituição, palavrões, milhões de assassinatos. Pense em uma série que combina MENOS com o videogame portátil da Nintendo, a casa de Pokémons, Brain Age e Nintendogs. GTA teria tudo para dar errado, ou no mínimo soar esquisito no Nintendo DS. Ainda mais se contarmos as incursões anteriores não muito bem sucedidas da série  no Game Boy Color e o Game Boy Advance. Mas, depois de 5 anos de vida do portátil-maravilha-fábrica-de-dinheiro da Big N temos não apenas um jogo surpreendente, mas uma mini-revolução na jogatina portátil e na série mais interessante dos videogames dos últimos tempos. Entenda porquê na nossa aprofundada review.  

Grand Thef Auto Chinatown Wars começa com o jovem Huang Lee vindo para Liberty City (cenário do genial GTA IV) após o assassinato do seu pai, líder dos Triads, com a tarefa de entregar uma espada “de família” para seu tio, Wu “Kenny” Lee – e ávido por vingança. Mas a recepção do mimado rapaz não é das melhores: assim que chega em Liberty City ele é vítima de uma emboscada no aeroporto, e precisa se fingir de morto para tentar sair vivo dessa. É nessa parte que a tela de toque entra em cena pela primeira vez: o carro onde está Huang é jogado no rio, e o jogador deve quebrar o vidro usando a stylus para salvá-lo. Bem vindo à Liberty City.

É GTA

Não se deixe enganar pelo tamanho do cartucho: Chinatown Wars é um GTA, com tudo e mais um pouco que um GTA tem a oferecer. As missões, armas, violência, personagens marcantes, diálogos pesados, reviravoltas, e muito mais. Os fãs da série podem até sentir falta das cutscenes dubladas, mas as ilustrações com movimentos e os diálogos em texto fazem muito mais o estilo do game em um portátil. As missões? Nem muito fáceis, nem muito difíceis – e se de repente você fracassar em alguma delas, o botão select pode facilitar um pouco as coisas: ele reinicia a missão, e em alguns momentos te leva direto à ação. Outra facilidade é o seu esconderijo, com mais opções que nos consoles: é nele onde você recomeça sua partida, e tem acesso rápido às missões já encerradas que podem ser jogadas novamente para conseguir melhores tempos (além de reviver os bons maus momentos), ao seu estoque de drogas, o acesso à Nintendo Wi-fi Connection para sincronizar suas estatísticas com o Rockstar Social Club, entre outras opções. Você pode ter vários desses QGs, em diferentes pontos da cidade.

Huang Lee, o protagonista do game

 

É Portátil

Na medida certa para se jogar em qualquer lugar (de preferência com um fone de ouvido), com dois itens fundamentais para sessões curtas de jogo: missões que não demoram muito e a bem-vinda opção de salvar o jogo quando quiser – mas apenas fora das missões. Chinatown Wars se aproveita muito bem das características do portátil, incluindo o microfone – basta assoviar para chamar um táxi, se você estiver com preguiça de dirigir um carro roubado qualquer. Se a tela não é muito grande e os controles carecem de precisão, o jogo tem muletas: para garantir a mira, basta apertar o botão R para travá-la nos inimigos, e quando precisar aperte o L para centralizar a câmera no seu personagem. Mas mesmo nos momentos onde seu personagem desaparecer por de trás de algum prédio ou construção, uma gentil seta irá te mostrar onde você está.

 

Liberty City

A gigantesca Liberty City está aqui, viva nos seus mínimos detalhes. Prédios, lojas, árvores, postes, parques – todos beneficiados pela visão e estilo de arte diferenciados. Babe com as mudanças climáticas – incluindo um temporal em meio a um apagão quase geral, e a neblina típica do início da manhã, sem contar as passagens de noite para dia (com luzes da rua e faróis dos carros se acendendo) – e ainda os pedestres berrando frases sem-noção a todo momento. E barcos, motos, carros, muitos carros – cada um com uma dirigibilidade diferenciada e estilo próprio, incluindo uma rádio principal dentre as várias estações existentes. E sim, eles sofrem danos, e até o barulho do motor muda dependendo de quanto você detoná-los, assim como a dificuldade em dirigi-los. Se bem que a “dificuldade” é modo de falar, pois os sistemas de ajuda do jogo tornaram a tarefa de dirigir em Liberty City mais fácil do que se poderia imaginar – e a qualquer momento você pode mudar a câmera, até encontrar a que mais te ajude a pilotar os muitos possantes que você vai encontrar durante a aventura. E o melhor é que tudo roda suave – a não ser durante alguma perseguição policial mais “acalorada”, onde os muitos policiais na tela de cima e a tela de baixo piscando podem dar uma pequena desacelerada no game, mas nada que Huang Lee não dê jeito rapidinho.

 

Tocando o terror em Liberty City – e tentando proteger um dos personagens

 

Drogas

Quem diria? Não bastasse termos um GTA em um sistema Nintendo, a casa de encanadores inofensivos, ele tem até comércio de drogas! Pois uma das novidades mais controversas desse episódio da série é também uma das mais legais, e vai te ajudar a ficar mais rico em pouco tempo. Ao todo são 6 diferentes tipos de entorpecentes que Huang Lee pode negociar nas ruas de Liberty City – Heroína, Cocaína, Ecstasy, Ácido (LSD), Maconha e Anti-depressivos – com 80 traficantes, que te mandam e-mails a todo momento com as principais oportunidades de compra-e-venda. Você pode carregar até 50 unidades das variadas substâncias junto com você, e deixar o restante em seu esconderijo. E o comércio não poderia ser mais intuitivo: ao falar com um dos traficantes, uma seta verde (e para cima) no símbolo da droga indica chance de lucro, enquanto que uma vermelha (para baixo) indica o risco de prejuízo. Quando ver a estrela, não tenha dúvidas: é lucro certo – e você ainda recebe e-mails mostrando toda sua evolução no comércio, com valores de compra e venda e o resultado da semana. Mas cuidado: negociações envolvendo grandes quantidades de drogas podem chamar a atenção da polícia, e se eles te prenderem, diga adeus ao seu estoque.

Huang compra, vende, troca…

 

Tela de Toque

E suas mil-e-uma utilidades. Ao contrário de outros jogos do DS, onde muitas vezes seu uso não se justifica, aqui a coisa é diferente. Prepare-se para se surpreender com os criativos usos dela durante seus passeios na cidade, e principalmente durante as missões. E acredite, todos eles são naturais, e em nenhum momento se tornam repetitivos ou chatos. Começando pelo roubo de carros – que dependendo do “nível” deles pode ir desde uma simples chave-de-fenda no contato, uma ligação direta, ou até mesmo uma pequena “hackeada” usando seu PDA para descobrir a senha do veículo (sempre tomando cuidado para a barra que pode aparecer mais embaixo não encher, pois é o alarme do carro), passando pela busca por itens e armas nas caçambas de lixo (aproveite para matar as baratas), as viciantes raspadinhas (que te rendem uma graninha extra), a fabricação de coquetéis molotov nos vários postos de gasolina da cidade (e que vão te dar a incrível sensação de não ter coordenação motora alguma, diga-se de passagem), e até mesmo pagamento do pedágio, com você jogando as “moedinhas” na cabine – não jogue e a polícia terá mais um motivo para correr atrás de você. Nas missões, caberá à tela de toque comandar a rampa de um guincho, um imenso guindaste magnético, armar e desarmar bombas, instalar rastreadores em carros, arrebentar correntes e cadeados, montar rifles sniper, fazer tatuagens, entre outras surpresas. E durante toda a aventura é com ela que você tem acesso ao seu PDA, GPS, troca de armas (pausando o jogo automaticamente para te proteger do pior enquanto faz as trocas), arremesso de projeteis (com um interessante controle do tipo “alvo”), troca de estações de rádio, câmeras, e outros três atalhos que você mesmo pode configurar.

Um pouco pra lá… um pouco pra cá… e pronto!

Aqui é só rabiscar a tatuagem com a stylus

Corte o fio com a maior voltagem, e desarme a bomba

 

PDA

O seu companheiro de todas as horas. Evolução do celular – novidade do episódio dos consoles de última geração – mas que agora apenas recebe e-mails (talvez para justificar o fato de não termos como “ligar” para os demais personagens). Graças à ele, a imersão no jogo não poderia ser maior. Acesso rápido e fácil aos seus e-mails, informações mais que completas do comércio de drogas, a loja online da Ammu-Nation que entrega seus produtos no seu esconderijo mais próximo (e mais rápido do que qualquer outra entrega que você já viu), estatísticas do jogo, configurações, opções multiplayer, e o principal: o GPS.

 

GPS

Com ele ninguém se perde em Liberty City. Você pode traçar sua rota direto para qualquer um de seus contatos, diversos pontos de interesse (como as lojas de raspadinhas ou os traficantes) – ambos registrados automaticamente pelo jogo – além dos lugares favoritos que você mesmo define, ou qualquer outro ponto do mapa. E a rota pode aparecer tanto só no mapa na tela de baixo, como nas próprias ruas na tela de cima. Isso é que é tecnologia!

 

Mesmo depois de completar o consistente modo história – cheio de reviravoltas mirabolantes – você terá completado pouco mais de 50% do jogo, pois ainda há muito o quê se fazer, como procurar por todas as 100 câmeras de vigilância, os 30 locais de manobras especiais com os carros (com efeitos de câmera cinematográficos – os “unique stunt jumps”), os personagens aleatórios que te rendem divertidas (e muitas vezes cômicas) missões, os diferentes “trabalhos” (como entregador de comida chinesa ou os clássicos táxi-polícia-ambulância), as corridas ilegais na cidade, e muito, muito mais.

E tem também os modos multiplayer – ainda que o online não seja tudo isso (apenas troca de armas, drogas e afins), o multiplayer local garante muita diversão para dois jogadores com seus vários modos (cada um com seu cartão de jogo). E voltando à internet, tem ainda o Rockstar Social Club que te ajuda a aproveitar ainda mais o game, como com a procura pelos “Leões Guardiões” que te garante algumas missões extras, a comparação de estatísticas com amigos que você tenha adicionado no seu game, entre outras novidades que ainda estão na manga da Rockstar – e com certeza vão te prender por horas a fio na frente do seu DS.

É por tudo isso e muito mais que Grand Theft Auto: Chinatown Wars é sim um dos melhores games do DS, e se duvidar, um dos melhores da série controversa da Rockstar. Eu não me espantaria em ver alguma das novidades deste episódio – como a nova maneira de se livrar dos policiais, destruindo suas viaturas, e quem sabe até alguns dos personagens – em um futuro novo GTA. Ah, e acredite, até mesmo as prostitutas estão no game, mas talvez não da forma como você imagina… e os fãs mais antigos da série terão uma grata surpresa ao encerrar o game.

* O talentoso George Hunterpiro Menezes gosta de bichos amarelos que falam PIKA e de traficar drogas com uma stylus. Mantém o ótimo Espaço DS e é nosso convidado especial para falar de tudo relacionado a Nintendo DS.

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