Médicos conversam com paciente em estado vegetativo através de escaneamento cerebral

Médicos canadenses conseguiram se comunicar com um paciente, que está em estado vegetativo há mais de uma década, por meio de escaneamento do cérebro. O paciente disse até mesmo que não sente dor. Mas como é possível para uma pessoa falar através do cérebro, sem dizer palavras, e os médicos entenderem? Funciona assim: os médicos […]

Médicos canadenses conseguiram se comunicar com um paciente, que está em estado vegetativo há mais de uma década, por meio de escaneamento do cérebro. O paciente disse até mesmo que não sente dor.

Mas como é possível para uma pessoa falar através do cérebro, sem dizer palavras, e os médicos entenderem?

Funciona assim: os médicos escaneiam o cérebro do paciente Scott Routley usando fMRI (ressonância magnética). Em tempo real, a ressonância indica quais áreas do cérebro estão ativas, medindo o fluxo de sangue rico em oxigênio.

Então os médicos pedem, várias vezes, para o paciente imaginar cenas como jogar tênis, ou andar pela casa. São itens bem específicos que, em voluntários saudáveis, ativam áreas predefinidas do cérebro – nos pacientes, também.

Dessa forma, os médicos conseguem perguntar “se você está sentindo dor, imagine-se jogando tênis” e ver na ressonância se o paciente imagina isso. É dessa forma que ocorre a comunicação.

Os médicos conseguiram analisar a atividade cerebral de Scott Routley e discernir como ele responde às perguntas. O professor Adrian Owen, do Instituto de Cérebro e Mente da Universidade de Western Ontario, explica à BBC:

“Scott foi capaz de mostrar que ele tem uma mente consciente e pensante. Nós fizemos a ressonância várias vezes, e seu padrão de atividade cerebral mostra que ele está claramente escolhendo responder às nossas perguntas. Nós acreditamos que ele sabe quem é e onde está.”

De fato, durante a sua comunicação com Scott, os pesquisadores acreditam que ele confirmou não estar com dores. Esta é a primeira vez que um paciente conseguiu, com lesão severa no cérebro, fornecer informações clinicamente relevantes para os médicos.

A descoberta contradiz o senso comum da medicina atual, para a qual pacientes vegetativos – geralmente após sair de um coma – não têm percepção de si mesmos ou do mundo exterior. E testes confirmam que Scott ainda está em estado vegetativo.

Na verdade, isto sugere que os testes atuais talvez não indiquem de forma realista a condição de pacientes em estado vegetativo. Mas o mais importante: isto abre a possibilidade de testes melhores nas habilidades no futuro para ajudar os pacientes que, até agora, pareciam incomunicáveis. [BBC]

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