O Aliyun não é uma ameaça para o Android – e sim para a Open Handset Alliance. Mas qual a diferença?

Na última semana o Google se envolveu em uma polêmica entre várias partes: Acer, Alibaba, Aliyun, Android, Open Headset Alliance. Basicamente, a Acer queria lançar um aparelho com outro sistema operacional. O Google não gostou, fez pressão, e o aparelho foi cancelado. Mas o Google tinha lá suas razões — e é hora de entender […]
Android e a galera.

Na última semana o Google se envolveu em uma polêmica entre várias partes: Acer, Alibaba, Aliyun, Android, Open Headset Alliance. Basicamente, a Acer queria lançar um aparelho com outro sistema operacional. O Google não gostou, fez pressão, e o aparelho foi cancelado. Mas o Google tinha lá suas razões — e é hora de entender como isso pode também afetar o Android.

A grande questão do Aliyun, sistema operacional que já existe já China, é que ele não é só baseado em Linux (diferente do que falamos ontem): ele usa também partes do SDK do Android e, apesar de não ter acesso ao Google Play, pode rodar de forma alternativa apps do Android. E isso por si só já dá boa razão para o Google. Mas, ei, isso não é  exatamente novidade no mercado: a Amazon, por exemplo, usou a mesma coisa para criar o sistema operacional do Kindle Fire. Qual a diferença da Amazon e da Acer?

É aqui que entra a Open Handset Alliance. Trata-se de uma grande aliança entre operadoras, fabricantes de hardware e Google para criar uma “experiência unificada” para o Android. Aqui, encontramos fabricantes como Acer, Asus, Samsung, LG, todas dispostas a criar um Android melhor. E se o SDK do Android é de uso aberto — basta baixá-lo e se divertir — a OHA tem suas regras a serem seguidas. Uma delas: não dar espaço para versões não-compatíveis com o Android, caso do Aliyun.

A Amazon nunca quis e nunca estará na Open Handset Alliance. Isso garantiu que a empresa baixasse o SDK, brincasse à vontade e criasse o formato ideal para não ter que usar nenhum serviço do Google em seu aparelho — apesar de o Android ser livre, o Gmail, o Google Maps e todos os produtos do Google precisam de autorização do próprio para rodar de forma embarcada em smartphones.

“Google, você pode definir o que é Android?”

A Alibaba, claro, não ficou nada feliz com o cancelamento de última hora do lançamento do aparelho. E John Spelich, vice-presidente da empresa, fez o seguinte questionamento: “alguém pode pedir ao Google para definir o que é o Android?”

Claro que Spelich agora quer distanciar o Aliyun do Android, ao mesmo tempo que quer usá-lo como “o Android da China”. A empresa continua dizendo que o sistema é baseado em Linux e focado em webapps, o que o removeria do “ecossistema Android”. Mas parece claro que a empresa quer sim usar a força do Android para tentar emplacar o sistema na China.

No fim das contas, o Google vem definindo cada vez mais o que é o Android, e usar a força da empresa para isso não é ruim. Recentemente, a empresa publicou em seu blog “os benefícios e a importância da compatibilidade” do Android, e isso é basicamente um discurso dizendo “ei, vamos nos esforçar para usar apenas versões boas, e não coisas toscas, neste enorme ecossistema”.

Se o Google usar sua força para controlar um sistema dado como aberto, isso não é exatamente um problema — se isso for em prol da melhor experiência para o usuário, que ele sempre use essa “mão”. Mas talvez seja hora de rever o discurso “aberto”. E já que a questão é o compromisso dos membros da OHA, o Google poderia usar seu poder também e ter uma conversa séria com todos os fabricantes que quebraram a promessa de atualização de dezoito meses, que aparentemente todos fizeram ao Google em 2011. [Google, TechCrunch]

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