Facebook, Microsoft e Apple divulgam números para acalmar ânimos sobre PRISM

Há alguns dias, o mundo descobriu a existência do PRISM: o governo americano confirma a existência desse programa, cujo objetivo é espionar os estrangeiros fora dos EUA. Ele obtém dados de usuário – e-mails, fotos, áudio, vídeo e outros – de nove grandes empresas de tecnologia. Elas negaram fornecer acesso direto a seus servidores, e […]

Há alguns dias, o mundo descobriu a existência do PRISM: o governo americano confirma a existência desse programa, cujo objetivo é espionar os estrangeiros fora dos EUA. Ele obtém dados de usuário – e-mails, fotos, áudio, vídeo e outros – de nove grandes empresas de tecnologia.

Elas negaram fornecer acesso direto a seus servidores, e pediram à NSA (Agência de Segurança Nacional) permissão para liberar alguns dados sobre as informações que elas precisaram entregar ao governo americano sob ordem judicial.

Facebook, Microsoft e Apple revelam números, mas o Google diz que isso ainda não é o bastante – e não fará o mesmo.

  • Facebook: de julho a dezembro, foram feitos entre 9.000 e 10.000 pedidos para obtenção de dados, envolvendo entre 18.000 e 19.000 contas na rede social.
  • Microsoft: de julho a dezembro, a empresa recebeu entre 6.000 e 7.000 pedidos para obtenção de dados, que afetam entre 31.000 e 32.000 contas de usuário.
  • Apple: entre dezembro e maio deste ano, foram realizados entre 4.000 e 5.000 pedidos, envolvendo entre 9.000 e 10.000 contas ou dispositivos.

Como inicialmente acreditava-se que o acesso do PRISM era amplo e indiscriminado, isso talvez ajude a acalmar os ânimos: estes números são pífios se comparados aos milhões e milhões de usuários que Facebook, Microsoft e Apple atendem.

Por outro lado, as empresas não estão sendo transparentes o bastante, já que o governo americano não permite. Como a Microsoft explica, os números somam os pedidos feitos por todas as agências do governo dos EUA – não só por ordens judiciais FISA (Lei para Vigilância de Inteligência Estrangeira), que envolvem os dados no PRISM. Além disso, a empresa só pode divulgar os números “se os totais forem apresentados em múltiplos de 1.000”.

O Google não gostou disso, e diz ser um retrocesso: eles já divulgam números em agregado no Transparency Report. Um porta-voz da empresa diz ao The Verge:

Nós sempre acreditamos que é importante separar os diferentes tipos de pedidos do governo… Reunir as duas categorias seria um retrocesso para os usuários. Nossa solicitação ao governo é clara: permitir a publicação de números agregados de solicitações de segurança nacional, incluindo pedidos FISA, separadamente.

Organizações de liberdades civis e empresas de internet divulgaram carta aberta exigindo o fim da espionagem feita pela NSA; e a petição “Stop Watching Us” da Mozilla já conta com cerca de 200.000 assinaturas. Por enquanto, o governo americano não reagiu a contento. [Facebook, Microsoft, Apple, The Verge]

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