O tablet da Apple vai redefinir a mídia impressa

Steve Jobs disse que as pessoas não leem mais. Mas a Apple está conversando com várias empresas da mídia impressa, negociando conteúdo para um "novo dispositivo". E eles não querem só e-books e revistas eletrônicas. Eles querem redefinir a mídia impressa.

Steve Jobs disse que as pessoas não leem mais. Mas a Apple está conversando com várias empresas da mídia impressa, negociando conteúdo para um "novo dispositivo". E eles não querem só e-books e revistas eletrônicas. Eles querem redefinir a mídia impressa.

Alguns anos atrás, uma versão modificada do OS X foi apresentada ao Steve Jobs, rodando em um tablet multitoque. Quando a pergunta "o que alguém faria com isto?" não pôde ser respondida, o tablet foi posto de lado. Agora, com bastante conteúdo de música, filmes e TV, a Apple está trabalhando duro para encher o iTunes com conteúdo impresso de várias editoras, que trabalham com vários meios.

Duas pessoas ligadas ao New York Times me contaram, separadamente, que em junho o jornal foi abordado pela Apple para conversar sobre colocar o jornal em um "novo dispositivo". Os laboratórios de P&D trabalharam por um bom tempo em versões do jornal a serem navegadas sem teclado ou mouse, surgindo em tablets com Windows e em vários formatos usando o Adobe AIR. O NYTimes também publica conteúdo pelo aplicativo do iPhone. Jobs tem chamado o NYTimes, em eventos passados, de "o melhor jornal do mundo".

Uma pessoa próxima de um vice-presidente de publicação de livros-texto mencionou para mim que a McGraw-Hill e a Oberlin Press estão trabalhando com a Apple para levar livros-texto para a loja iTunes. Não mencionaram nenhum detalhe além destes, mas tem a ver com uma competição interna de ideias no campus da Apple, que não foi pública, na área de reuniões da prefeitura em 2008, quando a apresentação selecionada a ganhadora por executivos era focada em distribuição de livros-texto via iTunes. A lógica, aqui, é que livros-texto são vendidos novos por algumas centenas de dólares, e revendidos sem qualquer ganho para as editoras. Um livro com DRM, para ser usado só uma vez, não só seria atraente porque as editoras iriam ganhar mais dinheiro, como livros-texto eletrônicos poderiam ser vendidos a uma fração do custo atual, eliminando livrarias e criando uma grande mudança de participação de mercado por causa da diferença enorme no preço. (Se esse dispositivo fosse um tablet, a economia com os livros poderia compensar o preço do dispositivo, e pouparia estudantes de dores nas costas.)

A Apple também conversou com vários executivos de um dos maiores grupos de revistas no campus em Cupertino, onde os executivos apresentaram ideias para o futuro da mídia impressa. Vários modelos de revistas em forma interativa foram apresentados. Acredita-se que houve mais conversas depois da reunião de apresentação e investigação. Uma empresa de revistas também está considerando usar o Adobe AIR como uma opção concorrente para revistas digitais, mas sem um sistema de receita e distribuição como o do iTunes, isso parece improvável.

Eu ainda não escutei nada sobre editoras de livros tradicionais sendo abordadas, mas dado o tamanho do envolvimento do restante da indústria, não é difícil imaginar que eles vão entrar no barco também. E o leitor Tom me lembrou do boato do Andy Ihnatko, de várias fontes, de que a Apple está recebendo caminhões de livros na sede deles. É apenas um boato, mas é alguma coisa.

Outra fonte corrobora que a data em janeiro do possível anúncio do tablet está correta quanto ao mês, e esta informação foi escutada de um executivo de alto escalão.

Algumas pessoas com quem conversei acreditam que o conteúdo inicial serão meras transferências do texto para o formato tablet. Mas, enquanto a ideia de mídia impressa no tablet é sedutora, não é nada que o Kindle ou qualquer outro dispositivo com e-ink não possa fazer. O objetivo seria fazer as editoras criarem conteúdo híbrido que use audio, vídeo e gráficos interativos em livros, revistas e jornais, onde o layout seria estático. E com a data longínqua de lançamento do Microsoft Courier e o Kindle com e-ink relativamente estática, parece que a Apple pode ser líder na distribuição deste conteúdo da próxima geração da mídia impressa. Primeiro, ela vai se ocupar com uma reimaginação básica das coisas encontradas hoje em árvores mortas.

fique por dentro
das novidades giz Inscreva-se agora para receber em primeira mão todas as notícias sobre tecnologia, ciência e cultura, reviews e comparativos exclusivos de produtos, além de descontos imperdíveis em ofertas exclusivas