Microsoft cria drone que colhe e analisa mosquitos para impedir epidemias

A ideia de usar drones para cuidados médicos existe desde o surgimento deles. A Microsoft planeja usar drones para evitar que as pessoas fiquem doentes.

A ideia de usar drones para cuidados médicos existe praticamente desde o surgimento deles. E a Microsoft também planeja usar drones para a medicina — e para evitar que as pessoas fiquem doentes.

As principais ideias por trás de drones na medicina consistem na entrega de suprimentos ou cuidado direito a pacientes. Por exemplo, na Google I/O 2015 aprendemos que o projeto original do Wing, o drone de entrega do Google, era para a entrega de medicamentos.

O cientista Astro Teller explicou que ele e a equipe queriam usar drones para despachar desfibriladores para dentro de prédios com pacientes sofrendo de parada cardíaca. O projeto acabou evoluindo para entregas em locais remotos — já que a entrega de desfibriladores se provou algo complexo demais.

Assim como o Google, o departamento de pesquisa da Microsoft também projeta veículos flutuantes autônomos para o uso médico. Em uma postagem sobre o Project Premonition, a equipe explica como drones podem auxiliar na medicina preventiva. O Premonition foca em desenvolver drones que coletam pequenos organismos, como mosquitos, que transmitem doenças — e analisam o genoma deles para prever epidemias em humanos antes de elas acontecerem.

O projeto — que ainda está começando — é apenas uma teoria. Um dispositivo de coleta foi especialmente projetado para pegar estes insetos, que serão então levados pelo drone para análise. Desta forma, cientistas poderão prever epidemias em escalas localizadas antes delas acontecerem, como um canário em uma mina de carvão (ou um mosquito em uma floresta tropical).

Mas fisgar e coletar insetos em locais tropicais é uma tarefa difícil por si só, como explica a empresa:

Idealmente, eles usam gelo seco como isca, mas gelo seco é impossível de ser usado em locais como a África, e outros pesquisadores precisam improvisar soluções, como colocar armadilhas próximas a frangos ou até sob humanos dormindo em redes de proteção de mosquitos.

As armadilhas coletam os insetos sem discriminação, então entomologistas precisam gastar horas classificando-os, no que Norris chama de “sopa”, para liberar os mosquitos. “Você tem alguns mosquitos neste monte de coisa”, ele diz. “É como procurar a cabeça de um boneco de Lego específico em uma pilha de peças de Lego”.

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E então, de forma ainda mais desafiante, entra o problema da capacidade computacional. Analisar milhares de mosquitos distintos com vários patógenos em potencial é uma tarefa tremenda, e requer grandes somas de energia e de poder de processamento. Mesmo com a computação na nuvem tendo melhorado muito nos últimos anos, a equipe por trás do Premonition diz que ainda é preciso muito trabalho para desenvolver o algoritmo ideal para que este projeto funcione de forma eficiente.

Ainda assim, não deixa de ser uma ideia interessante: imagine poder divulgar um alerta em comunidades rurais, onde o risco de malária ou dengue é iminente, para que as pessoas possam se proteger melhor antes da epidemia acontecer. Eles podem ser bem úteis. [Project Premonition via Quartz]

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