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No Brasil e no mundo, música digital enfim alcança vendas de CDs

A receita mundial em música digital foi ligeiramente maior que a venda de CDs e afins. E estimativas mostram que algo semelhante aconteceu por aqui.

Mesmo com a ascensão da música digital, as gravadoras não desistiram de lançar CDs e até discos de vinil. É porque isso rende uma grana alta: até 2013, as vendas de mídia física superavam o digital na casa dos bilhões de dólares. No ano passado, isso mudou, tanto globalmente como no Brasil.

Segundo um relatório da IFPI (Federação Internacional da Indústria Fonográfica), a receita mundial em música digital foi ligeiramente maior que a venda de CDs e afins: US$ 6,85 bilhões, contra US$ 6,82 da mídia física.

E estimativas feitas pelo Gizmodo Brasil mostram que algo semelhante aconteceu por aqui. O relatório diz:

Em 2014, o mercado brasileiro aumentou em 2,0% para US$ 246 milhões, e o crescimento digital de 30,4% mais do que compensou o declínio contínuo nas vendas de formato físico (-15,5%).

Usando números de relatórios anteriores e fazendo as contas, descobrimos que as vendas de mídia física chegaram a aproximadamente 45% no Brasil, contra 43% de música digital. Esses valores nunca estiveram tão próximos:

O que aconteceu? É que os serviços de streaming ganharam o país. A receita em serviços de assinatura de música – Spotify, Deezer, Rdio e outros – aumentou 22% em um ano.

Com isso, o streaming agora é a atividade que mais rende dinheiro no Brasil em música digital (a IFPI não diz quanto). Downloads correspondem a apenas 28% do mercado; e ringtones compõem 19% do total.

E o streaming deve crescer ainda mais: Deezer e Napster assinaram acordos com as operadoras TIM e Vivo; o Rdio fez parceria com a Bandeirantes; e a Universal Music Group se uniu a um banco para criar o curioso Bradesco Music.

Isso vem tornando os serviços mais acessíveis: por exemplo, você pode assinar o Napster pagando R$ 3 por semana, descontados dos créditos do celular; e o Bradesco Music custa apenas R$ 4,90 mensais para quem é cliente do banco.

Por isso, o Brasil pode sofrer impactos maiores com as mudanças no streaming. Por exemplo, as gravadoras vêm questionando a forma como o Spotify funciona. Elas querem mais empecilhos ao plano gratuito – limites mensais de uso, por exemplo – e apostam em alternativas que só oferecem planos pagos, como o Beats Music da Apple.

A ideia é que a música tem valor, e não deveria ser oferecida totalmente de graça – algo defendido por artistas como Björk e Taylor Swift. O Spotify tem 60 milhões de usuários ativos, dos quais 15 milhões são assinantes.

Pode apostar que as gravadoras vão insistir nisso, porque elas estão perdendo dinheiro aos poucos. O aumento nas vendas digitais não está compensando a queda na mídia física: nos últimos cinco anos, o faturamento da indústria fonográfica caiu 7%. Vejamos como isso vai se desenrolar nos próximos anos. [IFPI]

Foto por Kevin Vertucio/Flickr

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