O começo do fim das vendas de jogos usados nos Estados Unidos

Uma corte dos Estados Unidos decidiu a favor da Autodesk em um caso de venda de uma cópia usada do AutoCAD. Tecnicamente, isso pode afetar a venda de jogos usados lá - e talvez no resto do mundo. 

Uma corte dos Estados Unidos decidiu a favor da Autodesk em um caso de venda de uma cópia usada do AutoCAD. Tecnicamente, isso pode afetar a venda de jogos usados lá – e talvez no resto do mundo. 

Timothy Vernor tentou vender uma cópia do software usado no ebay, completo com números de série e a garantia de que já não estava mais instalado em nenhum outro computador, porém a Autodesk entendeu que isso ia contra seu Contrato de Licença de Usuário Final (EULA) – aquelas normas que poucas pessoas costumam ler na integra antes de instalar o software –, e o caso foi parar nos tribunais.

O vendedor foi processado pela empresa que distribui o software e após inicialmente ter conseguido uma decisão favorável em 2008, a Autodesk apelou novamente nos tribunais e ganhou.

Essa decisão pesa e abre precedentes até para outras formas de mídia digital como jogos. Algumas produtoras e desenvolvedoras como a EA tem um Contrato de Licença bem similar, que diz explicitamente: “Esse software é licenciado para você, não vendido”. Em jogos com mundo online persistente, como World of Wacraft, o conceito de "licença de software" até que faz sentido. Mas alguém vai querer te impedir de ir para o Trocajogo dar fim àquele RPG offline que você nunca vai jogar de novo?

Não é de hoje que algumas empresas tem visto quem compra e vende jogos usados como alguém que está afetando seus lucros diretamente. Mas sejamos realistas: Não é porque alguém compra um jogo usado que ele de fato compraria o jogo pelo seu preço integral.

Se for algo com preço baixo, muitas vezes a pessoa pode ser levada pela curiosidade, principalmente quando se tratam de shovelwares. E sem a possibilidade de “passar pra frente” uma possível bomba, as pessoas pensariam MUITO antes de comprar um jogo por curiosidade ou impulso.

Se aproveitar dessa decisão para aplicar algo parecido com jogos é algo que a longo prazo pode trazer prejuízo para ambos os lados. Então, antes que alguma desenvolvedora se aproveite disso de fato, que tal tentar pensar o contrário? Quanto mais interessantes forem os jogos, mais chances de ninguém revender e mais gente comprar. E se os jogos tiverem conteúdo para download, mesmo que haja revenda, os desenvolvedores ainda teriam lucros. Não seria mais fácil assim?

Fonte: [Gamasutra via Destructoid]

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