PlayStation Move não é muito mais do que um Wii HD

  Eu tinha grandes esperanças com o PlayStation Move desde seu anúncio. Tendo jogado vários títulos por uma hora hoje, eu tenho de dizer: se a tecnologia da Sony é melhor, ela não está mostrando tudo em sua primeira versão de software.

Eu tinha grandes esperanças com o PlayStation Move desde seu anúncio. Tendo jogado vários títulos por uma hora hoje, eu tenho de dizer: se a tecnologia da Sony é melhor, ela não está mostrando tudo em sua primeira versão de software.

Sinceramente, eu não tenho certeza se um dia mostrará.

Esta é a premissa: o PlayStation Move usa uma bola de luz com uma câmera. A grande sacada do Move, se você estiver comparando-o com o Wii MotionPlus, é que ele rastreia você no espaço Z (profundidade). Isso significa que você pode apunhalar alguém com uma espada, ao invés de apenas golpear.

Minha primeira demonstração foi com um jogo chamado TV Superstars — basicamente uma série de minijogos como se fossem um programa de TV. A câmera do Move tirou fotos da minha cara, mapeando-a para criar meu personagem… cortando minha barba, me deixando igualzinho ao Hitler. A jogabilidade? Afobada. E ainda mais afobada quando eu tinha que fazer meu personagem correr. Tire algumas customizações bonitinhas de personagem, e você verá o tipo de sistema meia-boca de movimentação que a Sony deve estar varrendo para debaixo do tapete.

Então eu tentei The Flight: Lights Out. Esse jogo parecia ser a antítese do TV Superstar. É cruel e violento, claro, e ele também rastreia dois controles do Move em vez de um, permitindo você socar um oponente até o fim. Além do mais, a câmera do Move seguiria meus olhos, permitindo que eu rotacionasse minha posição só girando a cabeça (uma boa sacada, já que eu fui alertado para não mover meus pés depois da calibração). Eu mal podia esperar o jogo, mesmo usando óculos 3D para ter um efeito completo. O combate? Lento, cheio de lag. E eu não senti em momento algum que meus socos foram registrados do modo que eu os dei na tela. Ao contrário, meu direto no queixo acionou uma animação pré-escaneada. Eu entendo que meus socos provavelmente foram horríveis demais para serem usados, mas a lentidão, combinada com puras animações já feitas, tiram qualquer sensação de você estar lutando de verdade. Pô, até o frouxo jogo Punch Out!, do Wii, passa mais a sensação de estar realmente lutando boxe.

E as coisas não melhoraram. Jogos de tiro são cansativos, lentos, mire-na-câmera-no-atirador-da-TV. Singstar Dance? Ele é bonito, mas desde quando chacoalhar um braço só significa dançar?

Então eu gostei do quê?

Por sorte, minhas demos do Move não eram tudo. O novo SOCOM, por exemplo, não é mais avançado tecnicamente em termos de controle do que nenhum jogo de Wii: aponte a varinha para a tela, use um nunchuk para controlar sua câmera, atire em pessoas. Mas o que fez ele infinitamente melhor do que a média dos jogos de Wii foi que essa coisinha é realmente um jogo de tiro do PS3. Ele parecia mesmo um jogo da geração PS3, oferecendo um nível de gráficos de luxo que nós quase perdemos na era dos controles de movimento.

Sports Champions, a obrigatória resposta da Sony ao Wii Sports mas com um gladiador — incluindo um modo escudo-e-espada —, realmente brilhou também. Não é que os movimentos estivessem perfeitamente 1:1, mas as animações e o rastreamento de movimento encontraram um equilíbrio natural e confortável. Eu senti como se pudesse controlar meu escudo sem nenhum tutorial, e o mesmo pode ser dito sobre a espada, tanto se eu estivesse carregando um shield bash ou cortando fora as pernas do meu oponente.

E o iPet... olha, o EyeToy da Sony vem fazendo realidade aumentada faz um tempo. Mas meu iPet, um lindo macaco renderizado que se sentou no tapete em frente a mim, é o tipo de aplicativo que você não vê no Wii ou Xbox 360. Agora, é necessário um sistema completo de rastreamento de movimento Move para fazer o jogo funcionar? Provavelmente não. O macaco reagiu tanto ao rastreador de mão visual (imagine-se acariciando um bichinho) quanto à varinha (com a qual eu soprei bolhinhas e joguei uma bola). Mas a varinha realmente fez o jogo ficar mais divertido oferecendo modos de interagir, o que de outras formas seria provavelmente impossível de acontecer.

Eu não estou de jeito nenhum acabando com as chances do Move. Ele é um periférico que pode vir a ter algumas boas cartas na manga em comparação ao Wiimote, mas os demos de games que serão produzidos não mentem. Ele possivelmente não terá muitos fãs por conta de seu software de primeira geração malfeito, pelo menos por enquanto.

Agora, mesmo que a Sony não deixe algumas maçãs podres mudarem a perspectiva dos jogadores , mesmo que a Sony seduza os desenvolvedores para trabalhar na plataforma apesar de suas dores de cabeça, esses são os “e se” que tornam nebuloso o futuro da plataforma Move. Mas baseado nos meus primeiros contatos? Ele é um Wiimote HD, para o bem e para o mal. 

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