O rádio “hackeou” a internet. Conheça o The Hacker Spot

  No Brasil, 6,5 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência visual. No entanto, mesmo com essa quantidade expressiva, ainda há muito que precisa ser feito para trazer inclusão e acessibilidade aos que necessitam disso. Na internet, por exemplo, as pessoas com este tipo de deficiência utilizam leitor de tela para navegar nos sites […]

 

No Brasil, 6,5 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência visual. No entanto, mesmo com essa quantidade expressiva, ainda há muito que precisa ser feito para trazer inclusão e acessibilidade aos que necessitam disso.

Na internet, por exemplo, as pessoas com este tipo de deficiência utilizam leitor de tela para navegar nos sites e portais. Esse recurso lê cada item das páginas para o usuário, proporcionando total entendimento. O que talvez você não saiba, é que no caso dos banners de publicidade, essa função perde sua utilidade. Isso porque os anúncios são descritos por códigos, dessa maneira o leitor traduz somente letras aleatórias, causando um verdadeiro tormento às pessoas com baixa ou nenhuma visão.

Pensando nisso – e também em proporcionar o cumprimento integral da lei nº 13.146/2015, que determina que os recursos de acessibilidade sejam obrigatórios em qualquer canal virtual – a Lew’LaraTBWA, em parceria com a Fundação Dorina Nowill, desenvolveu o projeto The Hacker Spot.

O The Hacker Spot transforma banners em spots de rádio informativos através de um recurso de linguagem na programação dos códigos dessas peças. Assim, o leitor de telas deixa de ler as letras aleatórias dos códigos e passa a transmitir mensagens relevantes para o público, deixando a vida das pessoas com deficiência visual melhor e criando um canal inteiramente novo com este público.

“O nosso objetivo é tornar esses conteúdos (banners) acessíveis. Assim, a Fundação e a Lew’Lara\TBWA interferiram nos banners de diversos anunciantes e os transformaram em espaços de inclusão através de spots que divulgaram conteúdos de interesse para a pessoa com deficiência visual, além da descrição do próprio anúncio. Tudo isso sem alterar o conteúdo original do banner dos anunciantes e sem custos de produção.”, explica Felipe Luchi, CCO e sócio da Lew’Lara\TBWA

Este projeto está no ar desde março e disponibiliza informações como dicas de saúde, leis, eventos, experiências motivacionais e muito mais. Ao final do spot escutado no banner, os usuários podem apertar a tecla “enter” e serem redirecionados para o site da instituição. O que era um espaço que causava confusão aos deficientes visuais, passa a ser um local de informação direcionado, exclusivamente, a este público. Confira o vídeo e entenda o funcionamento!

De acordo com Felipe, o projeto foi implementado em dois dos maiores portais de notícias do Brasil, e as primeiras interferências em banners ocorreram em anúncios das marcas Nissan, Friboi e Cacau Show. “As peças de Nissan, por exemplo, tiveram mais de 550 mil impactos e 219 interações exclusivas de pessoas com deficiência visual. Analisando o fluxo de visitas das páginas de destino da campanha, a ação chegou a representar 22% do total de visualizações durante o período”, afirma.

Além de levar informações específicas para esse público, o projeto contribui para uma mudança de comportamento, incentivando que veículos de mídia e marcas tragam acessibilidade para seus conteúdos na internet. Para quem quiser tornar os banners acessíveis, há um passo a passo no site da campanha. Conheça o projeto!

Leticia Negresiolo

Leticia Negresiolo

Jornalista formada pela Cásper Líbero, escrevo sobre tecnologia, cidades, lifestyle e cultura desde 2014. Com passagens pela Editora Globo, Editora Abril e Portal UOL, integro o time do Giz Brasil há cinco anos.

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