Por que o pôr do sol é tão parecido em Marte e Pequim?

A imagem da esquerda mostra o pôr do sol em Marte. A da direita é a mesma visão, mas em Pequim. E se não fosse pelo cenário urbano, você teria dificuldade em apontar a diferença. Estranho, não? Felizmente a ciência consegue explicar o que acontece. Joe Hanson é o especialista em biologia por trás da […]

A imagem da esquerda mostra o pôr do sol em Marte. A da direita é a mesma visão, mas em Pequim. E se não fosse pelo cenário urbano, você teria dificuldade em apontar a diferença. Estranho, não? Felizmente a ciência consegue explicar o que acontece.

Joe Hanson é o especialista em biologia por trás da série It’s Okay to be Smart da PBS. Ele explicou o fenômeno para o Gizmodo:

As areias de marte são um risco para a exploração humana. Minerais como gipsita podem ter, na poeira de Marte, o mesmo efeito no nosso pulmão que o acúmulo de minérios de carvão e outras coisas aqui na Terra. É verdade que não respiraríamos isso todo dia, mas a poeira também é perigosa para as roupas espaciais e assentamentos. As missões Apollo nos ensinaram que roupas espaciais adoram ficar cheias de poeira. Como está há milhões de anos na atmosfera de Marte, a poeira está cheia de carga estática, o que faz com que ela se prenda a coisas como filtros de ar. Isso pode ser muito perigoso e prejudicar a nossa respiração.

O tamanho minúsculo das partículas de poeira em Marte fazem com que o pôr do sol pareça um pouco azul na foto. Na Terra, nossos gases atmosféricos dispersam a luz azul e violeta conforme ela viaja pela atmosfera (e é por isso que nosso pôr do sol é vermelho e o céu é azul).

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Mas o que acontece em Pequim? Hanson explica:

Em Pequim a história é diferente. Poluentes químicos de carros e combustíveis fósseis são convertidos em coisas como dióxido sulfúrico, que pode ser transformado em um aerosol feito de ácido sulfúrico (olá, chuva ácida!). São estes aerosóis  que dispersam a luz em Pequim (e em Los Angeles, e na Cidade do México). Perceba que o pôr-do-sol em Pequim é mais vermelho. Na Terra, ele costuma ser vermelho, laranja e amarelo (e ele não precisa de poluição para ser bonito, ao contrário do que alguns pensam), mas esses aerosóis filtram ainda mais a luz laranja, intensificando o vermelho. Aerosóis maiores e poeira de tempestades de areia que atingem Pequim adicionam a “névoa” geral  -grandes grãos de areia espalham as coisas e adicionam um brilho branco ao pôr do sol. O governo chinês gosta de culpar as tempestades de areia pelo fenômeno, mas a maior culpada na verdade é a poluição.

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Assim, o motivo pelo qual o pôr do sol tanto Marte quanto em Pequim tem tanta névoa é simples: é a mesma física aplicada em duas experiências diferentes. Mas o mais importante de tudo é que você não deveria respirar o ar em nenhum dos dois lugares. [Obrigado, Joe!]

Joe Hanson é o apresentador e escritos da série do YouTube It’s Okay to be Smart, da PBS Digital Studios. Você pode segui-lo no Twitter aqui, e no Tumblr aqui.

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