Paraplégicos já podem andar novamente

Amanda Boxtel se prepara para levantar. Um acidente de esqui há 18 anos decepou parte da sua medula espinhal, deixando-a paralizada. Boxtel está vestindo um novo exoesqueleto chamado eLEGS, que em breve pode ajudar pessoas com lesões espinhais a andar novamente.

Amanda Boxtel se preparar para levantar. Um acidente de esqui há 18 anos decepou parte da sua medula espinhal, deixando-a paralizada. Boxtel está vestindo um novo exoesqueleto chamado eLEGS, que em breve pode ajudar pessoas com lesões espinhais a andar novamente.

O eLEGS está sendo preparado para testes clínicos pela Berkeley Bionics, baseada em Berkeley, na Califórnia. Diferente de outros exoesqueletos, como o Raytheon XOS-2 e o HULC, da própria Berkeley Bionics, o eLEGS não foi feito para dar força sobre-humana a soldados, mas sim especificamente para ser um dispositivo de reabilitação para ajudar pessoas com lesões na medula espinhal a recuperar a capacidade de andar, assim como melhorar a circulação sanguínea e digestão.

O traje consiste em um controlador acoplado a uma mochila e conectado a pernas robóticas. Elas são movidas por quatro motores, um para cada joelho e lado do quadril. A articulação do tornozelo é controlada por molas passivas que mantém o pé angulado de forma a poder ser colocado no chão, primeiro o calcanhar e depois a ponta do pé, a cada passo. Sensores nas pernas transmitem informações de posicionamento para a unidade de controle, que determina como dobrar as juntas e, por sua vez, andar. Baterias de lítio-cobalto permitem que o traje seja operado sem estar ligado a uma fonte de energia.

O aparelho consegue suportar o peso do usuário, mas o equilíbrio é deixado a cargo da pessoa, através de muletas que também servem para controlar o sistema. Para dar um passo, o usuário empurra para baixo a muleta do lado contrário ao da perna que deseja mover. Gestos similares a este, como empurrar as duas muletas para baixo, permitem que o usuário sente, levante ou faça curvas.

A Berkeley Bionics diz que o eLEGEs tem o maior espectro de flexão de joelho de qualquer exoesqueleto, e por isso oferece um andar mais natural que os outros.

Mas o eLEGS não é o único exoesqueleto robótico feito para restaurar a locomoção em paraplégicos. O ReWalk da Argo Medical Technologies, em Haifa, Israel, usa um design similar, com uma mochila conectada a suportes e motores elétricos fixados à parte externa das pernas de uma pessoa. Ele já está passando por testes clínicos nos EUA. A AMT diz que passará o traje pela aprovação da FDA e o colocará no mercado entre 12 e 18 meses.

Grant Elliot, um pesquisador de exoesqueletos do Media Lab do MIT, diz que aparelhos de reabilitação como o eLEGS e o ReWalk são promissores, mas diz que é preciso atenção para que tais aparelhos mantenham-se compactos o suficiente para que os usuários possam andar livremente sem esbarrar em objetos. "Os humanos estão habituados a andar por espaços do tamanho de humanos, como corredores estreitos", diz Elliot.

Em uma demonstração para a New Scientist semana passada, usuários da eLEGS, incluindo a Boxtel, foram capazes de navegar por espaços apertados, como passar entre uma mesa e um cesto, sem dificuldade.

John Fogelin, diretor de engenharia da Berkeley Bionics, diz que a empresa está trabalhando em modos de tornar o design mais compacto, usando baterias menores e apoios mais finos, com o objetivo de chegar a um ponto em que o exoesqueleto possa ser usado por baixo da roupa. A empresa espera começar testes clínicos no início de 2011, e estima que o custo no mercado seja equivalente ao de uma cadeira de rodas high-end, cerca de US$ 100.000.

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