Primeiras impressões: Nexus 4, o smartphone de gente grande

Foi difícil colocarmos as mãos no Nexus 7, tablet de 7″ do Google fabricado pela Asus, mas nada comparado ao Nexus 4, smartphone da LG que leva a marca do Google, lançado no final de outubro. Faz menos de uma semana que ele chegou aqui em casa, foi pouco tempo para explorar todo o potencial […]
Nexus 4

Foi difícil colocarmos as mãos no Nexus 7, tablet de 7″ do Google fabricado pela Asus, mas nada comparado ao Nexus 4, smartphone da LG que leva a marca do Google, lançado no final de outubro. Faz menos de uma semana que ele chegou aqui em casa, foi pouco tempo para explorar todo o potencial do aparelho, mas o suficiente para escrever algumas linhas com as primeiras impressões do melhor Android de 2012.

Em tempo: o Ztop diz que o Nexus 4 pode chegar este semestre às lojas, com chance de aparecer com preço subsidiado do Google. O Nexus 7, por sua vez, viria nas próximas semanas em sua versão Wi-Fi 16GB, importado pela Asus, já com preço definido (R$ 1.299) e sem subsídio. Enquanto eles não chegam, confira nosso hands-on:

O Nexus 4 é um bicho curioso por um punhado de motivos. Primeiro, e talvez o maior deles, por ser cria da LG. A fabricante sul coreana briga em pé de igualdade com a sua compatriota Samsung em diversos segmentos, mas nos smartphones ela nunca foi páreo para a linha Galaxy. O Optimus L3 tem recebido elogios por ser um low-end usável e os Optimus HD 4X e G, ambos modelos topo de linha, foram eclipsados pela concorrência apesar de bem recebidos pela crítica. Eles parecem ser smatphones competentes, embora não ameacem o reinado do Galaxy S III.

Mas o Nexus 4 é diferente. Como todo Nexus, ele nasceu para ser paradigma, referência, para ser o smartphone a ser batido. E como todo smartphone com a grife Google, ele vem puro, sem nenhuma interferência no software. A gente não condena skins, mas o Android 4.2 é tão bonito e funcional per se que dá um aperto no peito quando vemos os tons verde e azul marinho de uma TouchWiz manchar o trabalho meticuloso feito pela equipe de Andy Rubin. Menos é mais, como dizem por aí.

Isso não quer dizer que da noite para o dia a LG foi catapultada para o topo da pirâmide Android. Longe disso. É preciso muito mais do que um bom aparelho, especialmente um tão peculiar quanto um Nexus, para tanto. Mas é uma prova incontestável de que o pessoal da LG sabe fazer um bom smartphone. Competência não falta.

Uma jornada épica

Nexus 4, textura brilhante.

Toda a badalação em torno dos smartphones Nexus gerou uma nova dificuldade: é bem difícil comprar um. Quando o Google repõe o estoque na Play Store norte-americana, as unidades somem em minutos — afinal, por US$ 299 (8 GB) e US$ 349 (16 GB), até nos EUA ele custa muito barato. O Nexus 4 não tem publicidade, não aparece na TV ou em anúncios nas ruas, ao contrário de outros smartphones. Mas mesmo na surdina, as pessoas leem sobre, comentam, querem ter um. E aí, ou você se mune com muita paciência e um tiquinho de sorte, ou segue por caminhos alternativos.

A história deste Nexus 4 é bem curiosa. Um amigo estava voltando dos EUA e perguntou se eu não queria alguma coisa de lá. “Claro”, e quem responderia algo diferente disso? Mas o prazo para entrega do Nexus 4 direto do Google Play era de um mês e meio, e não tínhamos esse tempo. A saída? Craiglist, uma espécie de MercadoLivre focado em cidades bastante popular por lá. Foram alguns contatos até encontrar um estudante sul coreano (como esse mundo é pequeno) do MIT que, aparentemente, vive disso — dias depois ele ligou para meu amigo oferecendo mais Nexus 4.

Não só uma boa saída, muitas vezes essa é a única saída para se conseguir um Nexus 4 por lá. Paga-se um ágio — no meu caso, de US$ 100 –, mas colocando tudo na balança ainda é um negocião. Que outro smartphone topo de linha você compra por menos de R$ 1.000?

Ah, e cuidado com o microSIM. Por um momento cheguei a pensar que a minha unidade estivesse defeituosa, mas não era o caso. O Nexus 4 só é meio… fresco: ele não aceita SIM cards cortados. Testei quatro do tipo, nenhum com sucesso. Apenas microSIM “nativos” funcionam. Embora pareçam a mesma coisa, uma análise mais apurada mostra que não — o tamanho do chip no microSIM também é “micro”:

À esquerda, um SIM card cortado. À direita, um microSIM.

À esquerda, um SIM card cortado. À direita, um microSIM.

Smartphone de adulto

Aquele mesmo amigo que me fez o grande favor de trazer o Nexus 4 dos EUA comentou que gosta do aparelho porque ele parece um “smartphone de adulto”. Eu não sei exatamente o que ele quis dizer com isso, mas é um comentário que faz sentido. O Nexus 4 é sóbrio e fabricado com materiais premium — e que se parecem como tais. A traseira envidraçada pode ser frágil, mas hey, é um celular de gente grande. Não gente grande do tipo que carrega o celular pendurado na cinta como uma pochete, mas do tipo que toma cuidado, que sabe o que tem no bolso. Ele não é absurdamente leve como um iPhone 5, nem chama tanto a atenção quanto um Galaxy S III, que é conhecido do grande público. Ele joga o seu próprio jogo.

Nexus 4 em toda a sua glória.

As duas características mais noticiáveis, de cara, são velocidade e tela. Como é rápido! Tudo, da câmera a jogos, passando por apps dos mais diversos, abrem instantaneamente. O mito do trabalhador móvel, que se utiliza de um smartphone para cumprir suas tarefas, ganha contornos mais sólidos com toda essa velocidade. Dá para alternar, sem sustos ou espera, entre apps, transferir informações de um para o outro, acessar fontes e realizar pesquisas com uma agilidade embasbacante, cortesia do Snapdragon S4 Pro quad-core temperado com 2 GB de RAM.

A tela, um painel True HD IPS Plus levemente acima da alta definição (1280×768), causa estranheza para quem passou os últimos meses com um smartphone com tela AMOLED no bolso. Ela parece mais… lavada. Em vários pontos, mais fiel à realidade, mas em tantos outros parece que falta saturação. É uma impressão atenuada a cada dia que passa, mas que me chamou muito a atenção de primeira.

Antes de recebê-lo tinha um grande receio quanto ao seu tamanho — são 4,7″ de tela. Apesar de grande, ele tem bordas relativamente finas e, em medidas exatas, não se distancia tanto do meu antigo aparelho, um Galaxy S II Lite. Em algumas calças e shorts mais justos ele chega perto de incomodar, mas o Nexus 4 passa pelo que gosto de chamar de teste do cadarço — se você conseguir se abaixar para amarrar o cadarço do tênis com o celular no bolso, parabéns, ele passou no teste do cadarço!

Mais sobre o Nexus 4 será falado no review completo, mas por ora o que dá para dizer é que ele é um smartphone absolutamente fantástico. Rápido, bonito e cheio de recursos, e o melhor custo-benefício do momento disparado, muito bem posicionado no páreo do melhor smartphone do momento. Para o review, aliás, a gente quer contar com a sua ajuda: o que você gostaria de saber do Nexus 4? Dúvidas, curiosidades, tira-teimas… Enfim, use os comentários para nos ajudar a dar forma a este importante review. Ele será feito com todo o carinho e atenção que um smartphone dessa magnitude merece.

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