O WikiLeaks criou uma base de dados com todas as informações vazadas da Sony

O WikiLeaks criou uma base de dados com todos os emails e documentos vazados da Sony Pictures.

Cinco meses depois do vazamento de emails da Sony Pictures Entertainment, o WikiLeaks divulgou nesta semana o “The Sony Archives”, um arquivo público com todos os 173.132 emails e 30.287 documentos do estúdio que foram expostos na internet após um ataque hacker aos servidores da companhia em novembro do ano passado. Este vazamento divulgou dados, emails e documentos de mais de 47 mil pessoas, incluindo funcionários, executivos e artistas da Sony.

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O WikiLeaks desenvolveu uma base de dados com um motor de busca criado especialmente para explorar a base, tornando fácil a busca por termos ou nomes específicos — ela pode ser feita ainda por tipo específico, seja email, documento ou todos os arquivos juntos.

O arquivo contém os mais diversos tipos de email, desde discussões sobre Edward Snowden, a telefones de atores e executivos (alguns do Brasil, inclusive). Alguns destes se tornaram notícia no final do ano passado, como o vazamento de títulos, roteiros e filmes inteiros, ao salário de atores e troca de emails privados entre celebridades e executivos da Sony, alguns picantes, como os que Amy Pascal, então vice-presidente da Sony, trocou com Tate Taylor, ator e diretor de filmes:

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Buscando por emails brasileiros, encontramos um revoltado consumidor que comprou um televisor Sony com problemas e, não satisfeito com o atendimento pós-compra, pediu socorro à Amy Pascal e Michael Lynton. Além disso, existem também trocas de emails que mostram preocupações com as novas leis anti-corrupção do Brasil e com a ANCINE. Nos documentos, constam estratégias de campanhas publicitárias de filmes e séries a serem exibidos no país.

Além do pedido de socorro do consumidor brasileiros e dos emails picantes de Pascal, o arquivo expõe também comentários racistas que a então vice-presidente fez sobre o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, discussões ferrenhas sobre o filme de Steve Jobs e insultos a diversos atores, como Angelina Jolie. Isso custou o emprego dela — após a divulgação, Amy renunciou ao cargo de vice-presidente e trabalha hoje como produtora executiva, ainda na Sony Pictures.

Governo

Os emails mostram ainda fortes conexões da Sony com a Casa Branca e o partido democrático, além de expor a campanha do estúdio para eleger o governador de Nova York, Andrew Cuomo, cuja campanha tinha uma base de forte repúdio à pirataria.

O WikiLeaks promete deixar este arquivo público por anos, independente das pressões jurídicas e governamentais que eles possam vir a sofrer. De acordo com nota divulgada pelo grupo, mais de 100 endereços de email do governo americano estão presentes nos arquivos vazados, o que Julian Assange, editor-chefe do portal, julga como “os trabalhos internos de uma influente corporação multinacional”. “É válido de se noticiar e está no centro de um conflito geopolítico. A base pertence no domínio público. O WikiLeaks garantirá que ele fique deste jeito”.

A Sony é conhecida publicamente por produzir entretenimento; no entanto, o Sony Archives mostra que por trás das cenas ela é uma corporação influente, com ligações com a Casa Branca (mais de 100 endereços de email do governo estão presentes no arquivo), com habilidade para impactar leis e políticas, e com conexões com o indústria militar dos EUA.

Você pode ler os emails e documentos aqui. [Gawker, The Next Web]

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