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O quilograma oficial do mundo está ficando mais leve

Os americanos já sabiam há algum tempo que havia alguns problemas com o “Le Grand K” da França, o modelo internacional do que é um quilograma. Feita em 1879, esta liga de platina e irídio deveria ser o padrão perfeito da unidade de massa. Só tem um problema: ela está ficando mais leve. A revista Mental […]

Renderização do cilindro de platina e irídio

Os americanos já sabiam há algum tempo que havia alguns problemas com o “Le Grand K” da França, o modelo internacional do que é um quilograma. Feita em 1879, esta liga de platina e irídio deveria ser o padrão perfeito da unidade de massa. Só tem um problema: ela está ficando mais leve.

A revista Mental Floss analisa as repercussões disto, e as falhas de se usar um padrão físico para propósitos tão importantes.

O modelo do quilo é mantido sob proteção, mas a cada 40 anos ele reaparece: criam-se oitenta réplicas dele, que são comparadas ao modelo do quilo presente em laboratórios ao redor do mundo. Da última vez que ele apareceu, ele tinha 0,05mg a menos – um problema, já que a massa dele simplesmente não pode variar.

E por que ele está ficando mais leve? A Mental Floss diz que:

Especialistas não sabem ao certo para onde foram esses miligramas, mas alguns teorizam que as réplicas são manipuladas mais frequentemente, o que pode lhes acrescentar massa de forma sutil. Outros postulam que a liga metálica do Le Grand K está “perdendo gás”, ou seja, o ar está gradualmente escapando do metal.

Mas por que é importante que o “Le Grand K” seja preciso? Porque o padrão precisa ser padronizado. A Mental Floss diz que pequenas mudanças podem se acumular em um grande problema:

O quilograma também é usado em outras medidas. O joule (J), por exemplo, é a quantidade de energia necessária para mover um peso de 1kg por um metro. A candela (cd), medida de brilho da luz, é medida em joules por segundo.

Isto significa que se o quilograma não for preciso, o joule e a candela também não, o que pode acabar causando problemas em uma série de indústrias, particularmente na de tecnologia. À medida que microchips processam mais informação a velocidades cada vez maiores, mesmo pequenos desvios levam a catástrofes. A falta de confiabilidade no Le Grand K “começará a se tornar perceptível na próxima década ou na seguinte na indústria de eletrônicos”, avisa o físico do NIST Richard Steiner.

Agora, cientistas estão se virando para redefinir o que é um quilo, da mesma forma que redefiniram o metro: antes, ele era uma barra de metal que ficava ao lado do “Le Grand K”; hoje, ele é definido como a distância que a luz viaja em 1/299.792.458 de segundo. Enquanto isso, ficamos com o padrão imperfeito do quilo. [Mental Floss]

Imagem por GizMag

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