Miguel Nicolelis e sua equipe conectam cérebros de ratos pela internet

A internet conecta quase tudo ao nosso redor: celulares, computadores, tablets e… cérebros. Isso mesmo: o neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis conseguiu conectar os cérebros de dois ratos — sendo que um deles estava no Brasil e o outro, nos EUA — usando a internet. É a primeira interface cérebro-cérebro já feita. O trabalho da equipe […]

A internet conecta quase tudo ao nosso redor: celulares, computadores, tablets e… cérebros. Isso mesmo: o neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis conseguiu conectar os cérebros de dois ratos — sendo que um deles estava no Brasil e o outro, nos EUA — usando a internet. É a primeira interface cérebro-cérebro já feita.

O trabalho da equipe de Nicolelis, da Duke University e do Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edward e Lily Safra (IINN-ELS), ligou o cérebro de um rato do laboratório de Natal ao de um que estava no de Durham, na Carolina do Norte, EUA. O primeiro rato, chamado de “encoder” na pesquisa, recebia estímulos táteis ou visuais para realizar uma determinada tarefa. Os pulsos elétricos do cérebro desse rato eram transmitidos pela rede para o segundo animal, o “decoder”, que conseguia realizar a tarefa sem o estímulo externo. Esse vídeo mostra um pouco do teste.

O The Verge traz detalhes sobre os experimentos:

Os cientistas treinaram os dois grupos [encoders e decoders] para que eles acionassem uma alavanca quando vissem um LED aceso sobre ela, recompensando com água. Mas, como os ratos estavam ligados um ao outro, mesmo quando não havia luzes acesas na gaiola do decoder, ou quando havia mais de uma luz acesa, ele ainda assim acionava a alavanca correta em cerca de 70% das vezes em que o encoder acertava.

Outro experimento, projetado para testar se informações táteis ou de toque poderia ser compartilhadas pelo sistema, os ratos foram treinados para usar os bigodes para verificar a largura de um buraco posto na frente deles, virando o focinho para a esquerda, se fosse estreito, e para a direita, se fosse largo, também recebendo água pela resposta correta. Então, os ratos encoders foram postos na frente de um buraco, enquanto os decoders não. Mais uma vez, em cerca de 65% das vezes, os ratos do grupo de decoders foram capazes de julgar corretamente o tamanho do buraco a partir dos sinais do outro grupo.

De acordo com o G1, os sinais foram, num primeiro momento, trabalhados num computador e retransmitidos pela internet. Depois disso, os testes foram repetidos sem interferência, com a transmissão dos impulsos diretamente entre um rato e outro.

Segundo o pesquisador, este é só o começo. Já há testes conectando os cérebros de quatro ratos, formando o que ele chama de “Brainet”, uma rede de cérebros. O objetivo é tentar encontrar um meio de fazê-los resolver questões mais complexas, unindo as capacidades cerebrais de cada uma deles. Parece um campo muito promissor. [G1, The Verge, obrigado pela dica, Maurício Klaser!]

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