Microsoft testa DNA que pode armazenar 1 trilhão de gigabytes em um grama

A Microsoft fez uma parceria com a startup de biotecnologia Twist para investigar o armazenamento de dados em DNA.

O DNA contém informações que definem a vida, e também pode ser usado para guardar conteúdo digital. A Microsoft anunciou que está levando esta técnica a sério, pagando uma empresa de biociência para criar dez milhões de fitas de DNA para armazenamento.

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A Microsoft fez uma parceria com a startup de biotecnologia Twist para investigar o armazenamento de dados em DNA – um único grama pode conter um zettabyte de dados, ou cerca de 1 trilhão de gigabytes.

Talvez você esteja preocupado com possíveis mutações, mas estudos mostram que o DNA poderia armazenar dados por milhares de anos, e a Microsoft diz em comunicado que a fase inicial de testes teve 100% de sucesso em codificar e recuperar dados.

Uma equipe de cientistas da Universidade de Washington recentemente conseguiu armazenar imagens dentro do DNA e depois recuperá-las perfeitamente. E diversos estudos mostram o potencial dessa técnica para o futuro.

Por isso, a Microsoft adquiriu os direitos para dez milhões de sequências de DNA nos quais serão codificados os dados, para avaliar melhor a segurança dessa técnica no longo prazo.

Como funciona

O DNA é feito de quatro bases: adenina (A), timina (T), guanina (G) e citosina (C). Cada uma delas aparece ao longo da cadeia da molécula de DNA, geralmente codificando informações usadas para definir funções biológicas.

Para armazenar dados em uma fita de DNA, os cientistas têm que converter os zeros e uns que compõem um arquivo digital usando combinações das quatro bases (A, T, G e C).

Assim, a Microsoft vai entregar dados como uma sequência digital de DNA, que a Twist irá criar em forma física usando biologia sintética. Em seguida, ele entregará o DNA para a Microsoft analisar.

Como lembra o Ars Technica, a leitura dos dados usa sequenciamento genético, cujo custo despencou nos últimos anos: por exemplo, o projeto para estudar o genoma humano entre 1990 a 2003 custou US$ 3 bilhões; a mesma tarefa pode ser feita hoje por cerca de US$ 1.000.

O armazenamento no DNA tem alguns obstáculos: os dados não podem ser facilmente reescritos; codificá-los e armazená-los ainda é caro; e os arquivos não são pesquisáveis – imagine recuperar um item perdido no backup se você precisasse vasculhar por todos os documentos. No entanto, com o apoio de grandes empresas como a Microsoft, esperamos que esses problemas se resolvam com o tempo.

[Twist via Ars Technica]

Imagem por Greg Emmerich/Flickr

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