O bilionário Eduardo Saverin levanta polêmica ao desistir de ser americano

Quando todos souberam que Eduardo Luiz Saverin, co-fundador do Facebook, largou sua cidadania americana em setembro – supostamente para pagar menos impostos no IPO do Facebook – levantou-se a polêmica: o bilionário deve muito aos EUA, então não deveria ser mesquinho e negar impostos ao país. Mas há quem diga que Saverin não fez nada […]

Quando todos souberam que Eduardo Luiz Saverin, co-fundador do Facebook, largou sua cidadania americana em setembro – supostamente para pagar menos impostos no IPO do Facebook – levantou-se a polêmica: o bilionário deve muito aos EUA, então não deveria ser mesquinho e negar impostos ao país. Mas há quem diga que Saverin não fez nada de errado.

O conhecido jornalista Farhad Manjoo resume bem a posição assumida por muitos. Nascido na África do Sul, Manjoo diz que não teria as oportunidades que conseguiu se não fosse pelos EUA – e o mesmo vale para o co-fundador do Facebook. Quando Saverin tinha 13 anos, por ser filho de um empresário bem-sucedido em São Paulo, o nome dele surgiu em uma lista de vítimas a serem sequestradas no Brasil. Então Saverin se mudou com a família para Miami. Daí em diante, ele seguiu o sonho americano: frequentou Harvard, virou bilionário, e – por ser traído por Mark Zuckerberg – foi assunto de um filme indicado ao Oscar.

Agora o bilionário, para pagar menos imposto, não quer mais ser americano.

Mas há quem sai em defesa de Saverin. A Economist aponta dois detalhes que muitos deixam de lado: primeiro, os investimentos de Saverin criaram riqueza, e não só para ele – o argumento de que Saverin “usou” os EUA parece exagerado. Segundo, para sair dos EUA, ele precisa pagar o “imposto de saída”: a Receita Federal americana supõe, para o cálculo, que Saverin vendeu todas as ações dele no país, inclusive do Facebook.

Isto significa que ele precisa pagar de US$365 milhões a US$500 milhões em impostos – ele não está exatamente fugindo do leão. Sim, ele pode economizar alguns milhões por sair antes do IPO, e pode pagar o valor total só quando vender as ações – mas até lá, ele arcaria com juros sobre o valor total.

Vale lembrar que americanos, mesmo sem morar nos EUA, precisam pagar imposto. E, como aponta o economista Bruce Bartlett, o número de americanos renunciando à própria cidadania vem aumentando desde 2009. São ricos fugindo de impostos? Provavelmente, não. Vários estudos apontam que:

A realidade é que impostos são apenas um fator entre muitos que determinam onde as pessoas decidem morar. Fatores incluindo clima, proximidade a outros em negócios semelhantes, e a disponibilidade de comodidades como artes e gastronomia exercem um papel muito maior.

Saverin mora na Cingapura e investe principalmente na Ásia e América do Sul – faz sentido ele continuar sendo americano? [PandoDaily, The Economist e Economix/NYT]

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