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O beta de Splatoon provou que ele pode ser o jogo para tirar a poeira do Wii U

O beta de Splatoon provou que esse shooter colorido pode fazer tirar a poeira do Wii U nos próximos meses.

O beta aberto de Splatoon que rolou neste fim de semana deixou duas coisas claras: rolos de tinta podem ser mais poderosos do que armas e, mais importante: esse pode ser o jogo para tirar o Wii U do ócio.

Verdade seja dita, sem lançamentos relevantes nesse começo de ano, o sucessor do Wii ficou bem esquecido nos últimos meses e a própria Nintendo mostrou isso. Em seu relatório financeiro divulgado na semana passada, a empresa informou que, até março de 2015, o console ainda nem tinha alcançado a marca de 10 milhões de unidades vendidas, menos da metade do que o PS4 — que está há muito menos tempo no mercado.

O Wii U precisa de algum jogo de impacto para não ser deixado de lado, pegando poeira, como parece estar acontecendo. Pelo que foi mostrado em seu beta, Splatoon pode ser esse jogo.

Para quem está ouvindo falar no jogo pela primeira vez, ele é a tentativa da empresa do Mario de se aventurar no gênero de shooters em terceira pessoa, mas do jeito Nintendo de ser. Nada de simulação de guerras reais ou gente sendo morta. Em Splatoon, as AK-47 viram armas de tinta e tomamos o controle de criaturas chamadas Squids.

Antes do lançamento do jogo, programado para o fim do mês, a Nintendo decidiu lançar um beta aberto (ou Global Testfire, como ela preferiu chamar) para testar as funcionalidades do multplayer online, que é o principal foco do jogo.

O beta de Splatoon foi realizado em três eventos que duravam apenas uma hora e possibilitava jogar somente o modo Turf War, que é uma espécie de Team Deathmatch, com quatro pessoas em cada time.

Somente três horas (juntando os três eventos) é bem pouco para julgar, mas já deu pra passar uma boa primeira impressão de Splatoon, mais do que eu acharia que teria. Porém, o teste também apresentou alguns problemas no jogo, principalmente com relação a balanceamento.

O poder das cores

Para alguém que não é muito chegado em multiplayers, eu me surpreendi com o quanto Splatoon conseguiu me prender. Isso é culpa do jogo passar bem longe de ser um Call of Duty cartunizado e adotar uma abordagem diferente para um multiplayer.

Eliminar os integrantes do time adversário é algo secundário no jogo e muitas vezes opcional. O objetivo em Splatoon (ou pelo menos no modo Turf War do beta), era a conquista de território pelo poder… das cores.

O time vencedor é aquele que consegue preencher a maior parte do mapa com a cor do seu time. Esse conceito pode não ser tão empolgante na teoria, mas na prática ela se provou o motivo de  Splatoon ser tão divertido.

Ao mesmo tempo, isso deixou mais evidente o desiquilíbrio com as armas de tinta no jogo. São três tipos de armas para escolher: Shooter, Charger e Roller.

Basta uma partida com cada para perceber o desiquilíbrio entre elas, principalmente nas duas últimas. O Charger é um Sniper ideal para eliminar os integrantes do time adversário, mas quando esse é um objetivo secundário e a arma espalha pouca tinta, ele é quase desnecessário.

Já o Roller (apelidado por muitos de “rolão”) é, de longe a arma mais roubada. Ela consegue espalhar tinta por uma área maior e de forma mais rápida, além de rapidamente eliminar os adversários na velha tática do trânsito “passa por cima”.

Isso fez com que rapidamente, e já no primeiro evento do beta, equipes inteiras fossem formadas só com o “rolão”. As partidas ainda continuavam divertidas, mas isso limitava bastante as opções para jogadas mais variadas.

Já algo que me deixava temeroso quanto ao jogo era qualidade da conexão online, principalmente por se tratar da Nintendo. Mas esse teste de fogo global para os servidores de Splatoon foi bem sucedido nesse quesito.

Algumas partidas ainda davam falhas na conexão de vez em quando, mas no geral o jogo corria impressionantemente sem lag, mesmo quando apareciam pessoas da Ásia nas partidas.

Splatoon tinha tudo para me deixar afastado dele: o foco no multiplayer e a estética colorida e de cartoon não caem muito no meu gosto. No final, a sua abordagem um pouco mais original e com partidas rápidas, de três minutos, fizeram eu lembrar que tinha um Wii U e que ainda podem aparecer bons jogos para ele.

Para quem se interessou pelo jogo, nesse Nintendo Direct especial (em inglês) é mostrado tudo o que Splatoon terá a oferecer e que vai bem mais do que o modo turf war do beta.

Splatoon chega ao Wii U em 29 de maio.

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